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As Narrativas (Auto) Biográficas No Panorama Profissional E Social

Por:   •  22/6/2024  •  Seminário  •  2.103 Palavras (9 Páginas)  •  69 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR VI

ALINE DE SOUSA SANTOS- RA:1630000140

JULIANA RIBEIRO COLARES- RA:1630000133

JANAÍNA RIBEIRO COLARES-RA:1630000137

AS NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS NO PANORAMA PROFISSIONAL E

SOCIAL

TEMÁTICA: HISTÓRIAS DE VIDA: UM PROCESSO DE FORMAÇÃO E DE

AUTOFORMAÇÃO.

QUIXADÁ – CE

2023

INTRODUÇÃO 

As histórias de vida revelam os processos de formação e de (auto)formação de cada sujeito ao longo de sua trajetória e a partir de diferentes experiências. Para Dominici (2010), o processo de formação ao longo da vida corresponde ao percurso pelo qual os indivíduos constroem as suas identidades por meio da autonomização. Dominici (2010, p.87) destaca ainda, que “aquilo em que cada um se torna é atravessado pela presença de todos aqueles de que se recorda.

A experiência com as narrativas (auto)biográficas oportunizaram espaços de diálogos e de construções de vínculos, em que os laços de confiança foram mútuos. Para revelar ao outro nossa história, nossas experiências, é imprescindível que haja uma teia de companheirismo e de afeto. Faz-se necessário ressaltar que o afeto é compreendido como a energia que move as ações e transformações nos seres humanos, pois sem a confiança, sem o companheirismo e a afeição de um pelo outro, não há motivação para a interação social e, por conseguinte, não haverá afetividade e tampouco espaços de diálogos para se conhecerem entre si, e no outros, a partir de suas próprias histórias e experiências de formação.

Portanto o presente trabalho visa apresentar os resultados de uma entrevista feita com a professora: Maria Ferreira de Oliveira em que a mesma abordada fatos de sua vida pessoal, profissional e acadêmica, descreve seus sonhos, conquistas e sua realidade atual. Deixando claro suas contribuições no contexto de educação, pobreza e desigualdade social e que a realização de nossos depende unicamente de nossa força de vontade.

JUSTIFICATIVA

O trabalho proposto traz uma abordagem sobre a história de vida da professora e cordelista Maria Ferreira de Oliveira dando ênfase a fatos de sua vida pessoal, profissional e acadêmica, por meio de sua autobiografia podemos perceber que os sonhos não são impossíveis, se acreditarmos em nós mesmos.

DELIMITAÇÃO DO TEMA OU TÍTULO

AS NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS NO PANORAMA PROFISSIONAL E SOCIAL. HISTÓRIA DE VIDA: UM PROCESSO DE FORMAÇÃO E DE AUTOFORMAÇÃO.

Nos dias atuais, portanto, num contexto novo, as escritas personalizadas que refletem a influência do esquema platônico incorporam um novo objetivo. recentemente, o que obtemos no inventário de uma pessoa é a exposição dos seus acontecimentos, o registro dos seus sucessos, com um comentário autobiográfico público. é a sequência da obra própria pelo próprio que fornece o sólido suporte para se compreender a passagem do tempo numa vida. a objetivação da narrativa autobiográfica dá-se a partir da sequência crítica marcante na continuidade da vida relatada. a consciência do eu nesse contexto é revelada apenas para um círculo restrito de leitores (no nosso caso, a academia), a biografia é construída para eles, havendo aqui a noção de público, embora numa dimensão menor (Bakhtin, 1981: 139).]

Os primeiros estudos sobre o ciclo de vida ou desenvolvimento profissional dos professores juntamente com o interesse pelo estudo biográfico avançam a partir da década de oitenta, indicando que a vida profissional dos professores é marcada por fases e ciclos. Habermas (1995) delimitou uma série de "sequências ou de maxis ciclos” que atravessam as carreiras das pessoas dentro de uma mesma profissão

OBJETIVO GERAL

Descrever o protagonismo da autobiografia, promovendo o conhecimento da autora, mostrando ao público o seu processo de vida ao longo dos anos e de autoformação.

OBJETIVO ESPECÍFICO

  • Mostrar a importância do processo de vida e de formação da entrevistada.
  • Descrever a carreira profissional ao longo dos anos até os dias atuais.
  • Promover conhecimentos da história de vida de uma profissional para os leitores.

REVISÃO DA LITERATURA

(Autobiografia de Maria Ferreira de Oliveira)

