Alfabetização e Letramento

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

ALUNOS:

           

                 

TRABALHO EM GRUPO

Conversando sobre reunião de pais

LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA

2016

Uma instituição que tenha uma perspectiva inclusiva e democrática deve incentivar e criar meios que possibilitem uma relação constante e próxima entre as duas esferas educativas na vida da criança, família e escola, e um meio facilitador é a reunião de pais e mestres.

Este tema é de extrema relevância para o meio educacional, no entanto, assim como relata Althuon (1996) temos pouca referência bibliográfica disponível para debruçarmos sobre o assunto. E ao mesmo tempo ele é tão necessário para um pleno desenvolvimento do trabalho pedagógico do professor, pois quando estão e consonância escola e responsáveis o desempenho do aluno tende a ter ganhos expressivos, tanto no rendimento, como no andamento escolar.

De acordo com Souza (2009) tendo em vista todas as mudanças ocorridas na família ao longo da história em função de diversos fatores, entre eles a emancipação feminina, os papéis da escola foram ampliados para dar conta das novas demandas da família e da sociedade, isso demonstra o quão importante é a reunião de pais e mestres para por esses responsáveis em contato com a instituição, com seus valores, sua estrutura pedagógica e seus colaboradores, aumentando assim a confiança e parceria entre  eles e a instituição que zelam da criança.

De acordo com o RCNEI (BRASIL 1998) as reuniões de pais para discussão sobre o andamento dos trabalhos com as crianças são sempre bem-vindas e se constituem em um direito dos pais. Compreendemos assim, que as reuniões de pais e mestres servem para uma rica troca de conhecimentos acerca da criança, tanto para os pais que conhecerão o desenvolvimento pedagógico do seu filho, como para os professores que passarão a conhecer o universo desta criança fora da escola, como é sua família e como se dá suas relações interpessoais para fora dos muros institucionais.

A reunião de pais, portanto, serve às duas partes interessadas no progresso e bem-estar da criança, a escola ganha em poder conhecer o universo familiar, cultural e social do aluno, e os pais/responsáveis adquirem conhecimento sobre a realidade escolar com suas prioridades, metodologias e propostas pedagógicas.

Para que os encontros sejam produtivos, o professor deve estar bem preparado para este momento, Althuon (1996) diz que não se pode organizá-lo no recanto da diretoria, desconsiderando a diversidade de pais que estarão presentes, sendo que todos devem ser atendidos dentro de suas necessidades e dúvidas. O autor ainda ressalta que um bom planejamento para uma reunião produtiva, se inicia pelo convite, que deve ser claro e especificar como decorrerá a mesma, incluindo seu tema, se haverá a participação de convidados, etc. De acordo com o tema se definirão os objetivos que devem ser claros e atender as necessidades dos pais/responsáveis.

Althuon (1996, p. 32) diz que “ estabelecer o tema e definir os objetivos é um dos aspectos mais importantes no preparo da reunião. Não é fácil definir um tema que seja ideal. Normalmente isto requer reflexões...”  

Os professores poderão contribuir ricamente com os pais, transmitindo-lhes seus conhecimentos sobre desenvolvimento infantil, sobre como lidar com cada fase da criança. Percebemos assim, que as contribuições desta importante estratégia de aproximação de pais à instituição têm inúmeras possibilidades e vantagens e deve ser tratada com muita dedicação e planejamento para não haver desperdício de nenhum momento do pouco tempo reservado a esta tarefa durante o ano letivo.

Garcia (2011) ao tratar de como elaborar uma boa reunião de pais, diz que diante da tarefa de gerir as reuniões, o professor, de um modo ou de outro enfrenta as seguintes questões: que assuntos tratar? De que forma apresentá-los? E que estratégias utilizar?

Kramer (1993) citado por Garcia (2011) diz que, quanto ao cuidado na escolha dos assuntos e dos tipos de dinâmicas para as reuniões, deve-se evitar tanto reuniões em que há cobranças dos pais e reclamações sobre as crianças, quanto reuniões didáticas ou normativas em que se pretende ensinar os pais como cuidar de seus filhos.

Quanto ao tempo, a reunião não deverá durar mais que 90 minutos, Althuon (1996, p. 57) diz que “ normalmente você usa 5 minutos para a introdução, 70 para o desenvolvimento e 10 para conclusão. ” Assim, você evita que a reunião fique cansativa e maçante para todos.

Kramer (1993) elenca três modos de gestão de uma reunião quanto a sua forma, são eles: forma desorganizada, onde a pauta pré-definida pela instituição é justaposta afim de acelerar a reunião, havendo assim uma indefinição quanto ao começo, meio e fim, o que torna a reunião dispersa, desorganizada e pouco produtiva. Há a forma rígida, onde o professor segue metodicamente a pauta pré-definida, sem espaço para improvisos e inflexível para sugestões dos pais, o professor dita o ritmo e fica dependente da pauta, e pôr fim, há a forma compartilhada, onde a pauta é usada apenas como uma referência, havendo flexibilidade para tratar os temas com participação e entrosamento dos pais sobre como deve decorrer a reunião, o professor é autônomo, flexível e criativo, aberto para trabalhar livremente os temas com os pais no decorrer da reunião.

Quanto ao conteúdo das reuniões, Garcia (2011) levanta também três pontos fundamentais, primeiro, conteúdos com temas burocráticos, onde são priorizados passar aos pais as normas escolares e informações gerais para deixar claro como devem ser os limites no relacionamento dos pais com a instituição. Segundo, conteúdos com temas comportamentais, onde se privilegia tratar de questões afetivas e comportamento das crianças e como é a relação entre pais e filhos e como deveria ser. Por fim, conteúdos com temas educacionais, onde a primazia fica para o projeto pedagógico, o esclarecimento da importância da relação entre professor/aluno/responsáveis, chamando os últimos a estarem presente constantemente no âmbito escolar.