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Resenha Educar pela pesquisa do autor Pedro Demo

Por:   •  26/3/2017  •  Resenha  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  3.912 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

BACHARELADO EM FARMÁCIA

                

TAÍSA CONTREIRAS DOS SANTOS FERREIRA

Resenha Crítica do texto Educar pela pesquisa do autor Pedro Demo

Salvador

2016

TAÍSA CONTREIRAS DOS SANTOS FERREIRA

Resenha Crítica do texto Educar pela pesquisa do autor Pedro Demo

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Salvador

2016

FREIRE, DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 8. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. (Coleção educação contemporânea).

Pedro Demo é graduado em Filosofia e Doutor em Sociologia, com pós-doutorados na Alemanha e Estados Unidos. É Professor Titular Aposentado do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, instituição que lhe conferiu também o título de Professor Emérito. É Bolsista 1B de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Trabalha com Metodologia Científica, no contexto da Teoria Crítica e de Pesquisa Qualitativa. Pesquisa principalmente a questão da aprendizagem nas escolas públicas, por conta dos desafios da cidadania popular. No Ministério da Educação, foi Secretário-Geral Adjunto de 1979 a 1983 e Diretor Geral do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) de 1984 a 1985. Orientou ao longo de sua carreira 22 dissertações de mestrado, 9 teses de doutorado, 15 trabalhos de conclusão de curso de graduação e 11 de iniciação científica. Recebeu inúmeras homenagens nacionais e internacionais; é autor de mais de 100 artigos completos em periódicos; mais de 70 livros; dentre muitas outras contribuições.

