Brincadeirado Pesquisa Sobre Brincadeiras Infantis
Por: Beatriz Lustosa • 23/6/2023 • Resenha • 2.011 Palavras (9 Páginas) • 76 Visualizações
1.1 O que é brincar
O brincar expressa vida, é uma atividade espontânea e prazerosa, todo ser humano de qualquer faixa etária ou condição social pode ter acesso. Brincar é um ato instintivo, voluntário, uma atividade exploratória, ajuda as crianças no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social.
Maria Alice Setúbal (1987) apud MALUF (2004) afirma que podemos identificar o brincar em dois momentos:
- nas brincadeiras tradicionais, momento em que o indivíduo se insere na memória coletiva;
- na história de vida própria do indivíduo, que recorre as suas experiências no momento de brincar.
São atividades tão simples, e ao mesmo tempo sérias que diz tanto por si mesma.
Assim como a infância o brincar deve ser pensado, compreendido e cuidado. A criatividade, o prazer, o faz-de-conta, a imaginação, o brinquedo, a construção e o sonho devem sempre estar presente entre a brincadeira.
Para Bettelheim (1988) brincar é muito importante: enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos necessários a esse crescimento. Brincar é tão importante quanto estudar, pois ajuda a esquecer momentos difíceis.
Além de muitas importâncias o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz.
1.2 Brincadeiras na educação infantil.
Há algum tempo atrás, as crianças costumavam ser vistas brincando na rua, em frente as suas casas, enquanto seus pais conversavam. Hoje, essa realidade é cada vez mais rara. Com o advento das novas tecnologias, jovens e crianças e até mesmo adultos e idosos estão utilizando cada vez mais dispositivos tecnológicos como aplicativos, smartphones, tablets, celulares, videogames, laptops, e muitos outros que podem ser utilizados para entretenimento e troca de informações tecnológicas inovações.
À medida que a comunidade escolar transcende os muros da escola, as diferenças vivenciais também emergem no ambiente escolar, pois é na escola que a cultura e a diferença se encontram. Nas instituições de ensino, as crianças falam sobre os programas que assistem na TV e na Internet (através do canal Netflix), como desenhos animados, filmes e, principalmente, séries que estão se tornando cada vez mais populares entre os jovens. Em geral, muitos dos brinquedos, jogos e diversões que hoje são utilizados como elementos de entretenimento escolar são fruto da interação social, com as novas tecnologias e novas mídias, refletindo uma nova forma de comportamento social. No entanto, as escolas, por serem muitas vezes um ambiente diversificado, valorizam tanto o jogo antigo quanto o jogo atual.
Não é incomum que as crianças falem e operem seus telefones, conectem-se ao mundo digital e pratiquem esportes, joguem rodas, pulem corda e persigam outras brincadeiras consideradas mais antigas. Portanto, a partir das antigas e novas trocas, no campo da jogabilidade, o conhecimento é construído por meio da rede de motivação entre professores e alunos, o que reflete que o ensino deve partir da situação real dos alunos e conectar-se com a situação real, eles estão cada vez mais conscientes da importância dos jogos na educação.
O ser humano está cercado de cultura o tempo todo. Quando olha-se ao redor, percebe-se a forma como as pessoas se vestem, andam e falam, a cultura impressa nas ruas e nos mais diversos ambientes. Isso não é exceção na escola porque as crianças, como seres humanos, também são produtos desse ambiente porque estão constantemente interagindo com ele. Os jogos, a forma como os meninos e as meninas brincam e se divertem, a maneira como se comportam e compartilham os brinquedos, e até mesmo a maneira como guardam os brinquedos, são muitas vezes exemplos de abordagens culturais. Esse modo de ser e de se comportar é concebido antes mesmo de as crianças existirem, e elas adotam essas regras na vida e no brincar.
Como aponta Lima (2008, p. 19), “Assim como os mundos perceptivos das crianças são marcados por traços das gerações mais velhas, também são os rostos das crianças, e suas brincadeiras”.
Cada grupo social tem sua própria concepção do que deve ou não ser aceito em seu meio social. Embora existam tantas diferenças entre as gerações devido à idade, as crianças muitas vezes refletem a cultura das pessoas em que vivem.
Em seu cotidiano, os grupos sociais mudam e aceitam ou não novas regras. E esse é um elemento que as crianças podem perceber na forma como brincam e brincam. Segundo Lima (2008), as crianças formam seus valores, regras, aprendizados e comportamentos a partir do que recebem e modificam esses elementos no processo de convivência com os outros. Essa realidade é vista todos os dias, mesmo na presença do bullying, o que diríamos que é uma forma nociva desse medo e de sua prática.
Há uma variedade de jogos na era contemporânea, que variam de acordo com a localização e o momento histórico. Uma das perspectivas de uso de jogos e brincadeiras pelas crianças é a competitividade, o que ajuda a demonstrar que as crianças precisam aprender e vivenciar na prática a forma como interagem com o mundo. No entanto, esse motivo deve ser cuidadosamente monitorado e utilizado pelo professor para não ser controverso e levar a humilhar os outros, mas sim poder construir um ambiente fraterno em que valores como justiça, caráter, igualdade, sejam aprendidos. pelas crianças enquanto brincam (LIMA, 2008).
A competitividade, quando utilizada como ferramenta de incentivo à aprendizagem e novos conhecimentos e práticas, é um elemento saudável, pois ajuda a construir boas relações entre os pares, mostra às crianças a necessidade de aprender como seres humanos, e experiências, novas formas de interagir uns com os outros e o mundo ao seu redor. O engajamento consigo mesmo e com os outros leva ao engajamento com o mundo, tornando-os conscientes de seus próprios valores, emoções, sentimentos, limitações e possibilidades de interagir, influenciar, aceitar e aprender a conviver.
Conforme aponta Lima (2008), percebe-se que, no ambiente escolar, é perfeitamente possível que os professores apreendam novos conhecimentos por meio do brincar e os utilizem como importantes aliados na prática educativa, o que só é possível porque os alunos são vistos como Ser capaz de valorizar suas diferenças e usá-las para o bem comum de outros alunos.
Brincar faz parte da vida de uma criança. De fato, podemos dizer que a vida é um jogo e as estratégias são utilizadas o tempo todo para evitar situações que os indivíduos vivenciam. No entanto, usar jogos como argumentos requer cautela, especialmente em um ambiente de grupo como a escola, onde o aprendizado coletivo é necessário. A sociedade é um produto da interação. Assim, enquanto estiver jogando, a criança poderá ver o jogo como uma forma de ajudar os outros a superar obstáculos, ou até mesmo vencer pessoalmente, sem se preocupar com os outros ao seu redor. Tudo vai depender dos valores que o professor tem na sala de aula.
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