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Movimento Camponês, Trabalho e Educação: Liberdade

Por:   •  14/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.355 Palavras (14 Páginas)  •  629 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS III

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

FICHAMENTO

Junho de 2016

MARLENE, Ribeiro. Sujeitos sociais e educação popular. In: ______ MARLENE, Ribeiro. Movimento camponês, trabalho e educação: liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana – 1. ed. – São Paulo: Expressão Popular, 2010. 456 p.

Resumo

Este estudo construiu-se a partir da leitura integral e análise do capítulo 1º retirado do livro Movimento Camponês, trabalho e educação: liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana de Marlene Ribeiro. O capítulo intitulado de Movimentos Sociais e Educação popular analisa os conceitos de movimentos sociais populares, educação rural/do campo e educação popular buscado identificar os movimentos sociais populares enquanto sujeitos sociais, sujeitos políticos coletivos que se contrapõe ao modelo civilizatório de escola imposto pela modernidade.

“Uma contradição está presente e, ao mesmo tempo, oculta na expressão movimentos sociais. [...], estes tanto podem significar a ação, ou a retroação para defender o status quo, ou manter a ordem vigente da relações sociais de produção, que são relações e exploração do trabalho alheio. [...], e que constitui o capital enquanto uma relação social. ”(p. 28)

“A radicalização dos movimentos sociais populares [...], desperta uma forte reação dos latifundiários, que se organizam na Sociedade Rural Brasileira, inclusive com milícias armadas. [...], a luta de classes está no interior dos “movimentos sociais”, seja na perspectiva de revolução, ou seja, na de reação.” (p. 28)

“São, portanto, os movimentos sociais populares os portadores do novo, do projeto popular de sociedade e de educação. [...], Trata-se dos movimentos sociais populares rurais/ do campo, que marcam a formação social brasileira.” (p. 29)

“É importante destacar, de um lado, a participação da Igreja Católica na criação de sindicatos de trabalhadores rurais, de outro a presença do PCB na Ultab, que reunia a maior parte das federações de trabalhadores rurais.” (p. 32)

 “Os movimentos sociais populares, formuladores de propostas e sistematizadores de experiências de educação rural/ do campo são: a Contag, Fetag/RS, e a Via Campesina, que congrega vários movimentos sociais populares do campo sob liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST.” ( p. 34)

“O MST, como o movimento mais fortemente organizado em quase todos os Estados do Brasil, também traz a presença da Igreja Católica.” (p. 35)

“Navarro, Moraes e Menezes (1999, P.28-30) sintetizam a história do MST em três fases. A primeira compreende os anos formativos até o início da década de 1980, quando os trabalhadores sem-terra são mobilizados, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, [...] na segunda etapa, entre os anos de 1986 e 1993, o Movimento adota a tática de confronto, recusando a intervenção de mediadores da Igreja Católica, e transfere sua sede para São Paulo. [...] A terceira fase, tem como ponto alto a participação dos trabalhadores sem-terra de São Paulo, além da ampliação do Movimento para outros Estados brasileiros.” (p. 36-37)

“Os movimentos sociais populares, de modo geral, em decorrência das contradições peculiares à relação entre capital versus trabalho, em que estão imersos, enfrentam desafios próprios de um contexto histórico de esvaziamento do poder de regulação do Estado, de desemprego estrutural e de um “um novo populismo”. (p.38)

“Trabalhadores rurais sindicalizados de algumas regiões do país permanecem com o conceito de educação rural, demarcando a realidade da cultura e do trabalho da zona rural. [...] Nos anos de 1999, os movimentos sociais populares rurais/ do campo, liderados pelo MST, incluem a educação como uma de suas principais demandas, associada a “um projeto popular para o Brasil”. [...] Contrapondo-se ao rural como negação histórica dos sujeitos que vivem do trabalho da/ com a terra, esses movimentos ressignificam a si mesmos, enquanto sujeitos políticos coletivos, e á sua educação, negando o rural e assumindo o campo como espaço histórico da disputa pela terra e pela educação.” (p. 39- 41)

“Campo, para esses movimentos, tem uma conotação política de continuidade das lutas camponesas internacionais, explicitado nas Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.” (p.41)

“Tendo por sujeitos políticos coletivos os movimentos sociais populares, a educação rural/ do campo que reivindicam e os experimentos pedagógicos que realizam não poderiam ser identificados senão como educação popular.” (p.43)

“Portanto, o movimento social popular é educador, enquanto capaz de forjar uma identidade de classe [...], que a distingue de um conceito abstrato de educação. [...] o trabalho de educação popular feito na época á que a autora se refere deu visibilidade ás classes populares, enquanto sujeitos de educação e de lutas por emancipação social.” (p.46-47-52)

“Podem-se depreender desses estudos a riqueza e ao mesmo tempo a complexidade do popular que são próprias das relações sociais contraditórias em que esse se constrói como tal, mas não só, pois nessa construção há outros elementos a considerar, como a cultura, a história, a experiência que, como afirmamos, pode ter um potencial transformador desde que incorporado em uma práxis.” (p. 58)

A autora apresenta um breve apanhado histórico para mostrar a formação dos movimentos sociais populares, ressaltado sua importância na formação da identidade do povo do campo no Brasil. A mesma descreve o processo de lutas e conquistas dos movimentos sociais populares enfatizando que estes tanto podem significar uma ação transformadora da sociedade, quanto uma retroação de manutenção da ordem vigente.

Portanto, a autora enfatiza que a educação construída pelos movimentos sociais populares ao longo da história é um projeto coletivo de transformação social, que vai além das concepções de liberdade, autonomia e emancipação.

ROCHA, Maria Isabel Antunes; MARTINS, Aracy Alves. Formar docentes para a Educação do Campo: desafios para os movimentos sociais e para Universidade. In: _____ ROCHA, Maria Isabel Antunes; MARTINS, Aracy Alves (organizadoras). Educação do campo: desafios para a formação de professores (Coleção Caminhos da Educação do Campo; 1) – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

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