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Constituição da subjetividade e construção do conhecimento: O desenvolvimento infantil

Por:   •  25/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.021 Palavras (9 Páginas)  •  820 Visualizações

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(Título) A teoria do afeto de Henri Wallon: constituição da subjetividade e construção do conhecimento: o desenvolvimento infantil. A consciência de si.

Henri Wallon nasceu e viveu na França entre 1879 e 1962. Médico, psiquiatra, psicólogo e educador, nessa ordem de formação, dedicou-se primeiro a Psicopatologia, em decorrência de sua atuação como médico na Primeira Guerra Mundial. Concentrou-se em seguida, na análise do psiquismo humano, voltando-se para a psicologia da criança. Seu profundo interesse pela educação permitiu-lhe compreender a Psicologia e a Pedagogia como ciências complementares, sem que houvesse superioridade de uma sobre a outra.

Wallon buscou compreender o desenvolvimento infantil por meio das relações estabelecidas entre a criança e seu ambiente, privilegiando a pessoa em sua totalidade, nas suas expressões singulares e na relação com os outros, sendo assim propôs um sistema linear e organizado de etapas da evolução psíquica, mas desenvolveu sua teoria buscando os objetivos da criança e os meios que ela utiliza para realiza-los, estudando cada uma de suas manifestações no conjunto de suas probabilidades.

Wallon defini o ser humano como geneticamente social:

RÊ ISSO É UMA CITAÇão

Jamais pude dissociar o biológico do social, não porque os creia redutíveis entre si, mas porque, no homem, eles me parecem tão estreitamente complementares, desde o nascimento, que a vida psíquica só pode ser encarada tendo em vista suas relações recíprocas. (Wallon, apud Werebe & Nadel-Brulfert, 1986, p. 8)

A relação entre o desenvolvimento biológico e o desenvolvimento social pode-se entender que é uma condição de troca. Ao nascer a criança tem movimento impulsivos ou reflexos, em função da própria inaptidão, a criança passa por períodos de espera ou de privação e depende de alguém que satisfaça suas necessidades. Suas reações impulsivas, orgânicas e desordenadas precisam ser completadas, compensadas e interpretadas pelo meio envolvente

Diz Wallon que, “incapaz de efetuar algo por si próprio, ele [o recém – nascido] é manipulado pelo ‘outro’ e é nos movimentos desse ‘outro’ que suas primeiras atitudes tomarão forma” (ibid., p. 161). Sendo assim, o adulto é um mediador entre a criança e ela mesma, entre ela e os elementos do mundo cultural onde nasceu. É uma teoria que facilita o indivíduo em sua totalidade que indica as relações que dão origem a essa totalidade, mostrando uma visão integrada da pessoa e aluno.

A leitura feita por Wallon se configura criando novas probabilidades, novos recursos motores, afetivos e cognitivos. A teoria aponta para duas ordens de fatores que irão constituir as condições em que emergem em cada estágio. A estrutura orgânica e fisiológica está enquadrada na existência social de sua época.

Estágio Impulsivo Emocional. Na primeira fase (0a3 meses), predominam atividades que visão a exploração do próprio corpo, é uma atividade global não estruturada, com movimentos bruscos, desordenados. Desses movimentos são selecionados os que garantem a aproximação do outro para cuidar da satisfação, na segunda fase desse mesmo estágio (3 a 12 meses) a criança já consegue diferenciar as emoções de medo, alegria, tristeza e etc. Assim dá – se início as formas diferenciadas de se comunicar do corpo.

Estágio Sensório - Motor e Projetivo. As atividades se concentram especificamente nas descobertas das ações do físico de agarrar, pegar, manipular, apontar, sentar, andar e etc. Auxiliada pela iniciação da fala, começa o processo de discriminação de objetos, separando-se entre si, toda esta atividade prepara o caminho para o próximo estágio.

Estágio do Personalismo. Exploração de si mesmo, como um ser diferente de outros seres, construção da própria identidade por meio das atividades de oposição (expulsão do outro) e ao mesmo tempo de sedução (assimilação do outro). Inicia-se assim o processo de discriminação do outro entre o eu e o outro.  

Estágio Categorial. A diferenciação nítida entre o eu e o outro dá condições clara estáveis para a exploração mental do mundo físico, mediante atividades de agrupamentos, seriação, classificação, categorização, em vários níveis de abstração até chegar ao pensamento categorial.  

Estágio da puberdade e adolescência. Exploração de si mesmo, com uma identidade autônoma, mediante atividades de confronto, mediante atividades de confronto, autoafirmação, questionamentos, ao mesmo tempo que se submete e apoia em grupos de pares, contrapondo-se aos valores tal como interpretados pelos adultos com que vive.

Na perspectiva walloniana o eu é ao mesmo tempo a construção do não eu, a percepção do que é próprio e do que é exterior a si mesmo, Wallon concebe com um ser geneticamente social, que nasce num meio envolvente do qual inteiramente para a sua satisfação de seus desconfortos e necessidades alimentares e das ligações dessas sensibilidades.

Em 1931, Wallon escreveu um artigo “Comment se dévelope chez I’ enfant la notion du corps propre”, que descreve o processo de estruturação da imagem corporal e o estágio do espelho. O texto detalha e analisa o processo de constituição do corpo pela criança em suas diferentes etapas, ponto de partida para o eu psíquico.

RÊ ISSO TAMBÉM É CITAÇÃO

 

As pessoas do meio nada mais são, em suma, que ocasiões ou motivos para o sujeito exprimir-se e realizar-se. Mas, se ele pode dar-lhes vida e consistência fora de si, é porque realizou, em si, a distinção do seu “eu” e do que lhe é complemento indispensável: esse estranho essencial que é o “outro”. A distinção [...] resulta de uma bipartição mais intima entre dois termos que não poderiam existir um sem o outro, ainda ou dois termos que não poderiam existir um sem o outro, ainda ou porque antagonistas, um que é uma afirmação da identidade consigo próprio e o outro que resume aquilo que é necessário expulsar dessa identidade para conservá-la. (1986, p. 164)

O primeiro ponto de comunicação social entra a criança e o meio envolvente é a emoção simultânea biológica e social.

O papel do movimento na psicogenética de Wallon, tem duas dimensões distintas, a afetiva e cognitiva. A afetiva se refere aos gestos ou movimentos expressivos que têm a intenção de causar impacto sobre o outro. A cognitiva refere-se a ação direta sobra o meio físico.

Num primeiro momento a criança expressa com gesto o que pensa, impedi-la de se movimentar é igual obriga-la a para de pensar. A atividade projetiva, abre o caminho para o desdobramento da realidade.

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