DISCUTINDO O CONCEITO: PEDRO DEMO EDUCAÇÃO E QUALIDADE

EDUCAÇÃO E QUALIDADE

1 -DISCUTINDO O CONCEITO

A intenção do autor não é de confrontar o que é mais importante entre qualidade e quantidade e sim relacionar fatores  para que se faça uma Educação de Qualidade levando em consideração  o desenvolvimento e as expectativas  da população.

Escrevendo metaforicamente Pedro Demo fala sobre quantidade comparando as necessidades humanas como, vida longa, casa grande, salário alto, comida farta e anos de estudo a fim de demonstrar o que de fato as pessoas consideram como sendo qualidade de vida e educação de qualidade. Destaca a importância do estudo para o desenvolvimento da sociedade.

Fala sobre os diferentes entendimentos sobre qualidade. Qualidade formal, que significa a habilidade lidar com os instrumentos que possibilitem a produção de conhecimento.

Qualidade política, que seria a capacidade de participação ativa para desenvolvimento próprio e alheio. Incluindo a participação da política de forma ética.

Classifica a educação como conceito mais amplo que o simples conhecimento formal, metodológico. Ainda focando na educação acredita que a qualidade total necessita de professores adequados, bem formados e bem remunerados, que abandonem os treinamentos resumidos dos alunos, que os transformam em objetos de aprendizagem e acaba formando sujeitos não críticos, criativos, participativos e reflexivos.

Defende o aprender a aprender, que seria o educador desenvolver novas formas de trabalhar de modo a despertar o interesse do aluno para o melhor aproveitamento das aulas assim como o entendimento dos conteúdos aplicados.

Qualidade total no ensino deve ter como objeto principal a construção e a participação coletiva.Este desafio construtivo aponta para a capacidade de iniciativa, autogestão,proposta.Realça a condição sujeito capaz, aquele que não se deixa levar, mas busca comandar, com autonomia e criatividade o processo de desenvolvimento.Para que isso ocorra se arma de conhecimento que é a maneira mais eficiente de inovar a história.

A Educação passa a ser o espaço e o indicador crucial de qualidade, por que representa a estratégia básica de formação humana. Assim, educação não se limita a ensino, treinamento, instrução, e sim o ensinar a saber, pensar.

Para que este processo ocorra é essencial que haja também a qualidade de vida do indivíduo, este deverá ter condições mínimas necessárias para seu desenvolvimento. Para a isso a desigualdade  social deve ser diminuída equalizando as oportunidades.

2 - PROPEDÊUTICA DA QUALIDADE

Neste capítulo o autor explica que o conhecimento deve ser visto como instrumento ou método primordial para a mudança na realidade da educação. Sendo essencial para cidadania e competitividade. Diz que a qualidade do ensino deve ser melhorada a fim de permitir que o aluno desenvolva a construção do através do conhecimento.

Este inovação nos métodos de aprendizado é de responsabilidade dos profissionais envolvidos na educação, e deve ser aplicado desde a infância, apoiando-se na psicologia e no construtivismo. A criança precisa ser estimulada a saber pensar, o educador precisa aprender a aprender para que seja capaz de ensinar da mesma forma.  

A ideia de apenas transmitir conhecimento deve ser deixada de lado, passando a ser apenas relevante no processo. Um aluno que apenas armazena informações não desenvolverá a capacidade de construção.

O autor da ênfase a palavra construção que acaba sendo utilizada repetidamente com o propósito de desvalorizar as práticas de cópias, de repasse de conteúdos, instrução, treinamento.

Também se posiciona a favor do uso da tecnologia para construção de conhecimento e fonte de pesquisa. Afirma que estas ferramentas socializam melhor e mais rapidamente a informação, abrangem facilmente maior número de pessoas.  São elas a mídia de modo geral  e a internet que motivam muito mais pelo poder de atração que exerce sobre as pessoas.

3 -PRÁTICA DA QUALIDADE

Neste capitulo o autor continua a defender que o principal que a mudança na educação é desenvolver no aluno a capacidade construtiva. Faz uma crítica ao ensino de modo geral porém principalmente critica as Universidades de modo incisivo ao afirmar que estas instituições adotam uma postura de mero ensino discursivo ou do “pesquisador míope”.  

Ou seja, afirma que as Universidades não utilizam ferramentas como a pesquisa para contribuir com a construção do conhecimento mais amplo, já que no principio da educação está o questionamento, bem como na pesquisa.

A pesquisa precisa ser uma atitude cotidiana, deve partir do próprio aluno a fim de aprender a aprender, aprender a pensar para melhor agir.

Destaca cinco competências essenciais para a formação do professor. São elas, a pesquisa, elaboração própria, teorização das práticas, formação permanente e manejo dos meios eletrônicos.  

Fala também sobre as formas de avaliação e da valorização do aluno, e volta a utilizar repetidamente as palavras aprender a aprender e construir conhecimento.

Outra forma interessante de elucidar e comparar atitudes que devem mudar são alguns quadros que permeiam os capítulos onde o autor faz uso apenas de palavras que representam um método ultrapassado e o que deverá  substituí-lo conforme segue:

AVALIAÇÃO
do aprender	do aprender a aprender
frequência	participação
prova	pesquisa
reprodução	construção própria

 

Uma forma simples de expor a ideia, porém capaz de produzir significado e se fazer entender. Alias muito mais funcional do que ficar citando parágrafos repetitivos durante os capítulos.

4 -FAZER QUALIDADE

O capítulo a seguir inicia-se apresentando táticas que poderiam favorecer a implantação da qualidade no ensino que deveria ter como objetivo qualificar as pessoas e equalizar oportunidades.