Alfabetização e letramento

Alfabetização e Letramento

Magda Soares em seu artigo diz que a alfabetização e letramento são dois processos diferentes, porém, devem ser trabalhados simultaneamente nas escolas, apesar de serem conceitos diferenciados, um complementa o outro.

 A língua não é um mero código para a comunicação, diz a autora; e letrar é trabalhar com diferentes usos de escrita na sociedade, é inserir a criança no mundo letrado. No Brasil, a invenção do letramento se dá em meados dos anos 80 e aparece sempre ligado á compreensão de leitura e escrita como práticas sociais que privilegia a visão de língua que usamos a todo instante quando nos comunicamos.

A alfabetização está ligada á concepção de escrita, como sistema ordenado pelas regras gramaticais, ou mesmo de escrita como código que é preciso decifrar,  ela  consiste em apropriar-se do sistema alfabético, ortográfico e de escrita, mas as crianças estão se apropriando disso também no contexto de letramento, através de leituras da literatura infantil, na prática da escrita, então seja, são as articulações de letramento e alfabetização trabalhadas juntas que farão a diferença, mesmo cada uma com a sua especificidade quanto a metodologia de trabalho.

Magda afirma que no Brasil, há um progressivo uso do conceito de letramento para denominar os processos que levam as pessoas a terem um domínio adequado da leitura e da escrita, como por exemplo: Ela cita materiais publicados na mídia, nos quais  saber ler e escrever um simples bilhete,  já era considerado condição  satisfatória   para tirar essa pessoa da lista de analfabetos.

Essas diferenças são defendidas pela autora como indissociáveis, apesar de ser consideradas por ela, porém, a escola deve trabalhar letramento e alfabetização simultaneamente para se evitar o fracasso escolar. Não basta ensinar os aspectos da língua como códigos, apenas alfabetizar, é também preciso trabalhar a língua em seus usos sociais. O fracasso escolar até bem pouco tempo estava relacionado ao fato das escolas privilegiarem apenas o processo de alfabetização. O ensino linguístico se baseava na relação entre sistema fonológico e o gráfico, entre sons que pronunciamos e as letras que são usadas para registrar esses sons. Por outro lado, muitas vezes o ensino da língua como sistema fonológico e gráfico, é deixado de lado, que mesmo por motivos diferentes, causam da mesma forma o fracasso escolar, então assim, trabalhando ambos processos o resultado trará benefícios na aprendizagem e fortalecerá o rendimento de cada aluno em sua formação.  

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