A IMPORTÂNCIA DO APRENDER BRINCANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Licenciatura em Pedagogia

A IMPORTÂNCIA DO APRENDER BRINCANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Claretiano - Centro Universitário

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP

2017

A IMPORTÂNCIA DO APRENDER BRINCANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CONTEXTUALIZAÇÃO

Ao estudar sobre o brincar, nos perguntamos qual a importância do brincar para a criança? Como o brincar auxilia no desenvolvimento da criança?

Para responder nossas indagações faremos uma investigação científica baseada em autores que estudaram sobre o brincar, sabemos que o ato de brincar é de extrema importância para o desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças.

A presente pesquisa terá como fundamentação teórica a literatura atual sobre o brincar na infância que considera os contextos escolares como espaço de aprendizagem,  visando o pleno desenvolvimento da criança, para tal vamos analisar as obras de alguns autores, como Zanluchi, 2005; Vygotsky, 1998; Carvalho, 1998; Oliveira, 2000; Borsa 2007 e RCNI, 1998.

Desde muito cedo o brincar assume um papel fundamental na vida da criança, assim como afirma Carvalho:

                                                  (...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.(Carvalho, 1992, p. 14)

O educador tem papel fundamental na brincadeira e no fazer com que ela se torne um momento de aprendizagem, é ele quem fará a intermediação e também deverá saber quando deixar o brincar ser livre para que a criança aprenda, assim citado por Oliveira.

                                                  O desafio do adulto reside em construir uma relação que permita à criança ser agente da sua própria brincadeira, tendo na figura dele um parceiro de jogo que a respeita e a estimula cada vez mais ampliar seus horizontes. (OLIVEIRA, 2000, p. 32).  

É necessário que o professor compreenda seu papel e seu potencial na formação da criança para que ocorram mudanças significativas.

O brincar favorece o desenvolvimento integral da criança em todos os seus aspectos, auxilia a criança a identificar regras, conflitos e hipóteses sociais para sua integração na sociedade.

Borsa afirma:

                                      O grupo social onde a criança nasce (...), além de satisfazer suas necessidades, transmiti-lhe a cultura acumulada ao longo de todo o curso de desenvolvimento da espécie. Essa transmissão cultural envolve valores, costumes, atribuição de papéis, ensino da linguagem, habilidades e conteúdos escolares, bem como aquilo que cada grupo social foi acumulando ao longo da história e que é realizado através de determinados agentes sociais, que são encarregados de satisfazer as necessidades da criança e incorporá-la ao grupo social. (BORSA, 2007, p.2)

Vygotsky afirma que através do convívio e interação com o outro que ocorre o desenvolvimento, a criança apropria-se de novos saberes  e entende o papel do adulto através do jogo simbólico.

Vygotsky afirma que

                                                 O sujeito se constitui com a interação com o outro por meio de atividades, o autor refere-se que ao brincar a criança tem a capacidade de imaginar, fazer planos e apropriar-se de novos conhecimentos apropriando-se do mundo e das relações das atividades e dos papeis dos adultos mesmo que simbolicamente ela reelabora sentimentos e atitudes. (VYGOTSKY, 1998, p.53)

A afirmação abaixo, de Zanluchi, vem de encontro com a afirmação de Vygotsky, é brincando que a criança se prepara para a vida adulta.

Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que "Quando brinca, a criança prepara-se para a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas."

Froebel defendeu que o início da infância é uma fase importante e decisiva na formação pessoal, ele afirmava que a criança é uma planta em fase de formação e que o brincar é o primeiro recurso no caminho da aprendizagem.

O brincar tem um significado muito importante para a criança, o desenvolvimento da imaginação, independente da realidade, ela cria o brinquedo.

                                                 Ao brincar com um tijolinho de madeira como se fosse um carrinho, por exemplo, ela se relaciona com o significado em questão ( a ideia de carro ) e não com o objeto concreto que tem nas mãos.O tijolinho de madeira serve como uma representação de uma realidade ausente e ajuda a criança a separar objeto e significado.Constitui um passo importante no percurso que levará a ser capaz de, como no pensamento adulto, desvincular-se totalmente das situações concretas. O brinquedo provê, assim, uma situação de transição entre a ação com objetos concretos e suas ações com significados. (OLIVEIRA,1997, p.66 )

JUSTIFICATIVA

A escolha deste tema se fez pertinente em virtude do trabalho que desenvolvemos  na educação infantil, percebemos o quanto o brincar desenvolve a criança e o quanto esse ato é importante e prazeroso para ela.

 Como podemos observar o brincar na educação infantil permite o desenvolvimento integral da criança e o seu relacionamento com  o outro, é através dos jogos e brincadeiras que ela consegue extravazar suas tristezas e alegrias, angustias, entusiasmos, passividades e agressividades além de desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a criatividade e habilidade para desenvolver a sua aprendizagem.

Observamos que através do brincar são desenvolvidas regras de convivência, respeito ao próximo e valores que serão internalizados para serem usados na escola, em casa e em todos os lugares que a criança conviva.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.