Letramento

Mudando os rumos da leitura

Sempre que se ouve falar que a taxa de analfabetismo no Brasil vem diminuindo tem-se uma expectativa de progresso no pais, mas embora o número esteja cada vez menor, deve-se levar em conta o número de analfabetos funcionais presentes em nossa sociedade. O conceito de alfabetização pode ser apenas a capacidade de decodificar as palavras, mas precisa-se ir muito além disso, o indivíduo deve ser letrado para poder compreender tudo ao seu redor.

Uma pessoa letrada não somente decifra os códigos (letras) presentes nas palavras como também consegue interpretar o que ali está escrito. Essa interpretação não é uma coisa boba, que se dá aos mais espertos ou aos alunos que se empenham mais é uma meta que deve ser alcançada nos anos em que o aluno estuda. Portanto a escola tem um papel importante nesse processo.

Pode-se perceber uma certa regionalidade quando se trata de analfabetismo, em lugares onde as pessoas tem menor renda os dados mostram que as taxas de pessoas que são analfabetas ou analfabetas funcionais são maiores do que em outros lugares. Esses números se dão pelo fato de as crianças terem de abandonar a escola para ajudar na renda familiar, portanto fica uma lacuna na vida das mesmas.

Talvez para alguns seja melhor ter cidadãos apenas alfabetizados, aqueles que saibam ler e escrever, que em dados seja uma pessoa instruída e que de um ar de progresso para a sociedade em que vive. Mas na pratica não funciona assim, a pessoa precisa ser letrada para poder estar ali, lado a lado com as pessoas com quem convive, para argumentar e questionar as coisas ao seu redor. Para entender certos anúncios e assim compreender para que servem tudo o que o cercam.

Um dos maiores desafios pode ser tornar o ambiente da escola um lugar onde se queira estar. Fazer com que as aulas sejam mais interessante. O objetivo maior é que os alunos levantem de suas camas, se vistam e saiam de suas casas todos os dias não para uma coisa que consideram uma “obrigação” que os mesmos sintam prazer em estudar e que esse sentimento também não se restrinja apenas ao âmbito escolar. Que da mesma forma que se compra roupas, sapatos, jogos ou celulares se saia de casa com vontade de comprar livros, revistas, etc. Ou até mesmo que a invés de sentar-se em frente ao computador para acessar redes sociais, que se faça isso com o intuito de adquirir conhecimento, fazer pesquisas, etc.

Uma pessoa que consegue ter o conhecimento para “aprender” realmente e não apenas ser um decifrador terá a “missão” de semear esse dom que é o de buscar sempre mais habilidades e de questionar a sociedade em que está inserido trazendo assim não apenas melhoras em números ou dados mas sim em qualidade de vida para si e todos a sua volta.