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Afinal, será que o lobo era mesmo mau?

Por:   •  14/5/2016  •  Artigo  •  627 Palavras (3 Páginas)  •  230 Visualizações

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RECRIANDO CLÁSSICOS LITERÁRIOS: [pic 1]

Será que o lobo era mesmo mau?

“E eles viveram felizes para sempre...”. Esse é o final clássico da maioria dos contos infantis e é por ele que esperamos cada vez que ouvimos ou lemos essas histórias. Mas e se essa história tivesse um final diferente?

Este é um dos objetivos do projeto “Resgate e releitura dos Clássicos da Literatura Infantil” desenvolvido no Centro de Educação Infantil Algodão Doce, localizado em Biguaçu, SC.

O projeto vem sendo desenvolvido a partir de fevereiro de 2015, tendo como grupo foco crianças de 4 a 5 anos de idade e possuem como eixos norteadores ás relações interpessoais de crianças de 4 a 5 anos e o envolvimento com o meio, o envolvimento e a corresponsabilização das famílias, o papel dos educadores na integração entre cuidar e educar e funções específicas no atendimento a crianças de 4 a 5 anos.

Ao nos depararmos com a crescente necessidade de explicações nesta faixa etária, buscamos desenvolver um projeto que partisse das reflexões e questionamentos feitos no dia-a-dia do C.E.I  através da prática de contações de história já desenvolvidas pela professora da turma, tendo como objetivo aprimorar estes contos clássicos, buscando suas possíveis releituras e reflexões.

Iniciamos o trabalho com o conto “Os três Porquinhos”. Partindo do clássico temos:

Três porquinhos irmãos foram morar numa floresta. E para se proteger dos lobos decidiram construir suas casas. O mais novinho só queria brincar, fez rapidinho uma casinha de palha e saiu a passear. O do meio gostava de tocar flauta. Então, fez uma casinha de madeira e saiu para tocar. O mais velho, prevenido, gastou todo o seu tempo fazendo uma linda casa de tijolos. À noite o lobo resolveu atacar. E num só sopro, derrubou a casinha de palha. O porquinho correu para a casa de madeira do irmão, mas o lobo derrubou esta também. Os dois porquinhos foram à casa do irmão mais velho e ficaram quietinhos esperando. O lobo chegou e soprou, soprou, soprou, mas não conseguiu derrubar a casa. O lobo tentou entrar pela chaminé da lareira, mas os porquinhos prevenidos acenderam ali uma fogueira. Quando o lobo chegou perto, chamuscou o rabo no fogo e saiu correndo feito louco e nunca mais voltou. (Contos Clássicos, 2002)

Ao partirmos desta história, as crianças, com o auxílio das pibidianas refletiram alguns temas principais:

Criança 1: “Mas a casa da mamãe era quentinha”
Criança 2: “Os porquinhos queriam ficar sozinhos e pegaram o que era mais melhor pra eles”
Criança 3: “O lobo era fortão e daí ele assoprava forte e daí caia e eles fugiam bem rapidão”

A busca dos porquinhos por independência, o tempo para brincar e para construir, as diferentes formas e modos de construir as casas, a proteção contra o lobo, a força do lobo, as táticas utilizadas tanto para derrubar quanto para se proteger, foram algumas conclusões a que as crianças chegaram.

Mas afinal, “será que o lobo era mesmo mau”?

Será que o lobo poderia estar gripado e as casas poderiam voar por conta do seu espirro? O lobo poderia estar com fome, não necessariamente de porquinhos, mas de comida? O lobo poderia estar com frio e por isso queria um abrigo junto aos porquinhos?

Os contos infantis, com suas luzes puras e suaves, fazem nascer e crescer os primeiros pensamentos, os primeiros impulsos do coração (Irmãos Grimm apud Darnton,1986) e estes são necessários no desenvolvimento das crianças. Ao incluirmos a reflexão para além do que a história nos mostra, possibilitamos que as crianças tenham diferentes perspectivas e olhares a respeito do que leem, formando, consequentemente, seu senso crítico e reflexivo.

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