Alfabetização e Cidadania Magda Soares

Capítulo 04- Alfabetização e Cidadania- pág. 55 a 60

O termo cidadania tem sido amplamente discutido nos âmbitos político e acadêmico, a partir dos anos 80. Sendo assim, será analisada a relação entre alfabetização e cidadania sob duas perspectivas contraditórias: de um lado negar, e de outra afirmar a vinculação que há entre o exercício da cidadania e o acesso a leitura e a escrita.

Quando dizemos que a alfabetização e cidadania estão vinculadas ao acesso a leitura e a escrita, afirmamos que o indivíduo só é capaz de agir politicamente, de participar, de ser livre, responsável, consciente e de ser cidadão, ou seja, o analfabetismo impõe limites a execução dos direitos sociais, civis e políticos que constituem a cidadania.

Porém, a construção da cidadania se faz por intermédio da prática social, política, movimentos de reivindicações, organizações populares, proporcionando a participação ativa do povo lutando por seus direitos, fazendo-se cidadão. Paulo Freire, afirma que é por meio da alfabetização e do papel dela no processo de emancipação civil e politica e de construção da cidadania. Portanto, a alfabetização se faz instrumento na luta pela conquista da cidadania.

Por outro lado, a alfabetização é um instrumento necessário a vivência política, econômica, social e cultural que privilegia determinadas classes e categorias sociais que assumem o exercício do poder sobre a classe analfabética. Para a afirmação, não existe possibilidade de cidadania sem o amplo acesso de todos à leitura e a escrita, pois saber ler e escrever permite o acesso a condições de participação social e cultural, e é fundamentalmente um processo político.

Sendo assim, a alfabetização sob a perspectiva de afirmação ela é imprescindível ao desempenho de cidadania. Portanto, o exercício da cidadania deve ser garantido a todos, independente se o indivíduo for letrado ou não.