O trabalho de Pedro Demo visa introduzir a pesquisa, como ponto principal para educação, no sentido de formar o individuo articulador de ideias inovadoras, eticamente embasadas por conhecimento teórico prático, desafiando a capacidade de reconstruir, através disso, qualidade formal e política em todos os níveis educacionais. A condição essencial de educar pela pesquisa é que o profissional da educação seja um pesquisador e saiba lidar com a pesquisa como princípio científico e educativo em seu cotidiano, transformando os alunos em sujeitos participativos e questionadores para reconstrução de conhecimentos. Para tanto, é preciso mudar a definição do professor como mero perito em aulas, já que ele é o elo entre o aluno e as ciências, sendo que o principal desafio deste trabalho consiste na recuperação da competência desse profissional vitima da precariedade do sistema, desvalorização profissional e capacitação inadequada, principalmente na educação básica. Dividido em duas partes, este trabalho trata na primeira de como educar pela pesquisa no ensino básico, onde parece mais complexo e surpreendente, e na segunda dedica-se ao ensino superior onde parece mais apropriado, embora muito pouco perpetrado. O autor afirma que este não é um trabalho de substituição ao modelo pedagógico atual, e as propostas expostas são sugestões e não receitas prontas, pois desviaria a intenção do trabalho que é desenvolver capacidade criadora do professor ao teorizar e praticar a pesquisa. São levantados alguns pontos que estimulam os alunos a serem mais participativos e produtivos como: ambiente positivo, a escola precisa se tornar um lugar coletivo de trabalho, ambiente de uma obra comum, com disciplina e liberdade deixar que o aluno sinta-se parte da equipe, parceiro de trabalho, que interaja, comunique e esteja sempre motivado. O texto sugere que o modelo retrógrado de avaliação e desempenho seja modificado, desfazendo-se a noção de aluno como sendo subordinado, tendente a ignorante, simples ouvinte, afirmando que a sala de aula clássica conduz a efeitos domesticadores tornando os alunos aprendizes dependentes e limitados. Mudar esse modelo não implica em perder autoridade, mas ganhá-la por competência, bom exemplo e orientação dedicada. Porém, o trabalho em equipe é desafiador, mas aprimora a participação conjunta e a capacidade de contribuição, desde que observadas a evolução individual e a produtividade dos trabalhos; equilíbrio entre o trabalho individual e o coletivo. Na esfera individual há capacidades insubstituíveis e particulares como argumentar, questionar, propor e contrapor, a iniciativa pessoal, o interesse, a produtividade sistemática e cumulativa e outras. A esfera coletiva compreende a sociedade, seus problemas e desafios, de modo matricial, globalizado e multidisciplinar. O trabalho em equipe ressalta o desafio da competência formal, coloca a necessidade de exercitar a cidadania coletiva e organizada e torna crucial a argumentação na direção dos consensos possíveis capazes de contribuir dinamicamente com fins comuns; o incentivo a iniciativa da procura do material que será pesquisado. Podendo ser ele de qualquer natureza, livros, textos, experiências próprias, todo material viável e acessível, até aqueles produzidos pelo próprio aluno em estímulo a criação e recriação. Trazendo a ideia para a esfera infantil as atividades dinâmicas podem compreender pesquisas a letras, palavras, significados, números e proporcionalidade com objetos do dia a dia, maquetes das cidades, bairro, país, reconstrução de fatos históricos entre outras metodologias; motivar o aluno a fazer sua própria análise e interpretação de uma informação, passando pela compreensão até a elaboração própria de conteúdo. A forma mecânica de aprendizado nos ensina a sermos meros receptadores e repetidores de informações nos deixando a serviço de qualquer tipo de manipulação como a midiática, por exemplo. A escola deve estimular a pensar, refletir e elaborar alternativas, tornar o individuo informado, também um informador; o autor afirma, também, que o processo de reconstrução do conhecimento passa pelo senso comum, conhecimento popular, herança cultural, visão de mundo e complementa-se com o conhecimento disponível em todo acervo informativo, livros, jornais, revistas, vídeos, universidades, escolas, institutos e outros, levanta-se então questionamentos reconstrutivos baseados em pesquisa culminando na elaboração própria de informações. Sendo a informatização do conhecimento um aliado nesse processo; estratégias didáticas são muito importantes como atividades lúdicas, jogos, gincanas, feiras, estimular a leitura e formulação de próprio juízo, o manejo eletrônico e o apoio familiar no processo de aprendizagem; cuidados preliminares são necessários para manutenção da qualidade educativa. Neles cabe a capacidade de saber pensar, raciocinando amplamente e estar apto a resolver novos conflitos; aprender a aprender aperfeiçoando-se sempre; avaliar e avaliar-se criticamente; e unir metodologia e ética. Para tal o professor deve estimular a expressão fundamentada, o questionamento, a formulação própria, consultar autores e teorias para estimular a própria criatividade e tornar o hábito à pesquisa cotidiano. Segundo o autor, essas mudanças poderão acarretar em uma reorganização curricular, ou seja, a didática avaliativa deixaria o currículo extensivo e seu modo mecânico, domesticador e engessado de ensino e tomaria um caminho crítico, criativo, autônomo e com alunos atuantes e participativos; novas formas avaliativas de rendimento escolar são citadas no texto como o desempenho qualitativo, o aluno precisa estar ciente que sua avaliação será constante e geral em todos os aspectos participativos. Lembrando que a convivência motivadora é essencial e que os alunos com maior dificuldade de aprendizado e os mais introspectivos, por exemplo, merecem tratamento diferenciado. Na segunda parte do texto, o autor estende esses conceitos ao nível superior, já que a universidade tem papel transformador no desenvolvimento humano e na prática da cidadania. Acrescenta que a educação e o conhecimento são ferramentas importantes para transformação produtiva com equidade em uma ideologia neoliberal, ainda que o capitalismo a sobreponha. De um lado o processo educativo ensina o individuo a saber pensar, se aperfeiçoar e buscar seus direitos e traz consigo o conceito do investimento em pessoas e da inovação para humanização do progresso. E do outro lado o capitalismo que tem como imperiosos o capital, o lucro e a produtividade advinda da ignorância do trabalhador. Não cabe mais ao processo educativo universitário reduzir educação a ensino, nem formar um profissional deficiente que aprende a ser mero empregado e muito menos uma alienação da prática recheada apenas por teorias prontas. Cabe à universidade a formação de indivíduos com capacidade critica e criativa que não se deixem manipular pelos que obtêm privilégios com sua ignorância, indivíduos realmente livres, éticos e democráticos, com capacidade de sobrepor os direitos humanos ao poder econômico e colocá-lo a seu serviço sempre que o bem comum estiver em jogo. O texto salienta que o mundo globalizado de hoje e seu ritmo acelerado de mutações exige competência profissional não apenas quantitativa, mas qualitativa. Essas qualidades podem ser atribuídas ao profissional que aprendeu a pensar com juízo, a pesquisar, se atualizar, avaliar e avaliar-se constantemente, questionar reconstrutivamente e trabalhar em equipe. Caso contrário, e bem numerosos no mercado, sempre nos depararemos com profissionais medíocres que visam exclusivamente o lucro em detrimento da qualidade do serviço. O autor conclui afirmando que a mediocridade profissional é decorrente de fatores como sistema educacional vigente, professores e instituições de ensino também medíocres que, como num ciclo vicioso, passaram pelo mesmo método educacional precário e domesticador e que precisa ser modificado a partir da educação básica. De um modo geral, a obra contribui para fundamentar ideias sobre uma nova visão do aluno e do professor. O centro da atenção do autor está na reformulação da estrutura educacional baseada na pesquisa e no incentivo a participação ativa e conjunta do aluno no ambiente educativo. Ele sugere que essa modificação inicie pelo professor que deve recuperar sua competência profissional, apesar da precariedade do sistema, e motivar nos alunos a inovação, a crítica e o questionamento reconstrutivo para uma sociedade mais desenvolvida, ética e democrática.

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