Curriculo na educação infantil
Por: Nycolle • 22/4/2019 • Artigo • 2.783 Palavras (12 Páginas) • 313 Visualizações
Questão 1
Os principais problemas e as dúvidas na avaliação vêm dessa dificuldade de compreendermos a criança como sujeito histórico e social, e sua subjetividade. Quando o professor foca no que a criança é ou não capaz de fazer, não consegue perceber toda a evolução e o desenvolvimento da aprendizagem dos seus alunos. E como é fácil cair na armadilha da avaliação como meio de comprovação de resultados. Acredito que isso aconteça devido à forte pressão por resultados que muitos docentes sofrem em sua rede de ensino. É necessário compreender a avaliação como norteadora de caminhos no processo de aprendizagem das crianças. Avaliar é acompanhar essa trajetória, levando em conta suas mudanças e transformações. Segundo Vygotsky, precisamos levar em conta também as potencialidades cognitivas das crianças. Para isso, é preciso oportunizar práticas que sejam desafiadoras e provocativas aos pequenos. A avaliação pode contemplar a auto avaliação ou a avaliação externa, pois abrange uma análise da instituição educativa como um todo, nas dimensões política, pedagógica e administrativa. O desenvolvimento da criança deve ser analisado de modo contextualizado e a avaliação deve ir para além da avaliação da criança, e deve haver o acolhimento da identidade desse segmento da educação. “O processo de avaliação é um meio e não um fim em si mesmo, sendo seu objetivo maior apoiar tomadas de decisões mais conscientes e, dar direção às práticas educativas em consonância com as finalidades da Educação Infantil”. E que a avaliação das crianças é uma competência da escola, de acordo com os documentos oficiais (LDB, CNE, DCNEI). A avaliação do desenvolvimento da criança não se restringe a mera verificação de capacidades previamente estabelecidas, onde se registram as habilidades das crianças em um determinado momento, comparando-a com padrões supostamente esperados para a faixa etária, ao invés de documentos padrões sobre desenvolvimento, o que se obtém desse processo é uma rica, complexa e diversificada gama de documentações pedagógicas que ganharão contornos específicos de acordo com a realidade de cada instituição, turma e criança.
Questão 2
O trabalho pedagógico dentro da Educação Infantil , tem como ponto de partida a prática social inicial do conteúdo, onde a criança é mobilizado a fazer a primeira “leitura da realidade”, ou seja, um contato inicial com o tema a ser estudado, devendo perceber alguma relação entre o conteúdo e seu cotidiano, das suas relações sociais, cabendo ao professor respeitar os diferentes níveis de conhecimento que a criança traz consigo à escola, ou seja, seu saber anterior considerado no momento de diagnóstico.
Ao iniciar seu trabalho frente as crianças , evidentemente o professor deve ter elaborado um planejamento de suas atividades, ter uma expectativa, no plano teórico, em relação a criança como ela aprende, o que ela vai ensinar para que na prática, o professor busque uma coerência pedagógica, refletindo e discutindo com os mesmos. No segundo momento vem a problematização, fundamental para o encaminhamento de todo o processo de trabalho docente-discente, elemento chave entre a prática e a teoria, entre o fazer cotidiano e a cultura elaborada, iniciando o trabalho com o conteúdo sistematizado, confrontando-o com a prática social. A partir das questões levantadas nos passos anteriores, esse terceiro passo do método, a Instrumentalização, onde as crianças, sujeitos aprendentes e o objeto da sua aprendizagem e o objeto do conhecimento apresentado, são postos em recíproca relação através da mediação do professor que auxilia e orienta as crianças para que estes apropriem-se do conhecimento socialmente produzido e sistematizado para responder aos problemas levantados. É um dos pontos centrais do processo.
Na sequência, quarto momento, temos a catarse, cuja operação fundamental é a síntese. O educando mostra que, de uma visão sincrética que o mesmo trouxe em relação ao conteúdo, agora ele pode concluir com uma síntese, no seu novo nível de aprendizagem (momento da avaliação que traduz o crescimento do aluno).Conforme as circunstâncias, a avaliação pode ser realizada de maneira informal ou formal, mas sempre devem ser levados em conta dois elementos básicos: os instrumentos e os critérios. A avaliação é um meio ou recurso para verificar se a aprendizagem ocorreu ou não. Ela está a serviço da prática pedagógica como um mecanismo social que busca superar as contradições existentes na sala de aula, tentando dar autonomia a criança
Questão 3
A criança precisa ser tratada como o centro da ação avaliativa, muito comum em nosso meio perceber que o processo avaliativo tem como o resultado de testes, provas, trabalhos ou pesquisas que são dados ao aluno e aos quais se atribui uma nota ou conceito. Este aprova ou reprova. Temos, então, um julgamento. Na verdade, a avaliação acompanha todo o processo de aprendizagem e não só um momento privilegiado, pois é um instrumento de “realimentação” contínuo para o educando e para todos os participantes. Nesse sentido, fala da consecução e não dos objetivos da aprendizagem. O professor mostra-se como uma preocupação muito ampla em manter a disciplina e cumprir o conteúdo, não se interessa em saber se a criança aprendeu ou não, se despertou o interesse real ou não do conteúdo desenvolvido para a realidade do discente em meio a esta atitude julga que quem não aprendeu é porque é “desinteressado”, “carente”, “indisciplinado”. A avaliação precisa olhar o educando como ser social, sujeito do seu próprio desenvolvimento onde a reconstrução da avaliação não acontecerá por experiências isoladas ou fragmentadas, mas por uma avaliação continuada e que ultrapasse o espaço da escola. o processo de avaliação na educação deve ser de uma forma clara, contínua, com observação permanente do aluno, buscando dele a autonomia e liberdade. A adoção de uma nova postura educacional avaliativa perpassa uma educação que estimula o desenvolvimento da criatividade preservando a diversidade eliminando a desigualdade discriminatória, originando uma nova forma de educar e avaliar. Considera-se que o docente de posse das informações científicas sobre as novas formas de ensinar e aprender e ao compreender a importância do seu trabalho para o bem social, ele conduzirá suas práticas avaliativas de forma consciente e favorável ao crescimento individual e profissional de cada discente, auxiliando-o a ser tornar um ser crítico e reflexivo capaz de atuar na sociedade contemporânea. É imprescindível, que a escola valorize a família dos educando, buscando sempre aproximá-las do ambiente escolar, e que os professores busquem sempre a trabalhar de acordo com a realidade dos educandos. É o que se espera do sistema educativo na escola contemporânea, que o papel do professor seja levar o aluno a aprender para conhecer, o que pode ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno é capaz de exercitar a atenção, a memória e o pensamento autônomo.
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