Análise e Desenvolvimento do Brincar
Por: amanda lunardi • 20/4/2019 • Trabalho acadêmico • 291 Palavras (2 Páginas) • 151 Visualizações
Segundo Alba Flesler, apenas quando tudo está bem haverá perturbação. “Nesse caso, ouviremos dizer que a criança chora e ninguém sabe dizer exatamente o que ela tem [...] ou ainda, mais tarde, que joga as coisas no chão, em lugares onde é difícil e incômodo encontrá-las”(FLESLER, 2012, p.98).
Flesler também cita o conceito de Tempos do Brincar freudiano, que “descrevem mudanças no ponto de vista do sujeito”(FLESNER, 2012, p. 101). Este conceito configura três tempos na brincadeira: o predomínio do Real, de reorientação dos gozos, o predomínio do Imaginário ,que se realizam em mudanças de cena, e, por último, o tempo do brincar com o predomínio do Simbólico, nos quais se recriam os jogos de palavras.
Artur, ao jogar no chão o pote de massinhas e gritar, e Luana, ao fazer birra diante de uma contrariedade, exemplificam a relação de perturbação apresentada por Flesler; no momento em que não foi feito o que era desejado, a criança “[…] vai quebrar os esquemas previstos, introduzindo dia após dia uma marca diferencial como resposta ao outro”(FLESLER, 2012, p.98).
Em relação aos tempos do brincar, as crianças observadas se encontram no primeiro tempo, pois não há teatralidade nem encenação, a criança “não oculta suas brincadeiras, mas também não as apresenta teatralmente”(FLESNER, 2012, p. 101); a brincadeira é explícita, elas não a fazem para o Outro, mas com o Outro. Luana, por exemplo, brincava de montar tijolinhos de madeira e derrubá-los, sem nenhuma encenação. O mesmo pode ser concluído de Artur ao brincar com peças de montar e da criança observada por Rafaela, ao brincar de encaixar as formas.
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