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A Escola e Democracia

Por:   •  17/9/2019  •  Resenha  •  1.612 Palavras (7 Páginas)  •  236 Visualizações

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FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA[pic 1][pic 2]

SUL-RIO-GRANDENSE

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA GRADUADOS NÃO LICENCIADOS

Disciplina: Fundamentos e Políticas da Educação Profissional e Tecnológica I

Prof. Manoel José Porto Junior

   Nome:  Roger Reichholz da Silva

                Resenha do  Texto 1: Capítulo 1 – Escola e Democracia

                                        Dermeval Saviani

O autor Dermeval Saviani destaca a princípio e expõe o problema relativo ás formas das teorias pedagógicas a partir de uma categoria principal, e a sua relação com a marginalidade. Podemos relacionar pela época em que foi lançado este livro o ano de 1983, aos dias de hoje, como a marginalidade sendo a exclusão que observamos atualmente em nossas escolas e na sociedade como um todo e não a palavra marginalidade no sentido criminal. O autor considera a marginalidade como sendo um problema sistêmico da sociedade de classes.

O autor classificava no que dizia respeito à questão da marginalidade as teorias educacionais em dois grupos: no primeiro as teorias que entendem ser a educação um instrumento de equalização social, ou seja, um meio de superar a marginalidade, incluir o individuo na sociedade, e um segundo grupo às teorias que entendiam ser a educação um instrumento de discriminação social, ou seja, a exclusão do individuo da escola e da sociedade em geral, sendo ainda, que ambos os grupos explicam a marginalidade a partir de determinada maneira de entender as relações entre educação e sociedade.

O primeiro grupo, vou, entendia a sociedade sendo esta integradora, detentora das possibilidades e inclusão de seus membros e a educação politicamente um instrumento de correção das desigualdades sociais, garantindo a integração de todos os indivíduos no corpo social.

Já o segundo grupo marcava-se pela divisão entre grupos ou classes sociais antagônicas que se relacionavam à base da força, a qual se manifesta fundamentalmente nas condições de produção da vida material, criando assim uma desigualdade, grupos sociais mais fortes detentores do poder da produção e relegando a outas classes digamos assim mais fracas, à condição de marginalizadas, ou seja, excluídas. E com esse contexto a educação não é mais tão generosa e democrática, ela acaba se tornando uma unidade geradora de marginalidade, convertendo-se  em um fator de marginalização e dessa forma o autor determina como classificação dos grupos, o primeiro de teoria não-crítico e o segundo grupo de crítico-reprodutivistas.

A teoria não crítica em sua concepção como pedagogia tradicional, pode-se compreende-la em si uma ingenuidade, a qual acredita que a escola pode resolver o problema da marginalidade, ou seja, ela parte de uma premissa que a marginalidade poderia ser uma via de acesso, sendo a sociedade mais harmoniosa, a escola poderia ser um espaço e um acesso a essa nova via ou posso dizer esse novo acesso ou inclusão nos dias de hoje. A escola surge como forma de quebrar a barreira da ignorância, como um instrumento para pelo menos equacionar o problema da marginalidade, tendo o papel de difundir a instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. A escola é centrada no professor o qual transmite o conhecimento aos alunos, os quais absorvem do professor seus ensinamentos.

A teoria não crítica em sua concepção como pedagogia nova faz críticas à pedagogia tradicional esboçando uma nova maneira de interpretar a educação, a marginalidade deixa de ser vista sob a forma de ignorância, ou seja, não ter o conhecimento, o marginalizado não é o ignorante nas sim o rejeitado, significa dizer que o individuo será integrado na sociedade não por ser ilustrado, educado, mas sim quando for aceito pelo seu grupo e consequentemente pela sociedade em seu conjunto. Cabe salientar conforme o autor nos revela que a Escola Nova e seu ideário escalonovista, que em lugar de resolver o problema da marginalidade, na verdade o agravou, uma vez que, provocando o afrouxamento da disciplina e a despreocupação com a transmissão do conhecimento, os professores tenderam a rebaixar o nível de ensino destinado às camadas populares, as quais o único meio de absorver conhecimento é através da escola e em contrapartida a “escola nova” aprimorou a qualidade do ensino destinado às elites.

A teoria não crítica na pedagogia tecnicista, o autor nos diz que essa teoria buscou a planejar a educação de modo a dota-la de uma organização racional capaz de minimizar as interferências subjetivas que puderem por em risco sua eficiência, diferente da pedagogia tradicional focada no professor como agente central ou na pedagogia nova referenciada no aluno, situando-se o nervo da ação educativa na ralação professor-aluno uma relação interpessoal, na pedagogia tecnicista e elemento central passa a ser a organização racional dos meios, ocupando professor e aluno posição secundária, ou seja, é o processo que define o que professores e alunos devem fazer, e também como e quando o farão. Na pedagogia tecnicista a marginalidade não será identificada com a ignorância nem será detectada a partir do sentimento de rejeição, marginalizado será o incompetente, isto é, o ineficiente e improdutivo. A educação supera a questão da marginalidade na medida em que forma indivíduos eficientes contribuindo para o aumento da produtividade da sociedade. Do ponto de vista pedagógico, pode se concluir que se para a pedagogia tradicional a questão central é aprender, para a pedagogia nova a aprender a aprender e para a pedagogia tecnicista o que importa é aprender a fazer.

A teoria crítico-reprodutivista contrariando a teoria não crítica, passa a enxergar não ser possível compreender a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais, há uma dependência da educação em relação à sociedade chegando a conclusão de que a função própria da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere. Todas as reformas escolares fracassaram, assim ficando evidente o papel que a escola desempenha: reproduzir a sociedade de classes e reforçar o modo de reprodução capitalista.

O autor revela três diferentes manifestações que tiveram maior repercussão e alcançaram um nível maior de elaboração:

  1. Teoria do sistema de ensino como violência simbólica
  2. Teoria da escola como aparelho ideológico de estado
  3. Teoria da escola dualista

- A teoria do sistema de ensino como violência simbólica manifesta-se de múltiplas formas: formação da opinião pública pelos meios de comunicação de massa, jornais, pregação religiosa, atividade artística e literária, propaganda e moda, educação familiar etc....  

Mas com relação a ação pedagógica institucionalizada, ou seja, o sistema escolar, a teoria da violência simbólica busca explicar a ação pedagógica com imposição arbitrária da cultura a qual também é arbitrária dos grupos ou classes dominantes aos grupos ou classes dominados, a violência simbólica na escola ocorre de diversas maneiras tanto do professor para o aluno tratando-o de forma igual aos outros, não se preocupando com a sua diferença social ou econômica, ou quando o professor impede o aluno de pensar fazendo-o apenas reproduzir o que a escola deseja, e até mesmo do aluno para o professor quando este se mostra desinteressado com relação ao conteúdo que o professor lhe repassa.

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