CENTRO E PERIFERIA: UM ESTUDO SOBRE A SALA DE AULA.
Por: fernandapessoaf • 10/5/2017 • Resenha • 725 Palavras (3 Páginas) • 600 Visualizações
ANÁLISE DE UM ARTIGO CONTIDO NA REVISTA CONTEMPORÂNEA DE EDUCAÇÃO.
Artigo: SÁ EARP, Maria de Lourdes. CENTRO E PERIFERIA: UM ESTUDO SOBRE A SALA DE AULA. Revista Contemporânea de Educação. Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, 2007, p. 19-33.
O artigo foi escrito pela Doutora em Antropologia Maria de Lourdes Sá Earp, que possui experiência na área de Educação com ênfase na área de Ciências Sociais. Vem atuando em temas como Avaliação, Escola, Desigualdades Sociais Repetência e o Ensino de Matemática. O trabalho da autora tem como principal objetivo a exposição da repetência e como a sala de aula se organiza num modelo “centro-periferia”. O problema é como esse modelo faz com que os professores não ensinem a todos os alunos. Causando uma segregação que faz com que os alunos que estão na periferia aprendam menos que os que estão no centro. A autora vai classificar os alunos do centro em dois tipos: os que têm condições extracurriculares que contribuem para sua posição favorável; e os que possuem condições mais simples.
O texto argumenta que os principais problemas do ensino brasileiro são a péssima situação em que se encontra a qualidade das escolas e o ato de repetência, que é muito difundido pelo país como meio de impedir o aluno de avançar para séries seguintes. Os altos índices de reprovação e os baixos níveis de proveito dos alunos, mostram que o país não tem fornecido ensino de qualidade como ordena a Constituição. A autora apresenta a hipótese de que a escola brasileira ainda é um meio excludente e a “repetência” é a representação cultural dessa exclusão. A reprovação pode ser pensada como um fator cultural, ao qual facilmente é usado como principal recurso pedagógico do professor. Pesquisas de órgãos governamentais apontam que os maiores índices de repetência se encontram em países periféricos e o Brasil é um dos principais com esse problema.
A sala de aula é um dos principais meios para se estudar a repetência. Metodologicamente a autora realizou por dois anos uma pesquisa em duas escolas da rede pública do Rio de Janeiro, uma estadual e outra municipal. Com grande foco nos professores, pois são os principais agentes que utilizam essa prática pedagógica.
As observações feitas das salas de aulas mostram a cultura da repetência se manifestar na estrutura da sala de aula, que se organiza como um centro-periferia. A pesquisa mostra que a sala de aula não é para todos e que os professores acabam focando em alguns alunos e em outros não. No “centro” estão os que vão receber o ensino do professor e na “periferia” os que não recebem; que por sinal, é onde se localiza os repetentes. A estrutura centro-periferia é praticada naturalmente na sala de aula. A escola parece não ser para todos, tornando a aula assim também. É uma estrutura fortemente maior que o docente. Cabe salientar, que em sua pesquisa, não é para responsabilizar o professor, mas compreender como funciona o meio escolar que causa essa inclusão e exclusão e que deve ser encarado com uma “cultura”. Os professores da pesquisa acreditam que a reprovação é um meio de distinguir os alunos “bons” dos “maus” e que a causa da reprovação é o desinteresse dos alunos. O que ocasiona a muitos professores acharem normal a reprovação de metade de uma
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