LITERATURA INFANTIL E A FORMAÇÃO DE LEITORES: UMA ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA E ESCOLA
Por: paula_ccn • 24/5/2020 • Trabalho acadêmico • 3.596 Palavras (15 Páginas) • 273 Visualizações
LITERATURA INFANTIL E A FORMAÇÃO DE LEITORES: UMA ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA E ESCOLA.
Ana Paula Cristina Cunha Nunes[1]
Elessandra Santos Reis[2]
RESUMO
O propósito deste artigo é trazer para a discussão a literatura infantil e sua contribuição para a formação de leitores, através da participação de pais e professores nessa inserção das obras de literatura infantil e de como eles podem contribuir nesse processo. Para tanto, reflexões teóricas baseadas em autores como Coelho (2000), Cassiano (2009), Rego (1995), entre outros que constituem o corpo desta escrita. Levando-se em consideração que as atividades de leitura realizadas na família são de grande relevância para o processo de letramento literário e a familiarização com as diferentes funções da leitura, assim com um grande suporte para a atividade do professor, que caso exista um apoio da família na formação desse aluno/leitor/cidadão, poderá através da escola criar diversas metodologias para o reconhecimento das diferentes funções da leitura de obras literárias infantis, obedecendo a particularidade de cada criança e sua o auxiliando no processo de desenvolvimento.
Palavras-chaves: Literatura infantil. Formação de Leitores. Incentivo. Família. Escola.
1-INTRODUÇÃO
O propósito deste artigo é trazer para a discussão a literatura infantil e sua contribuição para a formação de leitores, através da participação de pais e professores inserção das obras de literatura infantil e de como eles podem contribuir nesse processo. Para tanto, reflexões teóricas baseadas em autores como Coelho (2000), Cassiano (2009), Rego (1995), entre outros que constituem o corpo desta escrita.
Acredita-se que é necessário compreender como a literatura infantil vem sendo trabalhada pela família, e se estes criam meios que possibilitem o contato com a leitura nos primeiros anos de vida da criança, levando-se em consideração a família como um fator de grande relevância nos primeiros anos de vida dessas crianças para iniciação do mundo da leitura através da literatura infantil.
As crianças que estão envolvidas com histórias no seu cotidiano, sejam vós orais ou escritas, serão as que mais têm chances de serem leitores fluentes, que despertarão o gosto pela leitura. Geralmente os primeiros contatos das crianças com o universo da literatura são com os adultos, vindo após o seu contato com os livros no qual poderão reproduzir através de suas próprias imagens, fatos que viram de sua imaginação através da história que escutou do adulto. Esse processo é fundamental para a formação de pequenos leitores.
Disso decorre o papel primordial da inserção e valorização da literatura infantil como uma ferramenta eficaz para que o professor faça um trabalho que leve a leitura a uma ação significativa na formação do leitor. Implica em todo o envolvimento que o professor dará a consolidação desse processo, a literatura exerce uma tarefa a ser cumprida socialmente, num papel transformador, seja na formação de leitores, no convívio natural entre leitor/livro.
Considera-se que a literatura infantil não faz parte somente do desenvolvimento escolar mais também da formação humana, pois através do hábito da leitura e contação de histórias, se possibilita que a criança desenvolva habilidades e competências, preparando-as para os desafios do mundo atual. Essa reflexão sobre a importância da literatura infantil e como essa contribui para a formação de leitores, ganha força no momento em que faz compreender o quanto é importante incentivar a leitura desde cedo através da contação de histórias, possibilitando que a criança tenha um contato maior com o mundo da leitura. Considera-se ainda que, refletir sobre a temática é relevante uma vez que possibilita remeter-se à escola e à família, espaços educativos em que acontece o processo de ensino- aprendizado e o hábito da leitura, reforça e revitaliza a formação de leitores.
2-BREVE HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL
As primeiras obras literais para o público infantil foram publicadas no século XVIII na Europa, acompanhadas de contos de fadas adaptados. Tendo como um de seus autores principais: Charles Perrault.
A Literatura Infantil tem seu início através de Charles Perraut, clássico dos contos de fadas. Naturalmente, o consagrado escritor francês não poderia prever, em sua época que tais histórias, por sua natureza e estrutura, viessem constituir um novo estilo dentro da Literatura, e elegê-lo o criador da Literatura da Criança. (Carvalho, 1982, p. 77 apud. SANTOS, 2009, p. 16).
Perrault retratava a sociedade da época em suas histórias, utilizando a influência do folclore, para a criação do principal modelo literário, o conto de fadas, através de obras reconhecidas até hoje, como: Chapeuzinho Vermelho, a Bela Adormecida, o Gato de Botas, Cinderela, Pequeno Polegar, entre outras.
No mesmo século, encontra-se também Fenélon, responsável por escrever obras literárias infantis com o único objetivo de instruir e educar, os seus escritos transmitiam valores de caráter educacional, por isso, foram adaptados a fim de atender a educação moral das crianças.
A percepção lúdica da literatura infantil não era levada em conta, e não era considerada importante para o desenvolvimento da criança, a literatura existente considerava o público infantil e o público adulto exatamente iguais, apesar dos universos diferentes, não era levado em conta as etapas de maturação psicológica. Como afirma ZILBERMAN (1987):
Todavia, a concepção de uma faixa etária diferenciada com interesses próprios e necessitando de uma formação especifica, só acontece em meio à Idade Moderna. Esta mudança se deu a outro acontecimento da época: a emergência de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas relações de parentesco, mas num núcleo unicelular, estimulando assim, o afeto entre seus membros (apud. SANTOS, 2009, p. 17).
Antes desse novo modelo de família, não existia consideração com a infância, os adultos e as crianças participavam dos mesmos eventos, só depois desse novo modelo familiar surgiu um olha4 diferenciado e voltado para a valorização da infância, resultando em mudanças significativas nos relacionamentos entre criança-adulto, e no desenvolvimento emocional e afetivo. A partir daí as crianças da alta classe passaram a ter acesso a diversos clássicos literários da literatura infantil, enquanto as da classe popular não tinham acesso à leitura e nem a escrita.
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