A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Nando Pamih • 26/10/2018 • Trabalho acadêmico • 2.648 Palavras (11 Páginas) • 309 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Aline Almeida1 Pamela Teixeira da Costa1
Professor Orientador 2
RESUMO
Este artigo tem por finalidade falar sobre a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil, visando a busca de respostas que comprovem a necessidade de trazer a atividade lúdica para a prática pedagógica, construção de novas aprendizagens de maneira lúdica e prazerosa como objetivo de conhecer o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo.
Palavras Chave: Lúdico. Criança. Educação Infantil.
1 INTRODUÇÃO
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano. Sendo o brincar um ato espontâneo da criança e importante nessa fase, percebemos que a habilidade de criar de cada sujeito está muito entrelaçada nos momentos de brincadeiras livres. Brincadeira é o trabalho da criança, é a forma através da qual ela se conhece e conhece o mundo.. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem. Contudo, o brincar permite a criação realizada pelo sujeito, dando vida ou transformando o objeto em algo importante em sua brincadeira. Os educadores, de modo geral, sentem dificuldade para transmitir muitos conhecimentos, que poderiam ser mais facilmente transmitidos, se o professor usasse brincadeiras lúdicas para este fim. Aprender brincando pode proporcionar muitos benefícios para as crianças. As brincadeiras direcionadas ofertam às crianças um ambiente agradável e interessante; possibilitando assim, o aprendizado de várias habilidades úteis a sua vida social e afetiva.
Para definir a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos outros. É importante perceber e incentivar a capacidade criadora das crianças, pois esta se constitui numa das formas de relacionamento e recriação do mundo, na perspectiva da lógica infantil.
Neste sentido, o objetivo central deste estudo é analisar a importância do brincar na Educação Infantil, pois, este é um período fundamental para a criança no que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa.
Assim, este artigo tem como objetivo geral compreender a importância do brincar para a criança na educação infantil, uma ótima estratégia para o professor na sua prática pedagógica. Proporcionando situações onde a criança possa observar o ambiente com curiosidade se sentindo integrante do mesmo, sendo permeada pela problemática de que porque o brincar é importante para o desenvolvimento infantil?
2 O PROCESSO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O lúdico e a educação a vinculação do termo “lúdico” à educação tem sido constante nos discursos da área pedagógica, na qual a exaltação de sua importância, a valorização de seu emprego para o desenvolvimento integral da criança ressoa por toda parte. Apesar do destaque mais intenso que o tema vem recebendo atualmente, os estudos que defendem sua aplicação e seu vínculo ao processo educativo podem ser verificados ao longo dos registros de nossa história. Diversos são os autores que desde a antiguidade ressaltam as qualidades educativas que o jogo, por seus atributos, tem a propriedade de alcançar.
Conforme afirma Kishimoto (1998), a importância do jogo já fora destacada por filósofos como Platão e Aristóteles, e posteriormente Quintiliano, Montaigne e Rousseau, que já defendiam, àquela época, o papel do jogo na educação. No entanto, afirma a autora que foi no início do século passado, a partir de Fröebel (1913), o criador do jardim-da infância, que o jogo passou a fazer parte do currículo de educação infantil. Desde a antiguidade, destaca-se como grande defensor das atividades lúdicas são Tomás de Aquino, que, no século XIII, defendia o brincar como necessário para o desenvolvimento humano.
A partir da década de cinquenta do século XX, surgiram vários 136 artigos originais liana Romera, et al. , Porto Alegre, v.13, n. 02, p.131-152, maio/agosto de 2007. Estudos sobre o jogo, e seus mais importantes estudiosos concordam ser ele um fenômeno da mente, sendo visto como uma atividade que pode ser expressiva ou geradora de habilidades cognitivas gerais. Destacam-se obras de outros autores que se debruçaram sobre o tema, como Callois (1988) e Huizinga (2000), que se propõem a um estudo do lúdico relacionando-o ao jogo. No entanto, são autores da psicologia, como Wallon (1966), Piaget (1978), Winnicott (1975), Vigotsky (1982), os principais autores que mostraram, a partir de suas obras, a importância do jogo como elemento de contribuição para o desenvolvimento infantil, proporcionando à criança a possibilidade de aquisição de regras, expressão de seu imaginário, apropriação e exploração do meio e aquisição de conhecimentos. Segundo Huizinga (2000, p. 6), o lúdico manifesta-se através do jogo: “a existência do jogo é inegável. É possível negar, se quiser quase todas as abstrações: a justiça, a beleza, a verdade, o bem, deus. É possível negar-se a seriedade, mas não o jogo”. Defende o autor a “não seriedade do jogo”, o que não significa afirmar que o jogo não é sério. Vivemos, na atualidade, numa sociedade mais propensa ao homo faber que ao homo ludens; o brincar das crianças não é o que existe de mais importante no elenco de preocupações que os adultos têm com relação a elas, ou de expectativas que criam acerca de suas vivências escolares. As observações colhidas durante a pesquisa de campo mostraram que, na escola infantil, em alguns casos, os pais são os primeiros a expressar insatisfação quando da percepção de que a criança tenha brincado durante o período de aula. Eles expressam uma satisfação maior com as tarefas e os trabalhos que possam ser desenvolvidos pelas crianças do que com as manifestações advindas dos jogos, das brincadeiras ou das atividades nas quais as manifestações lúdicas se encontram mais presentes, uma vez que, de certa maneira, situações permeadas de ludicidade não lhes soam como produtivas, tampouco como ferramenta de preparação de seus filhos para o futuro. A partir dessa forma de compreensão, o brincar é compreendido, na sociedade, como perda de tempo. O lúdico no processo pedagógico... 137, Porto Alegre, v.13, n. 02, p.131-152, maio/agosto de 2007.
...