Contribuição dos classicos para a sociologia da educação
Por: mqsmariana • 1/5/2018 • Trabalho acadêmico • 3.501 Palavras (15 Páginas) • 497 Visualizações
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CONTRIBUIÇÕES DOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO
MARÍLIA-SP
2017
CONTRIBUIÇÕES DOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO
Trabalho acadêmico desenvolvido para a disciplina de sociologia da educação I, do curso de pedagogia, da Universidade Estadual Paulista, orientado pela Profª
MARÍLIA-SP
2017
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo analisar os principais pressupostos de pensamento de Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, sistematizando a concepção de sociedade, a relação indivíduo e sociedade e a educação.
Para uma melhor compreensão e entendimento do pensamento de tais autores é necessário entendermos o contexto histórico mundial, assim como o contexto científico, aos quais eles estavam inseridos.
No inicio do século XX, a Europa vivenciava as transformações trazidas pela revolução industrial e pela crescente expansão do capitalismo. Instaurava-se um novo modelo de vida que criava novas formas de sociabilidade que provocaram profundas mudanças na estrutura social de diversos países. Antigas formas de vida foram transformadas ou substituídas por outras, a política, a economia e a cultura mudavam de cara e, dentro desse contexto, surgia à necessidade de uma ciência que tivesse como objeto a própria sociedade. Nesse período, Émile Durkheim, sociólogo nascido em 1858 na França, estudava a divisão social do trabalho e as formas de solidariedade social, sendo pioneiro em combinar pesquisa empírica e teoria sociológica e compartilhando da idéia que a humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, governada por uma força inexorável: a lei do pregresso. Não desenvolvendo métodos pedagógicos, mas com suas idéias ajudando a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação da perspectiva individual.
Karl Marx, nascido em 1818 na Alemanha falava sobre o capitalismo e suas crises, onde educação aparece diante a preocupação sobre a construção de um sujeito desenvolvido plenamente em suas habilidades físicas e espirituais, liberto do domínio do capital, pensando então, em como a educação pode transformar este sujeito em critico e fazê-lo perceber as relações que estão por trás da sociedade capitalista e suas contradições.
E Max Weber nascido em 1864 também na Alemanha teorizava sobre a origem do capitalismo. Teve sua formação intelectual no período em que as primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha, período no qual a sociologia buscava também afirmar-se enquanto ciência. Suas formulações podem ser vistas como produtos de seu contexto, visto que somente ao início do século XIX a Alemanha passava pelo seu processo de industrialização. Na busca de compreender a origem do capitalismo, Weber encontra no protestantismo as possíveis raízes que levaram ao desenvolvimento do capitalismo e expressa seu pensamento sociológico a partir das relações do indivíduo com o meio social, destacando que para ele a sociedade não se constitui em apenas “coisa”, ou um mecanismo, mas que se fundamenta na concepção de “ação social”, e ainda, na crença de que a sociologia é uma “ciência compreensiva”. Ele aponta que a Educação é o elemento essencial na formação intelectual e dos indivíduos, com destaque para os aspectos religiosos, familiares, e a Educação política especializada.
CAPÍTULO 1: ÉMILE DURKHEIM
1.1 O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO DE ÉMILE DURKHEIM
Émile Durkheim acreditava que a sociologia deveria delimitar seu objeto de estudo, sendo este o fato social, compreendido pelo sociólogo como “coisas”.
É coisa, com efeito, tudo o que é dado, tudo o que oferece ou, melhor, se impõe à observação. Tratar os fenômenos como coisas é tratá-los na qualidade de data que constituem o ponto de partida da ciência. (Durkheim, 1999, p. 28).
Ou seja, entende-se por fato social os elementos que constituem a nossa realidade, como nosso modo de agir, pensar e sentir, sendo algo objetivo, capaz de ser observado, estudado e compreendido racionalmente. Caracterizado pela generalidade, pois são comuns a todos, pela exterioridade, por serem exteriores ao individuo, existindo independente de sua vontade, e pela coercitividade, onde os indivíduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido, determinado pelas sanções que este esta sujeito quando tenta se rebelar contra a coerção. O fato social pode ser entendido como a realidade composta por leis, regras e costumes, sendo um exemplo a família, a educação e a igreja.
Partindo dessa concepção, o fato social pode ser classificado em dois tipos básicos: aqueles que são comuns a todos os indivíduos da sociedade e/ou desempenham alguma função social importante, denominados fatos sociais normais, e os que são excepcionais, que se encontram fora dos limites permitidos pela ordem social e moral vigente, denominados fatos sociais patológicos.
Em síntese, para Durkhéim (1983, p. 110) a sociedade “[...] confina duas ordens de fatos bastante diferentes: aqueles que são os que devem ser e aqueles que deveriam ser diferente daquilo que são os fenômenos normais e patológicos.”
Nesta visão, o fato patológico é entendido como um problema que deve ter suas causas compreendidas e solucionadas para assim retomar a normalidade da sociedade.
Para Émile Durkheim avia duas consciências que agem na sociedade, uma individual que determina a conduta de cada individuo e, uma coletiva, que seria as contribuições individuais dos cidadões que juntas formam um todo, definida como conjunto de características e conhecimentos comuns de uma sociedade que faz com que os indivíduos pensem e ajam de forma semelhante, correspondendo as normas, aos códigos culturais e a moral coletiva, manifestada em sistemas jurídicos, nos códigos legais na arte, na religião, nas crenças, nos modos de sentir e nas ações humanas. Esta, segundo Durkheim, estaria sujeita a mudanças, pois o que antes era considerado imoral, reprovável ou criminoso, pode-se tornar aceitável futuramente.
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