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Alfabetização e letramento 2

Por:   •  26/10/2015  •  Resenha  •  1.327 Palavras (6 Páginas)  •  395 Visualizações

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Alfabetização e Letramento

Sintese

O texto apresentado no Simpósio Escolarização básica da qualidade, sob a perspectiva da questão da qualidade, concepções de alfabetização e alfabetismo.

A autora reconhece que o tema discutido é reincidente nos mais diversos debates no âmbito da escolarização básica. Entretanto a autora, não pretende neste artigo fazer reflexão ou discutir sobre a qualidade da alfabetização, esta já vem sendo discutida a décadas, mas sim, sobre a coisa(alfabetização) da qual a qualidade estamos preocupados.

As análises e discussões ocorridas frequentemente no país sobre a qualidade da alfabetização, faz-se em duas perspectivas: ou se buscam os fatores determinantes da qualidade da alfabetização ou por meio da avaliação do processo ensino-aprendizagem da língua escrita.

 No primeiro caso a qualidade é analisada em função de índices de exclusão, evasão e repetência. São numerosos e frequentes os estudos e pesquisas relacionados a qualidade da alfabetização no Brasil no sentido de quantificar a qualidade de ensino. No segundo enfoque, avalia-se o desempenho da criança em comportamentos da leitura e escrita.

Assim a definição da palavra qualidade como sendo: propriedade, atributo ou condições das coisas ou das pessoas, capaz de distingui-la das outras e de lhes determinar a natureza. A qualidade da alfabetização diz respeito a propriedade, atributo ou condições desta, e é neste sentido que a autora  questiona a ausência da identificação destes atributos ou o que difere a alfabetização das outras coisas, tarefa esta considerada pela autora  extremamente difícil.

Razões que determinam a dificuldade de identificar as propriedades, atributos ou condições da alfabetização: primeira, em que a alfabetização persegue? No fato de ser uma variável contínua e não discreta. Em que o aluno parte do nada e passa a ser considerado alfabetizado no momento em que passa a dominar a leitura e a escrita?

Segunda dificuldade: condições da qualidade da alfabetização e a diversidade dos conhecimentos e habilidades que constituem o alfabetismo e os diferentes graus de complexidade desses conhecimentos e habilidades. E quais habilidades e usos constituem as propriedades, atributos e condições da alfabetização? Na busca de resposta para estas questões, acredita-se que as condições que distingue a qualidade do alfabetismo, é que as propriedades, atributos e condições que constituem a qualidade da alfabetização depende do contexto histórico, social, econômico, político, cultural, educativo em que estas práticas ocorrem.

O que acontece é que, nos países de Primeiro Mundo o significado de alfabetismo/analfabetismo e analfabeto/alfabetizado são totalmente diferentes do significado destes mesmos em países de Terceiro Mundo.

Sendo assim, a definição da qualidade da alfabetização é diferente lá e cá. Quando discutido aqui no nosso país a qualidade da alfabetização não é aquilo que os países de Primeiro Mundo se referem.

Questões como estas apontadas pela autora são desconsideradas nas discussões ocorridas há décadas em nosso país com a temática da qualidade da alfabetização, e a falta de reflexão destes aspectos tem trazidos graves problemas para solucionar a busca da qualidade da alfabetização.

 Alfabetização e Cidadania

A autora comenta que: a relação entre alfabetização e cidadania pode ser analisada sob duas perspectiva; negação e afirmação, vinculadas entre o exercício da cidadania e o acesso à leitura e à escrita.

Negação: o ingresso à leitura e à escrita não é obrigatório ao exercício da cidadania nem mesmo à conquista da cidadania.

Declaração esta que está vinculada ao senso comum o termo alfabetização e cidadania, pois nesta concepção só o sujeito que sabe ler e escrever é apto para agir politicamente, de ser livre, de participar, de ser homem histórico e político, ou seja, ser cidadão.

O fato é que esta concepção esconde os fatores determinantes tanto da exclusão quanto da construção da cidadania. O destaque excessivo posto na alfabetização como fator que determina o exercício da cidadania e no precário acesso à leitura e à escrita, esconde a verdadeira face dessa exclusão, visto que os excluídos são passivos da alienação, da opressão, financiadas pelas estruturas privatizantes do poder, tendo em vista a distribuição desigual de direitos sociais, civis e políticos s diversas classes e categorias sociais.

A exclusão do participar e do agir, está longe de ser produto de uma ignorância causada pelo analfabetismo, pelo não acesso à leitura e à escrita.  Ela é produto das injustiças sociais que impedem o pleno exercício dos direitos sociais, políticos e civis que compõe a cidadania. Basta considerar os indicadores da exclusão; altas taxas de analfabetismo, repetência, evasão e exclusão da escola que concorrem com baixos salários, índices elevados de subnutrição e mortalidade e da expectativa de vida, que é experimentada por grande parcela da população brasileira. Portanto, só se estará contribuindo para o exercício da cidadania quando se contextualizar a alfabetização no quadro mais amplo dos determinantes da cidadania, vendo a alfabetização como um meio, entre outros, de luta contra a discriminação e as injustiças sociais.

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