Jogos e Brincadeiras em Espaços de Educação Não Formal
Por: Sérgio Lacerda • 26/8/2018 • Artigo • 6.205 Palavras (25 Páginas) • 901 Visualizações
JOGOS E BRINCADEIRAS EM ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Sérgio Pereira de Lacerda Neto[1]
RESUMO
A presente monografia tem como intenção analisar as contribuições dos jogos e das brincadeiras no processo de ensino, aprendizagem e desenvolvimento de competências e habilidades na criança e no adolescente. Para tanto, entre as diferentes modalidades de ensino, escolheu-se o espaço não formal de educação por analisar o que se almeja, além do já citado anteriormente, a pesquisa também foi motivada pelo desejo de saber se esses jogos e brincadeiras realmente contribuem no processo de reorientação sócio educadora. A partir daí surgiu a problemática, como essas atividades podem contribuir no processo de desenvolvimento de crianças e jovens. A análise é norteada pelo seguinte objetivo geral: analisar as contribuições de jogos e brincadeiras no processo de reorientação social. Tendo como objetivos específicos: conhecer a política do projeto de reorientação sócio educadora, seus propósitos, perspectivas e desafios; identificar a concepção de jogos e brincadeiras que os sócio educadores do projeto, desenvolvido em um espaço não formal de Barreiras possuem a respeito dessa estratégia; observar a relação das crianças e adolescentes atendidos pelo projeto com os jogos e as brincadeiras propostos na dinâmica sócio educadora. Adotou-se na metodologia uma pesquisa qualitativa para melhor compreender e comparar a prática dos jogos neste espaço de educação. Tendo como instrumentos observação, entrevista e questionário. Os dados evidenciam a necessidade de uma melhor articulação e interação na relação entre o que é planejado e o que é realizado. Entretanto, é possível considerar que há um enfrentamento dos desafios encontrados pela instituição, assim como a existência da dificuldade com relação à localização em que o bairro se encontra.
Palavras-chave: Jogos e Brincadeiras. Sócio educação. Espaço não Formal.
1 INTRODUÇÃO
Por muito tempo o jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e outras disciplinas e somente a partir do Renascimento é que se vê o jogo como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo.
É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças ampliam seus conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que está ao seu redor, desenvolvem as múltiplas linguagens, exploram e manipulam objetos, organizam seus pensamentos, descobrem e agem com as regras, assumem papel de líderes e sociabilizam com outras crianças, preparando-se para um mundo coletivizado.
A brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade das mais diversas desde o princípio da civilização. O brincar é uma atividade das crianças e dos adultos, porém a sua realização perdeu seus vínculos comunitários com o passar do tempo tornando-se individual.
Logo, jogos e brincadeiras não são apenas um entretenimento, mas uma atividade que possibilita a aprendizagem de várias habilidades e, portanto, é com esse desenvolvimento prazeroso da criança e do adolescente nos espaços de educação não formal que o educador deverá interagir com o lúdico, concretizando os jogos e brincadeiras não apenas como recursos pedagógicos decorrente dos diversos níveis do conhecimento mas como portas para a edificação deste, e consequentemente a sua socialização com o mundo.
As atividades como as brincadeiras são compreendidas como arte, cultura, esporte, entre outros. Estão a serviço da educação como prática ligada às necessidades básicas de nossa gente, nos aspectos físicos, psíquicos e culturais. As atividades que se propõem devem ser cuidadosas em seus métodos e suas bases pedagógicas, devem promover a reflexão e o exercício diário de valores, ter foco na afetividade e promover vínculos saudáveis e construtivos que auxiliem na formação da identidade de seus praticantes, levando em consideração a vulnerabilidade social da qual se encontram.
Nesse sentido, a pesquisa foi realizada em uma Instituição situada na cidade de Barreiras- Bahia, no cenário da Educação Não Formal, que é um espaço para geração de uma ação educativa organizada, sistemática e intencional, por considerar que a atividade lúdica não só fará parte da diversão da criança, como também contribuirá para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, afetivas e psicomotoras.
Nessa perspectiva, buscou-se como objetivo geral analisar as contribuições de jogos e brincadeiras no processo de reorientação social. Surgindo o seguinte questionamento: Como os jogos e brincadeiras podem contribuir no processo de reorientação social?
É preciso pensar sobre como está sendo realizado trabalho com jogos e brincadeiras, de forma que tal estratégia contribua no crescimento da pessoa envolvida, especialmente pelo fato da instituição trabalhar com crianças e adolescentes que estão numa fase de grandes descobertas podendo ainda melhorar o seu desempenho, além do mais já que frequentam as aulas regulares num turno oposto é interessante se pensar em caminhos que possam complementar outros saberes não estimulados nos mesmos.
Visando entender melhor a problemática da importância do desenvolvimento dos jogos e das brincadeiras como forma de aprendizagem nos Espaços Não Formais, foram utilizados os seguintes objetivos específicos: Conhecer a política do Projeto de Reorientação Sócio-Educadora, seus propósitos, perspectivas e desafios; identificar a concepção de jogos e brincadeiras que os sócio-educadores do Projeto desenvolvido em um espaço não-formal de Barreiras possuem a respeito dessa estratégia e observar a relação das crianças e adolescentes atendidos pelo projeto com os jogos e as brincadeiras propostos na dinâmica sócio-educadora.
Para a metodologia utilizou-se a pesquisa de natureza qualitativa, do tipo estudo de campo, por ter contato direto com área a ser investigada. Na coleta dos dados os instrumentos consistiram na observação não-participativa, entrevista semi-estruturada e questionário.
2 Desenvolvimento
2.1 Fundamentação teórica
É considerável e faz sentido que as crianças aprendem brincando, se divertindo, e às vezes algumas atividades não conseguem atingir o ápice de prazer existente nela. Dessa forma, é importante salientar que se na sala de aula a criança não tem esse momento de encanto com a atividade aplicada, outro espaço teria que ser mais atrativo.
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