Criança com Surdez e Educação
Por: Magda Medeiros • 31/8/2019 • Trabalho acadêmico • 1.966 Palavras (8 Páginas) • 100 Visualizações
NOME: Magda da Silva Medeiros
Perseverança
No decorrer do curso de Pedagogia, fala-se muito sobre os desafios do educar, principalmente nos dias atuais, e também sobre quem é o sujeito processo de ensino aprendizagem? Sendo assim, é possível compreender a importância do professor considerar a realidade dos seus alunos, suas culturas e necessidades, como forma de auxiliar no planejamento das aulas, na construção de conhecimentos e de aprendizagens que de fato sejam significativas.
Se o professor levar em consideração estes aspectos, com certeza conseguirá explorar nos alunos suas múltiplas linguagens e o processo ensino-aprendizagem será gratificante, produtivo e satisfatório.
Quando se trata de alunos surdos não é diferente, pois requer que o professor além da dedicação e atenção voltadas aos alunos, considere suas singularidades, suas necessidades, sua realidade e permita que o aluno estabeleça relações com aquilo que é vivido fora da sala de aula, deste modo interessa contextualizar socialmente os conteúdos a serem trabalhados.
Entretanto, este papel antes de ser realizado pelo professor e por toda escola, precisa ser visto, analisado e pode-se dizer aceito, em casa, pela família e pessoas próximas à criança com surdez. Com base nos filmes “Meu nome é Jonas” e “O milagre de Ana Sullivan”, é possível refletir sobre os desafios de educar uma criança com surdez. No primeiro filme, mesmo sendo um lançamento de 1979, retrata muito bem os comportamentos dos surdos até os dias atuais, ele mostra os grandes obstáculos encontrados por eles, pela família e ainda pela sociedade que não compreende as necessidades de comunicação dos surdos.
Primeiramente, o que chama atenção é a visão das pessoas sobre Jonas, um amigo de seu pai durante uma conversa diz: “seu filho é surdo? Não sabe falar? Então como ele pensa?”. Isto é algo que acontece muito, em escolas, nas famílias e com as pessoas de convívio do surdo, é o diagnóstico errado, onde é surdo é visto como o coitado, incapaz, demente, louco e até mesmo como deficiente mental. Sendo que o surdo apenas não ouve, porém tem a capacidade de pensar e raciocinar como qualquer ouvinte, apenas não fala porque nunca ouviu palavras.
O filme retrata de forma clara, várias situações de rejeição da sociedade, no caso de Jonas, que após três anos excluso em um hospital para “retardados”, sua família fica diante de situações frustrantes, onde alguns parentes, vizinhos e amigos não aceitavam que Jonas fosse incluído em atividades básicas, como a prática de esportes, andar de bicicleta ou brincar com outras crianças.
Com isso, é comum que muitas famílias tenham sua estrutura abalada, pois se deparam com o dilema: “ele é surdo e agora?”, por não obterem informações e conhecimentos necessários, as famílias sofrem com brigas e discussões e o surdo acaba sendo o culpado de tais fatos. No caso de Jonas sua mãe tinha grande interesse e perseverança em se comunicar com filho, em alguns momentos, por conta da ausência de resultados, até pensa em jogar tudo para o ar e desistir, mas continua buscando soluções. O que não pode ser visto do pai de Jonas, que não aguentou tantas dificuldades e preconceitos (vindos, as vezes, dele mesmo) e se afasta da família, por isso o surdo é visto como o desestabilizador da relação dos pais. Embora isto seja tão forte, é uma das situações que ocorrem muito nas famílias com surdos, o isolamento, a recusa, desistência, a difícil superação dos problemas cotidianos , que é outo obstáculo a ser combatido mesmo no século atual.
Os surdos se encontram isolados do mundo sonoro e devido a isto, não conseguem estabelecer nenhuma comunicação, sendo então impossível expressar seus sentimentos, emoções, esclarecer medos, pedir ajuda. O isolamento e o sentimento de ser incompreendido se deram algumas vezes em que Jonas, por exemplo não queria comer ervilhas e as jogava no chão, a recusa ao Homem aranha, após ver imagens que lhe ofereceram medo e a compreensão de ciclos da vida como a morte do seu avô, que era seu grande amigo, que embora sua mãe tentasse explicar, ele não compreendia, tinha apenas a imagem de vê-lo caindo no chão, sem entender o que se passava, restando apenas dúvidas e saudades.
Diante de tantas dificuldades a mãe de Jonas decide procurar ajuda, e como a maioria, o primeiro método adotado foi o oralismo. Visto no filme como algo parecido a um “adestramento”, uma médica ou fonoaudióloga diz a mãe de Jonas para não utilizar a palavra surdo, pois eles não gostam e acreditam ser uma falta de comunicação, podendo ser resolvida com repetição e em nenhum momento permitir o uso de sinais, pois segundo eles, os sinais tornam a criança preguiçosa e isolada do mundo dos ouvintes. A professora proibia a comunicação por sinais e diz que em alguns casos amarraria as mãos se fosse necessário. Com isso vemos que persistir no oralismo pode ser um erro, com Jonas nenhum resultado foi obtido, ele continuava triste, frustrado, sem comunicação e incompreensão dos outros.
Após todos os acontecimentos durante o filme, finalmente a família de Jonas conhece a língua de sinais e ele descobre o mundo e tudo que o cerca. Sua mãe recebe uma crítica da educadora, por procurar este método e diz: “É duro perder uma criança para surdez”, porém a mãe finalmente aceita “Meu filho é surdo, ele nunca será ouvinte.”. Esta aceitação nos mostra que a todo tempo a mãe a família queriam que Jonas se adaptasse ao meio sendo que, na verdade, o meio que teria que se adaptara ele. Jonas conheceu a Língua de Sinais, que lhe proporcionou uma grande alegria e satisfação, com uma aprendizagem feliz. Foi matriculado em uma escola especial para crianças com surdez, percebe que as outras crianças possuem características iguais as suas e compreende o mundo e tudo que o cerca.
O segundo filme, “O milagre de Ana Sullívan”, baseado em fatos reais, produzido em 1962, fala também a respeito do educar uma criança com surdez, porém com outra vertente. Este, nos mostra a tarefa incansável de uma professora, Ana Sullivan, ao tentar fazer com que Helen Keller, uma menina de apenas 7 anos, cega e surda, entenda as coisas que a cercam.
Helen era filha de proprietários de terra, não sabia o que era o mundo e não sabia interpretá-lo, e assim como Jonas, tinha grande necessidade de se expressar. O filme retrata sua história após uma doença que a vez perder a audição e visão. A família, após ter quase perdido Helen, mimam a menina ao extremo, fazem todas suas vontades. Entretanto, ela tinha um comportamento agressivo, chutava, mordia e cuspia, por não conseguir se comunicar.
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