Nasci no ano de 1969, recebi o nome de Maria Ferreira de Lima, fui registrada aos nove anos de idade por meu pai, que havia me dado o nome de Enízia, infelizmente, este não constou no registro para minha tristeza, pois gosto muito, além de já ser conhecida desde pequena e atender pelo mesmo, como acontece até hoje. Sou a última de 13 filhos do senhor Afonso Firmino de Lima e dona Luiza Ferreira de Lima. Uma família pobre. Minha mãe era descendente de índios. Morávamos em um local de difícil acesso, em uma serra denominada de Serra do Teixeira, bem distante da Sede do nosso amado Município de Choró - Ce. Não pude frequentar uma escola enquanto criança, já que a única que existia ficava a uns quatro quilômetros de nossa casa, não havia a menor chance de me matricular e seguir uma vida de estudante como gostaria, além de meus pais não terem se esforçado para que isso acontecesse. Ainda criança tinha um sonho de ser professora, mas, tendo em vista a dificuldade de locomoção, meus pais se responsabilizaram por minha alfabetização, de uma forma bem rígida, pois faziam uso da palmatória para me fazer decorar as primeiras letras e as primeiras palavras. Aprendi a ler, o suficiente para “devorar” todos os livretos de cordéis que chegavam à minha casa, que meus pais compravam quando viajavam, a pé, até a cidade de Quixadá, a mais próxima que havia e que ficava a mais ou menos uns setenta quilômetros de onde morávamos. No entanto, essas leituras que eu fazia aos domingos, para meus tios, avós e outros parentes fizeram apaixonar-me por esse gênero que é tão gostoso de ouvir e também de escrever, o que faço até hoje. Mas o que eu queria mesmo era ir à escola, vivia sonhando constantemente com esse momento. Enquanto isso não acontecia, eu sempre participava dos eventos da igreja: cantava, discursava para padres, freiras e autoridades políticas que visitavam a comunidade. Era conhecida como a “menina sabida”, chegando a despertar o interesse de uma freira em querer levar-me para o Rio de Janeiro, mas meu pai não permitiu. No ano de 1978, minha irmã Socorro, a mais velha da família, levou-me para Fortaleza, com o intuito de colocar-me na escola, porém, ficou apenas na promessa, pois a mesma levava uma vida muito difícil e não tinha as mínimas condições de colocar-me na escola. Retornei para casa um ano depois, frustrada por não ter conseguido estudar em uma escola de verdade. Aos treze anos fui novamente para Fortaleza, trabalhar em casa de família e estudar, assim aconteceu. Trabalhava o dia inteiro e a noite estudava no Colégio Stella Maris, o qual era localizado na Avenida Antônio Justa, no bairro da Aldeota. Uma escola dirigida por freiras, 14 na qual aprendi a escrever meus primeiros textos, a observar a forma como as professoras Norma e Bernadete davam suas aulas. Enquanto isso realizava meu sonho de ser estudante. Apesar do cansaço do dia a dia, estava feliz. Permaneci na Capital por aproximadamente cinco anos. Já estava cursando a 7ª série na Escola Catulo da Paixão Cearense. Resolvi então passar as férias na minha querida serra e aconteceu o inesperado: casei-me, deixando para traz meu sonho de formar-me e ser professora. A partir de então passei a usar o nome: Maria Ferreira de Oliveira. Dez anos se passaram, tive três filhos: Paulo Henrique, Mike e Fábio, e, já não morávamos mais na serra e sim na fazenda Xique-Xique, a qual era situada no mesmo município. Nossa moradia agora no sertão, era possível buscar uma vida melhor para as crianças, já que tínhamos um melhor acesso, apesar da pouca oferta de políticas públicas, em se tratando de escola, já havia uma escolinha isolada bem próximo, há aproximadamente uns dois quilômetros de distância na qual os dois primeiros filhos começaram a estudar. Passados três anos que estávamos morando nessa localidade, em determinado dia, chegou à minha casa, a secretária de educação do município de Choró, desmembrado de Quixadá há quatro anos, Mocinha Cabral, acompanhada do senhor Antoniel, um representante político da localidade, para convidar-me a dar aulas em uma escola que estava sem professora. Foi uma surpresa grandiosa, pois o sonho de ser professora estava adormecido há anos. Mesmo com pouco estudo e sem nenhuma experiência aceitei o desafio. O medo tomava conta de mim, o coração acelerava cada vez que me imaginava em uma sala de aula, mas aconteceu. Chegou o grande dia de assumir, fevereiro de 1997, foi um dia inesquecível, pois ao chegar à escola, lá estava a turma a me esperar, eram alunos de 1ª e 2ª series, e, sem nenhuma experiência, fiquei nervosa e não sabia como iniciar a aula, porém dei boas-vindas aos mesmos e em uma conversa tímida dei o primeiro passo para o início de minha carreira profissional. Não bastava ser professora, eu precisava me preparar, estudar. Matriculei-me no supletivo. Trabalhava durante a semana e aos sábados ia estudar na sede do município de Choró, onde cursei: Ensino Fundamental, Ensino Médio e Profissionalizante. Dei continuidade à Graduação em Letras em 2002, na cidade de Quixadá, finalizando em 2004. Foram sete anos de muita luta, diria de sofrimento mesmo. Neste período houve muitos contratempos, almoçava uma fruta por não ter dinheiro para o almoço, pegava carona em carro de boi, carroceria de caminhão, mas tudo isso não foi suficiente para me fazer desistir, ao contrário, me deixou fortalecida. 15 Hoje, levo uma vida normal, procuro me aperfeiçoar a cada dia e como passatempo costumo escrever poemas de cordel, já que tenho essa afinidade com a rima, busco retirar a essência de assuntos diversos e transformá-los em versos quando necessário. E, para que pudesse assinar minhas produções, registrei em cartório o nome Enízia Oliveira, assim posso utilizar o nome que amo e que foi escolhido por meu pai, que adorava, também, escrever cordéis.

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