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Bulliyng e a Função Social do Pedagogo

Por:   •  17/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.632 Palavras (7 Páginas)  •  228 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

DISCIPLINA: FUNÇÃO SOCIAL DO PEDAGOGO

PEDAGOGIA 2014

ALUNA: CYNTHIA TELES

BULLYING E A FUNÇÃO DO PEDAGOGO

CONCEITO: A palavra bullying é compreendida universalmente como um conjunto de comportamentos agressivos, repetitivos e intencionais sem motivo aparente, adotado por um ou mais alunos contra outro (a) causando angústia, dor ou sofrimento. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. Em outros países adotaram denominações distintas para este fenômeno:

  • mobbing na Noruega e Dinamarca
  • mobbining na Suécia e na Finlândia
  • harcèlement quotidién” na França      
  • “prepotenza ou bullismo” na Itália
  • yjime no Japão          
  • agressionem unter shülern na Alemanha
  • acoso y amebaza entre escolares na Espanha  
  • “maus-tratos entre pares” em Portugal.

HISTÓRICO: O bullying é um fenômeno mundial tão antigo quanto à escola. Porém, foi na década de 1970, na Suécia, que surgiu um maior interesse da sociedade sobre este problema, logo em seguida estendeu-se para vários países. Foi quando na Noruega, doze anos mais tarde, em 1982 ocorreu o suicídio de três crianças entre 10 e 14 anos, motivadas pela situação de maus-tratos a que eram submetidos pelos seus companheiros da escola, Este fato teve grande repercussão nos meias de comunicação, mobilizando o governo Norueguês que fizera uma campanha nacional contra o bullying no ano seguinte. Dan Olwues foi o primeiro pesquisador que percebeu o fenômeno bullying em seus estudos realizados na Universidade de Bergan-Noruega (1978 a 1993).

ONDE OCORRE O BULLYING: Ocorre em toda e qualquer escola (primária e secundária, pública ou privada, rural ou urbana) e até mesmo fora da escola, como na rua ou em áreas de lazer, na vizinhança, e, inclusive, com adultos nos locais de trabalho. Hoje já se encontra também na internet.

TIPOS DE BULLYING: O Bullying é praticado de diversas maneiras, e a sua gravidade depende, também, muito do comportamento de sua vítima. Como exemplo, sua ação pode ser:

  • Físico: empurrar, socar, chutar, beliscar, bater;
  • Verbal: apelidar, xingar, insultar, zoar;
  • Moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;
  • Psicológico: ignorar, excluir, isolar, perseguir, amedrontar, aterrorizar, dominar, tiranizar, chantagear, ameaçar, driscriminar, ridicularizar; Exclusão do grupo;
  • Material: destroçar estragar, furtar, roubar, danificar de modo geral;
  • Sexual: assediar, abusar;
  • Virtual (Cyberbullying): aquele praticado por meio da internet ou de outras tecnologias, de forma anônima geralmente. Divulgar imagens, criar comunidades, enviar mensagens, invadir a privacidade.

CONSEQUÊNCIAS: De acordo com Dreyer (2004) as consequências para as vítimas podem ser graves e incluem sintomas depressivos, diminuição de auto estima, angústia, estresse, absentismo escolar e até suicídio, enquanto que os agressores vão adotando atitudes mais delinquentes, criminosas e violentas.  Ramirez (2001) refere que se trata de uma experiência traumática marcante, havendo danos físicos e morais, associados a tensão nervosa, dores de cabeça e estômago, crises de ansiedade e pesadelo. Por vezes, surgem alterações de comportamento social como raiva, timidez, negativismo e fobias, havendo também referências a alterações da capacidade de concentração e aprendizagem. Este fenômeno é potencializado no grupo da sala de aula de tal forma que, quando um aluno intimida o outro, gera na sala uma rede de relações de grupo que promove e reforça a agressividade, principalmente pelo medo. Quanto aos outros elementos do grupo, parece haver uma inibição em criticar a situação sendo raro alguém interceder pela vítima. Uma forma que encontram para superar o problema é adir como os agressores, surgindo casos de vítimas agressoras. O aluno que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento. Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA) revela que 41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo com os colegas.  As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR E O PEDAGOGO DIANTE DISSO: Em relação à escola, deve haver mais observação por parte de professores e demais profissionais da educação, com maior atenção aos sinais de agressão e tentar lidar com as situações de violência, seja ela verbal, física, moral, da maneira mais saudável possível. Dentro do espaço escolar, medidas de prevenção devem ser tomadas e debates promovidos, dentro da rotina da instituição e ter ações que comprovem a não violência. O bullying cresceu de forma preocupante nas últimas décadas e não ha como admitir atos de maus tratos causadores de dificuldades na aprendizagem e traumas ao longo da vida. Em relação à prevenção, acredita-se que esta se inicia com o conhecimento e reconhecimento do bullying, já que há muito despreparo por parte de profissionais da educação, que têm a formação focada no ensino em sala de aula, mas não tem preparação para lidar com conflitos e sentimentos dos alunos por não conhece-los. Quando há o despreparo, muitos profissionais ficam agressivos ao ter que lidar com determinadas situações pelo fato de não saberem o que fazer. Além da necessidade de preparo dos profissionais da área escolar, é preciso que haja ajuda de outros profissionais como psicólogos e assistentes sociais. É importante destacar que a participação e conscientização da comunidade também são positivas em casos de bullying. A divulgação desse tema e o debate desde o primeiro dia de aula é essencial para a compreensão dos alunos, e, se houver casos de violência, que outros alunos se comprometam a denunciar à direção. O ideal é intervir nas situações em que está ocorrendo a prática do bullying, investigar o que realmente está acontecendo, orientar tanto o agressor quanto a vítima e instituir atividades que possibilite a amenização do comportamento negativo. É essencial tanto a participação do professor quanto dos alunos. O professor de um lado tem o dever de transmitir o papel ético, problematizar valores e regras morais através da afetividade e racionalidade visando ao desenvolvimento moral e à socialização e os alunos o papel de entender e cooperar com as ações do professor. A escola, juntamente com os professores, tem a função de trabalhar conteúdos relacionados aos valores, como o diálogo, o respeito, e a solidariedade. Por mais que tenha práticas e ações para prevenção do bullying, sempre haverá algum conflito, não há como evitar, mas é preciso persistência para continuar ensinando e estimulando a tolerância e solidariedade entre os alunos. Inicialmente, os casos de bullying devem ser resolvidos na escola, através de ações pedagógicas. Se a instituição não consiga resolver o problema, o ideal é alertar os pais e responsáveis e, caso exista uma pena para situações como essas no regimento escolar, ela deve ser aplicada. Se for algo mais grave, o Conselho Tutelar deve ser acionado e, em caso de lesão corporal, injúrias, calúnia ou difamação, um boletim de ocorrência deve ser feito. Apesar de qualquer coisa que aconteça, deve haver o cuidado para não expor as crianças e adolescentes, sendo elas vítimas ou agressores.

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