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Dificuldade de aprendizado

Por:   •  19/3/2017  •  Projeto de pesquisa  •  20.401 Palavras (82 Páginas)  •  445 Visualizações

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Dificuldade de Aprendizagem Frente a Outros Transtornos : 
Problemas Afetivos e de Conduta em Sala de Aula

 

Considerações Sobre os Distúrbios de Aprendizagem

Apresentação

 

Olá, queridos alunos, bem vindos à nossa disciplina de “DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM FRENTE A OUTROS TRANSTORNOS: PROBLEMAS AFETIVOS E DE CONDUTA EM SALA DE AULA” para o nosso curso de ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL – modelo web. É, o nome da disciplina é bastante grande, não é? E é muito grande também a amplitude dos assuntos que iremos tratar tanto a partir do nosso material escrito, dos nossos vídeos, atividades e principalmente das nossas discussões via Fórum de Discussões.

Assim, começaremos em nossa primeira unidade abordando questões relacionadas à aprendizagem, definindo seu conceito, os fatores que interferem nesta aprendizagem, bem como, as principais diferenças entre as dificuldades e os transtornos de aprendizagem.

Posteriormente, trataremos de alguns dos principais distúrbios de aprendizagem, demonstrando suas principais características e o papel do psicopedagogo frente a eles, no que tange à sua avaliação e intervenção.

Em nossa segunda unidade, ainda, buscaremos demonstrar a forma como tais transtornos estão relacionados às questões afetivas e de conduta de nossos alunos, em decorrência, principalmente, de um fenômeno recente em nossas salas de aula, a saber, o bullying.

Por fim, abordaremos ainda o papel do professor diante destes distúrbios, enfatizando seu trabalho conjunto com a família e com a escola visto que, uma intervenção multidisciplinar pode ser muito mais bem sucedida do que uma intervenção isolada.

Não se esquecem de que, durante todo o tempo de nossa disciplina, vocês terão a oportunidade de discutir tanto com os colegas de curso quanto comigo via Fórum de Discussões, as questões que não ficaram claras durante as aulas, utilizando-o também como um espaço de aprendizagem.

 

Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem

 

Antes de discutirmos mais profundamente sobre a aprendizagem, vamos refletir sobre uma frase de Piaget que ilustra sua relação com a afetividade e a conduta, assistindo ao nosso primeiro vídeo da disciplina

 

VÍDEO 1

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Segundo Fonseca (1995) a aprendizagem seria o resultado de uma ação motora que se conservaria no cérebro através de uma experiência psicológica reflexiva, ou seja, corresponderia a uma mudança de comportamento obtida mediante o contato com o meio, e que, inevitavelmente, integraria aspectos psicossociológicos e neurobiológicos.

A respeito dos domínios psicossociológicos, verifica-se que certamente fatores como a metodologia adotada, a relação professor/aluno, ou a própria carga afetivo-social deste último, interferem sobremaneira na sua aprendizagem, podendo, até mesmo, engendrar dificuldades. Estas, porém, são transitórias e passíveis de superação mediante intervenção adequada.

Já os distúrbios de aprendizagem, por sua vez, abarcariam um grupo heterogêneo de patologias cuja principal característica residiria no fato de ser resultado de disfunções cerebrais específicas, causadas por elementos genéticos ou ambientais, que interromperiam o funcionamento normal do cérebro (PENNINGTON,1997).

Contudo, mesmo com um caráter prioritariamente neurobiológico, os distúrbios ou transtornos de aprendizagem também incluiriam elementos relacionados à afetividade e à conduta, quer sejam enquanto aspectos primários e decorrentes da manifestação do próprio transtorno – como, por exemplo, a dificuldade de relacionamento social apresentada por crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade -, quer como aspectos secundários, que se originam do transtorno apesar de não serem característicos do mesmo, como é o caso da baixa autoestima, presente na maioria das crianças com distúrbios de aprendizagem.

E por falar em distúrbios de aprendizagem, pode-se dizer ainda que entre as suas principais manifestações, verificar-se-iam, então, problemas significativos na aquisição e no uso de capacidades de atenção, fala, leitura, raciocínio e aritmética, os quais poderiam até ser concomitantes à instrução inadequada, por exemplo, mas não decorrentes da mesma. Cada uma dessas dificuldades assinala um distúrbio específico, que serão discutidos em maiores detalhes em um momento posterior.

É importante considerar ainda, que uma criança com distúrbio de aprendizagem não apresentaria apenas um atraso no que concerne à população de mesma faixa etária, além disso, evidenciaria também um padrão de maturação atípico. Assim, seria de extrema relevância compreender tanto os aspectos referentes ao próprio desenvolvimento cerebral quanto os relativos ao funcionamento deste órgão, considerado por Fonseca (1995, p. 150) o “sistema privilegiado da aprendizagem”.

E nesse sentido, caberia então à ciência denominada Neuropsicologia estudar aqueles que seriam considerados os componentes básicos da aprendizagem e do comportamento, para assim encontrar os fatores necessários para realizá-los, além de analisar o papel das diferentes regiões do cérebro no fornecimento de tais fatores (FONSECA, 1995).

Entretanto, apesar de ser objeto de estudo de outra ciência, tal entendimento seria de extrema relevância para psicopedagogos e professores interessados em entender, para assim melhorar a aprendizagem da população com a qual trabalham.

Deste modo, tal compreensão viabilizaria identificar as estruturas deficitárias, analisar as características primordiais deste mau funcionamento que assinalam a cada um destes distúrbios de aprendizagem e, consequentemente, estabelecer a terapêutica mais adequada aos mesmos, uma vez que Fonseca (1995) também coloca que é preciso conhecer as áreas fortes e fracas de cada criança, para que assim, se possa optar por métodos de intervenção que permitam maximizar suas potencialidades e superar as dificuldades, já que se considera que “o cérebro pode mudar, desde que o professor e o educador construam envolvimentos dentro dos quais tais modificações (em termos de aprendizagem) possam ocorrer” (FROSTING; MASLOW apud FONSECA, 1995, p. 151).

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