A Educação inclusiva e eu

A educação inclusiva e eu

Apresentar o conteúdo programático da disciplina. Refletir sobre o conceito de educação para todos. Expor os componentes práticos interdependentes no ensino inclusivo: rede de apoio, cooperação e trabalho em equipe e aprendizagem cooperativa. Sensibilizar o aluno para as questões referentes a essa modalidade de ensino. Apresentar os benefícios que o ensino inclusivo acarreta para professores, alunos e sociedade.

A exclusão nas escolas é um indicativo do descontentamento e da discriminação. A educação é uma questão de direitos humanos e as pessoas com deficiência devem fazer parte das escolas, que devem modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos. Essa é a mensagem que foi transmitida pela Conferência Mundial de 1994 da UNESCO sobre Necessidades Educacionais Especiais (Liga Internacional das Sociedades para Pessoas com Deficiência Mental, 1994).

Em um sentido mais amplo, o ensino inclusivo é a prática da inserção de todos — independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica e cultural — em escolas e salas de aula provedoras, em que todas as necessidades dos alunos são satisfeitas. Nesse sentido, as primeiras reflexões para a formação do professor devem ser acerca dos benefícios de tal ensino para alunos, professores e sociedade.

Ao serem educadas de maneira integrada, as pessoas com deficiência têm oportunidade de se prepararem para a vida em comunidade. Os professores melhoram suas habilidades profissionais e a sociedade é estimulada a funcionar de acordo com o princípio de igualdade, com os consequentes resultados de melhoria da paz social.

 

Os benefícios dos arranjos inclusivos

Os benefícios dos arranjos inclusivos são múltiplos para todos os envolvidos com as escolas — alunos, professores, comunidade. A facilitação programática e sustentadora da inclusão na organização e nos processos das escolas e salas de aula é um fator decisivo no processo.

• Benefícios para todos os alunos: A simples inclusão de alunos com deficiência em salas de aula do ensino regular não resulta em benefícios de aprendizagem. Observa-se que alunos com níveis diferentes de deficiência aprendem mais em ambientes integrados, onde lhes são proporcionadas experiências e apoio educacionais adequados, do que quando estão em ambientes segregados. Quando existem programas adequados, a inclusão funciona para todos os alunos, com ou sem deficiência, especialmente no que se refere a:

• Atitudes positivas: A integração e a comunicação facilitadas ajudam o desenvolvimento de amizades e o trabalho com os colegas. Os alunos aprendem a ser sensíveis, a compreender, a respeitar e a crescer confortavelmente com as diferenças e as semelhanças individuais entre seus pares.

• Ganhos nas habilidades acadêmicas e sociais: Através da interação com os colegas, as crianças aprendem não apenas habilidades acadêmicas como também as da vida diária, de comunicação e sociais. Todos os alunos, incluindo aqueles com deficiência, precisam de interações professor-aluno e aluno que moldem habilidades acadêmicas e sociais. Para os discentes que apresentam deficiências cognitivas importantes, o que interessa é a oportunidade de adquirir habilidades sociais através da inclusão. As pessoas com deficiência tornam-se mais preparadas para a vida na comunidade quando são incluídas nas escolas e nas salas de aula.
• Preparação para a vida na comunidade: Em geral, quanto mais tempo os alunos com deficiência passam em ambientes inclusivos, melhor será o seu desempenho nos âmbitos educacional, social e ocupacional. Os profissionais que mantêm contato próximo com tais crianças compreendem a importância das escolas na preparação dos alunos para a vida em comunidade.
• Oportunidades para os alunos: Os locais segregados são prejudiciais porque alienam os alunos. Em tais lugares, os alunos com deficiência recebem pouca educação para a vida real. Ao que se houver o ensino inclusivo, esse lhes proporcionará a oportunidade de adquirir habilidades para o trabalho e para a vida em comunidade.

• Benefícios para os professores: Após ter sido ultrapassado o questionamento referente à importância da inclusão, torna-se relevante pensar na atualização das habilidades dos professores para o ensino inclusivo. Tal atualização implica nos seguintes benefícios:

• Apoio cooperativo e melhoria das habilidades profissionais: O trabalho em equipe é, ao mesmo tempo, uma exigência e um benefício para os professores que trabalham na educação inclusiva. Além do apoio, a colaboração e a consulta permitem aos professores o desenvolvimento de suas habilidades profissionais.
• Participação e capacitação: Ao participarem das mudanças na área educacional, os professores garantem sua participação na tomada de decisões. Quando os professores estão envolvidos no processo, podendo fazer escolhas com relação ao planejamento, eles tornam-se mais dispostos a se juntarem aos professores da educação especial, contribuindo para que a sala de aula regular seja um ambiente acolhedor também para os alunos com deficiência.

• --Benefícios para a sociedade: O ensino inclusivo traz, explicitamente, o valor social da igualdade na diversidade. Exemplifica a todos os alunos que, apesar das diferenças, todos nós temos direitos iguais. Em contraste com as experiências passadas de segregação, a inclusão reforça a prática da ideia de que as diferenças devem ser aceitas e respeitadas. Devido ao fato de a sociedade estar em evolução, é importante evitar os erros do passado, uma vez que esta sociedade precisa de escolas que promovam aceitação social ampla, paz e cooperação.

• O valor social da igualdade: É discriminatório que alunos com deficiência devam conquistar o direito ou estar preparados para serem incluídos na educação regular. O ensino inclusivo faz sentido e é um direito básico, não algo que alguém tenha que conquistar. Quando a escola inclui todos os alunos, a igualdade é respeitada e promovida como um valor na sociedade; quando a escola é excludente, o preconceito fica inserido na consciência de muitos alunos, o que resulta em conflito social e competição desumana. Para maximizar a aceitação e a paz social, todas as crianças devem ter a oportunidade de tornarem-se membros regulares da vida social e educacional. A experiência passada de segregação fala sobre o que deve ser superado: a desigualdade e o domínio de uns sobre outros.
• Superação da experiência e dos padrões do passado: No passado, foi decidido que algumas crianças ou alguns adultos deveriam ser excluídos das comunidades e das salas de aula regulares porque eram considerados como ameaça à sociedade. Alguns dos motivos para a exclusão eram: ajudar e controlar os alunos. No passado, o desejo de controle era maior que o de ajuda.
• Transformação social e igualdade: As sociedades estão sofrendo mudanças fundamentais em termos de valores, economia, tecnologia, etc. A inclusão deve ser, portanto, um dos valores em que a sociedade deve se estruturar. O valor social da igualdade na diversidade é consistente com a prática do ensino inclusivo. Deve-se garantir que os alunos com deficiência sejam apoiados para tornarem-se participantes e colaboradores na planificação e no bem- estar de um novo tipo de sociedade. À luz do conhecimento, quanto aos erros ocasionados pela segregação, é necessário reavaliar a maneira como se trabalha nas escolas, com o objetivo de proporcionar aos alunos deficientes as oportunidades e habilidades para participar de uma sociedade inclusiva.

Um passeio pela história da diversidade humana

Analisar o percurso histórico do tratamento dado à pessoa com deficiência e sua escolarização da Antiguidade até o período contemporâneo. Apresentar as ações político-educacionais realizadas pelo Brasil, que foram importantes para a mudança do paradigma de serviços para o paradigma de suporte. Apresentar os dispositivos legais que subsidiaram a mudança de paradigma.

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