IMPLICAÇÃO E INTERVENÇÃO NA PSICOPEDAGOGIA CLINICA
Por: Alessandra De Araújo • 23/5/2018 • Artigo • 6.400 Palavras (26 Páginas) • 1.049 Visualizações
Aula 01: IMPLICAÇÃO E INTERVENÇÃO NA PSICOPEDAGOGIA CLINICA.
APRESENTAÇÃO
No tocante à Psicopedagogia Clínica, é importante percebê-la como área específica de estudos, com objetos e métodos de abordagens próprios.
O ponto de partida consiste em explicitar a prática Psicopedagógica cujas soluções se relacionam com a Psicologia, delimitando o campo de estudo dessa área e suas implicações com a Psicopedagogia Clínica.
Nesta aula, examinaremos o Diagnóstico Psicopedagógico Modelo Jorge Visca, que dá origem à intervenção psicopedagógica. Analisaremos a Psicopedagogia Clínica, sua prática e as relações teóricas que compreendem esta prática; a importância do processo diagnóstico estruturado para compreender a dinâmica de interação do sujeito entre o cognitivo e o afetivo; a articulação entre inteligência e subjetividade, objetividade e desejo; a construção do espaço transicional entre o jogar e o brincar como forma de leitura diagnóstica; a abordagem e o tratamento das questões e dificuldades da aprendizagem que exigem uma aproximação multidisciplinar. Por fim, identificaremos o olhar diferenciado psicopedagógico sobre o aprendizado na prática que exige articulações entre ensinante/aprendente e o sujeito autor do conhecimento.
PSICOPEDAGOGIA CLINICA
“O Pesquisador pretende ser aquele que recebe e acolhe o estranho. Abandona seu território, desloca-se em direção ao país do outro, para construir uma determinada escrita da alteridade e poder traduzi-la e tranmiti-la”. (MARILIA AMORIM, 2001, p.123).
“A observação participante possibilita ao pesquisador obter as percepções das pessoas e expressões por intermédio de sentimentos, pensamentos e crenças. É importante, desse modo, que o pesquisador tenha domínio dos padrões linguísticos e das variações da linguagem dos indivíduos observados, afim de poder registrar com fidedignidade os elementos levantados e poder interargir com indivíduos. (THIOLENTE, 2002, p.55)
“O educador não pode ser aquele indivíduo que fala horas a fio a seu aluno, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo íntimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua vida. (SALTINI, 2002, p.60).
QUAL O LUGAR DA CLINICA PSICOPEDAGÓGICA?
- Fenômenos inconscientes.
- Transferência – o outro pode identificar situações.
- Contratransferência - a percepção do outro em você.
- Diferença entre Saúde e Doença.
- Aprender a Ler situações de Aprendizagem.
- Intervenção Clinica.
QUEM É O PSICOPEDAGOGO CLINICO?
- Coloca-se como Aprendente/Ensinante.
- Investiga o outro o tempo todo.
- Questiona o que Conhece e o que não Conhece.
- Olhar e Escuta sobre a Singularidade.
- Possui habilidade de Implicação/Distância.
QUAL O LUGAR DA TEORIA NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA?
- Rede de proteção/sustenção.
- Saída da dependência teórica para autoria do pensamento.
- Espaço de construção de autoria
- Articulação entre inteligência e subjetividade entre objetividade e desejo.
- Espaço transicional jogar/criar.
TAREFAS DO PSICOPEDAGOGO CLINICO
- Diagnóstico e Intervenção Institucional e Clínica.
- Pesquisa Ação.
- Instrumento de Análise.
- Modelos e Modalidades.
- Buscar significado do Sintoma (Família,/Escola/Sujeito).
QUAL É O LUGAR DA TÉCNICA?
- Não pode ser Prisão/Submissão/Dependência
- Não é lugar de Poder e Domínio.
- É espaço de Pensar/Criar/Inventar recursos para o cliente numa situação única.
- Lugar de intervir promovendo Novas versões/Novos caminhos junto com o cliente.
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO CLINICO
Fernandez (1990) afirma que o diagnóstico para o terapeuta deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário. É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo, recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos.
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE
“Os pais, invariavelmente ainda que com intensidades diferentes, durante a anamnese, tentam impor sua opinião, sua ótica, consciente ou inconsciente. Isto impede que o agente corretor se aproxime “ingenuamente” do paciente para vê-lo tal como ele é, para descobri-lo”. (Visca, 1987, p. 70).
MODALIDADE DE APRENDER SAUDÁVEL
Ensinante – abre mão do poder/saber antecipado/perde algo para ganhar/recomeçar.
Modalidades:
Confiança em Si e no Outro.
Alegria/Prazer.
Crer/Querer.
Aprendente – deseja/reconstrói/recorre ao saber/dá sentido ao aprendido.
Modalidades:
Desejo de Criar/ Re-inventar.
TRATAMENTO
- Resignificar fantasias do aprender.
- Restaurar o vínculo com o objeto do conhecimento.
- Reconstruir auto-imagem.
- Reconhecer-se pensante/autor
- Aprender a tolerar frustração.
- Reparar vínculo com o ensinante.
- Transferência/Projeções.
Exercícios
1) “Aprendizagem acontece no sujeito [...]. A cultura o que faz é selecionar alguns e os transformar então em objetos pedagógicos, no sentido que são os reativos de conduta ou estimulantes para fazer este sujeito ingressar na cultura. Aprendizagem, para uma pessoa, abre o caminho da vida, do mundo, das possibildades até de ser feliz”.
Encontramos essa citação em que autor abaixo:
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