APRENDER BRINCANDO: A IMPORTÂNCIA DO ELEMENTO LÚDICO NA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Ana Pamplona • 10/10/2019 • Trabalho acadêmico • 12.429 Palavras (50 Páginas) • 251 Visualizações
APRENDER BRINCANDO: A IMPORTÂNCIA DO ELEMENTO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTI.
Ana Carolina Pamplona
Katia Emília Maciel
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (PED1546) – Estágio
21/10/2019
1 INTRODUÇÃO
A história descreve que a educação infantil no Brasil, e no mundo, passou por longos períodos de privações sociais, marcadas, principalmente, pela falta de acesso das famílias à educação. A compreensão sobre a criança vem passando por mudanças ao longo dos tempos, mas não de forma homogênea e universal, com destaque ao ponto de vista cultural. Assim, em cada período histórico, a criança passou a ser considerada de diferente forma, influenciando, inclusive, na vida adulta de cada sociedade. A convivência das pessoas em sociedade, considerando-se poucas décadas atrás, delineou-se de maneira distinta da que conhecemos hoje.
A transformação social a partir do século XVIII trouxe uma nova percepção às famílias, de modo que estas passaram a ser vistas de maneira mais íntegra e essencial, recebendo, inclusive, mais atenção do poder público. A inserção da mulher no mercado de trabalho e a valorização da infância afloram na sociedade e no Estado, com isso, preocupações mais pertinentes relacionadas aos cuidados com a criança obrigam os governantes a privilegiar o desenvolvimento de instituições de educação infantil.
No princípio, as creches e os demais ambientes de educação para crianças tinham caráter meramente assistencialista. Eram voltados para os cuidados de primeira necessidade, e não transformavam a realidade social. Esse modelo institucional permaneceu por relevante período de tempo, e revelava, muitas vezes, o despreparo do profissional da educação. A criança não era percebida como um ser em formação, com capacidade criativa e propensa à aquisição de conhecimento. A infância era considerada como uma mistura homogênea, na qual não se separava as etapas de desenvolvimento. Dessa forma, a criança era vista como um pequeno adulto, a qual vivenciava apenas uma fase de transição, sem maiores significados.
O avanço social e as novas preocupações com a família tornaram-se tema polêmico entre os profissionais sociais e o Poder Público. Surgiu, daí, a conscientização da necessidade de haver leis que protegessem a infância, tanto no âmbito familiar quanto no educacional. No âmbito dessas normatizações, destaca-se o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que apresentam especificidades norteadoras para os trabalhos das instituições infantis.
Esse novo olhar dado à criança e à educação desperta na sociedade a importância de se valorizar os pequenos como um todo, ou seja, um indivíduo que sente a necessidade de criar, interagir, construir, brincar, relaxar, descobrir, imaginar, desenvolver. Aos poucos, a criança foi perdendo seu aspecto oculto e ganhou espaço social, sob o olhar atento da família, das instituições e do Poder Público.
As transformações ocorridas proporcionaram o aprimoramento das práticas voltadas para o desenvolvimento da criança. Os brinquedos e as brincadeiras foram especificando-se conforme os adultos percebiam as necessidades de aprimorá-los. Em vários períodos, esses recursos eram direcionados aos pequeninos sem nenhum valor educativo, ou seja, as crianças apenas brincavam, e, em relação a essa prática, não se levava em consideração a busca por elementos capazes de produzir no individuo ou na sociedade um movimento de mudança positiva.
As brincadeiras e jogos, com o transcorrer do tempo, passaram a ser encarados como elementos lúdicos, de grande valia para o aprendizado e para o desenvolvimento infantil, e passaram a ganhar espaço nas instituições de educação infantil e nas famílias.
O brincar faz parte do universo da criança, e acontece na vida destas já muito cedo. Através de brincadeiras e jogos, as crianças desenvolvem a linguagem, adquirem o aprendizado das tomadas de decisões, da convivência em grupo e da preparação para o mundo adulto. Em decorrência desses benefícios, na atualidade, ampliam-se cada vez mais o repertório de teorias voltadas ao aspecto lúdico a fim de auxiliar o aprimoramento das áreas cognitivas, conativas e afetivas das crianças.
O lúdico envolve toda e qualquer atividade que tem como objetivo promover prazer e motivação aos praticantes. Portanto, esse elemento alia-se à educação, por meio de jogos, brincadeiras e outras atividades, favorecendo na memorização de fatos e em testes cognitivos. As atividades lúdicas consistem em exercícios sadios e propícios ao alívio de dificuldades emocionais e escolares, fortalecendo a autoestima e a autonomia do aprendiz. Na Educação infantil, os recursos lúdicos são muito utilizados. Crianças de zero a seis anos de idade, ao interagirem com outras, desempenham papéis sociais, possuem alto potencial imaginativo e criativo, que promovem o desenvolvimento das capacidades motoras e de raciocínio.
As instituições de educação infantil, sejam privadas ou públicas, passam a revelar-se como solo fértil no desenvolvimento de trabalhos que propiciam as habilidades motoras, de caráter, valores e conhecimentos. As práticas educativas atualmente não têm desconsiderado o aspecto lúdico existente no brincar, nos jogos, nos brinquedos ou nas brincadeiras. Nesses instantes de descontração, conteúdos são desenvolvidos e trabalhados de modo instigante proporcionando momentos significativos. O modo como o professor conduz a brincadeira desenvolverá psicológica, intelectual, emocional, físico-motora e socialmente as crianças. Por isso, os espaços e tempos para se brincar são imprescindíveis nos dias de hoje.
2 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
O capítulo segundo aborda o desenvolvimento da educação infantil em nosso país, sua necessidade e importância como agente transformador tanto para criança quanto para família e sociedade, sob o aporte legal que assegura o direito obrigatório à educação pré-escolar, no caso, a Lei de Diretrizes e Bases e o Estatuto da criança e adolescente.
Abordar-se-á neste capítulo, ainda, o desenvolvimento da educação infantil em seu aspecto educativo. A função das instituições infantis tem sido aprimorada, e já não se pode mais descartar as necessidades lúdicas da criança também durante o período escolar. Além disso, as brincadeiras sofreram processo de evolução, tornando-se objetivas e favoráveis na construção de conhecimentos, e os ambientes de educação são os espaços adequados para tais experiências.
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