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DEFICIENTES AUDITIVOS E A INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR

Por:   •  24/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.695 Palavras (15 Páginas)  •  396 Visualizações

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DEFICIENTES AUDITIVOS E A INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR

Adicléia Cabianca[1]

RESUMO: A educação inclusiva no Brasil já obteve um grande avanço, mas apesar das crianças com necessidades especiais estarem inclusas no ensino regular não significa que estejam sendo atendidas se deve. Especialmente no caso de alunos com perca parcial da audição ou totalmente surda. É bem verdade que é uma das metas da Lei de diretrizes e Bases da Educação. Com o intuito de compreender a trajetória dos alunos surdos este trabalho abordou a problemática inserção dos surdos no ensino regular. Durante a realização do mesmo observamos que as instituições estão recebendo estes alunos, mas nem todas estão com espaços físicos adequados e com professores não especializados para atender alunos com surdez. Para melhor compreensão discorremos sobre a trajetória da educação inclusiva no Brasil, a inserção de alunos com deficiência auditiva/surdez no ensino regular, origem da língua brasileira de sinais, analisando as leis que regem a educação inclusiva e textos de vários teóricos que defendem o tema, de modo que se englobe com toda comunidade escolar.

Palavras Chave: Inclusão, Surdos, Língua de Sinais, Ensino Regular.

SUMMARY: the inclusive education in Brazil has already obtained a breakthrough, but despite the children with special needs are included in regular education does not mean they are being met. Especially in the case of students with partial hearing or lose completely deaf. It is true that is one of the goals of the law of guidelines and Foundations of education. In order to understand the trajectory of the deaf students this paper dealt with the problematic insertion of the deaf in regular education. During the same observed that the institutions are getting these students, but not all are with appropriate physical spaces and non-specialist teachers to meet students with deafness. For better understanding we speak about the trajectory of inclusive education in Brazil, the integration of pupils with hearing impairments/deafness in regular education, origin of brazilian sign language, analyzing the laws governing the inclusive education and texts of several theorists who defend the.

Key words: Inclusion, Deaf, sign language, Regular Education.

1. INTRODUÇÃO

Ao pensar em educação inclusiva na atualidade, nos deparamos com uma trajetória de muitas lutas e movimentos, que iniciaram em meados do século XVIII quando a Educação Inclusiva acontecia de forma discriminatória, isto porque a sociedade discriminava as crianças que apresentavam necessidades especiais, eram tratadas como incapacitadas e deficientes, de modo que a própria religião afirmava que o homem deveria ser imagem e semelhança de Deus, portanto perfeito e aquela que não se encaixava no padrão social era posta a margem da condição humana.

        Nesta época os alunos deveriam seguir um modelo imposto pela sociedade, e aquela criança que apresentasse alguma deficiência era excluída da escola comum e encaminhada para uma Educação Especial, sendo atendidas em ambientes específicos de acordo com sua deficiência. a partir daí surge em 1854 – Fundação do Instituto dos Meninos Cegos hoje Instituto Benjamin Constante, já em 1857 ocorreu à criação do Instituto dos Surdos e Mudos, hoje chamado de INES (FONTE).

O início dos anos 70 e 80 foi marcado com o processo de institucionalização da Educação Especial. Tal situação culminou com várias medidas dos órgãos responsáveis pela condução das políticas educacionais brasileira na área da Educação Especial. Menciona aqui, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de n º 9,394 de 1996, que ainda que com determinadas imprecisões e indefinições sinaliza como espaço preferencial do atendimento educacional dos alunos com necessidades especiais as escolas de ensino comum.

        O presente artigo tem o objetivo de analisar a trajetória da educação inclusiva no Brasil direcionando um olhar reflexivo sobre a inclusão de alunos surdos. Através de muitos estudos e pesquisas com textos atualizados sobre o tema escolhido para a realização do mesmo.

Quanto a criança surda, Lev S. Vygotsky[2] considera como fator fundamental o acesso a linguagem, devendo haver a tentativa de dotá-la de diferentes vias de acesso. Avisa ser importante evitar que essa criança se isole na comunidade dos surdos.  

Adverte (1997, p.232) sobre a “exclusão da criança surda da coletividade, sua reclusão exclusivamente no ambiente dos outros surdos e a penosa alteração de sua comunicação e colaboração com os ouvintes”. Propõe um modelo de comunicação total “consiste no poliglotismo, quer dizer, em uma pluralidade das vias do desenvolvimento lingüístico das crianças surdas” (ibidem, p. 232).

 Para melhor compreendê-lo devemos pensar em nós mesmos, uma vez que todos queremos ser incluídos em algo, e ainda que tenhamos limitações, angustias e inseguranças temos o direito de participarmos seja do que for não importa a idade, sempre estamos conhecendo novas pessoas e frequentando novos ambiente, é isso que nos faz crescer, a troca de experiências e vivencias novos exemplos e novas referências.  

2. Trajetória da educação inclusiva no Brasil

        A educação inclusiva brasileira passa a ser vista como uma necessidade em meados dos anos 90, quando em 1996 trouxe um marco com a promulgação da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional[3], a partir de então outros documentos passaram a ser divulgados pelo Governo Federal no intuito de normatizar a Educação Inclusiva no Brasil.

A questão da inclusão é cada vez mais evidente em debates internacionais. O movimento de Educação para Todos (EPT) fora criado nos anos de 1990 em torno de um conjunto de Políticas Internacionais, coordenado principalmente pela UNESCO[4] e relacionado com o acesso e a participação crescentes na educação em todo o mundo. Ganhou ímpeto através de duas grandes Conferências Internacionais realizadas em Jomtien, em 1990 e Dacar, em 2000 (UNESCO)[5]

Neste momento, vale lembrar que o movimento de Inclusão fora crescendo com o passar dos anos, e houve várias reuniões internacionais que propunham discutir os direitos da Educação Inclusiva destacando-se em 1994 a Conferência sobre necessidades especiais em Salamanca na Espanha quando fora formulado um documento chamado de Declaração de Salamanca que destaca:

escolas deveriam acomodar toda a criança independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, étnicas outras. Aquelas deveriam incluir crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos desvantajados ou marginalizados (Declaração de Salamanca, 1994).

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