O Departamento de Linguagens e Ciências Humanas
Por: Gerusa Santos • 8/3/2024 • Pesquisas Acadêmicas • 1.025 Palavras (5 Páginas) • 64 Visualizações
[pic 1] | UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA Departamento de Linguagens e Ciências Humanas – DLCH Campus Caraúbas Curso de Letras – Língua Portuguesa |
Componente Curricular: Literatura Brasileira I | |
Carga Horária: 75h Oferta: 2023.2 | |
Professora: Micaela Sá – micaela.sa@ufersa.edu.br | |
Discentes: Francisca Gabrielly de S. Praxedes Klévia Denise Souza da Silva Ferreira |
ATIVIDADE I – UNIDADE I
- (2,0) A partir da leitura da “Carta de Pero Vaz de Caminha” e do que foi observado no episódio do documentário "As guerras do Brasil", escreva um comentário argumentativo apontando como se dá a visão portuguesa e indígena no que se refere ao processo colonizador. Para embasar teoricamente seu comentário, utilize o texto “A caminho da carta de Caminha”, de Flávio Rene Kothe.
Resposta:
A análise do processo colonizador no Brasil, considerando a visão portuguesa e indígena, revela um cenário complexo e multifacetado. A "Carta de Pero Vaz de Caminha" e o documentário "As Guerras do Brasil" oferecem perspectivas distintas sobre a colonização, e a abordagem crítica de Flávio Rene Kothe, no texto "A caminho da carta de Caminha", adiciona uma dimensão teórica valiosa à compreensão dessas narrativas.
A "Carta de Pero Vaz de Caminha" apresenta a perspectiva portuguesa sobre a chegada ao Brasil em 1500. Caminha descreve a terra, os habitantes nativos e a possibilidade de exploração econômica. A visão é eurocêntrica, marcada por concepções de superioridade cultural e religiosa, evidenciando a mentalidade colonialista da época. A abordagem de Caminha enfatiza a ideia de posse e conquista, alinhando-se com a perspectiva de uma terra a ser explorada e dominada em nome de Portugal.
Contrastando com essa visão, o documentário "As Guerras do Brasil" destaca as Guerras da Conquista que persistem ao longo dos séculos, evidenciando as lutas dos povos indígenas contra a invasão e colonização. A narrativa revela a resistência indígena diante do avanço europeu, mostrando a violência sofrida pelos nativos e a continuidade desses conflitos até os dias atuais.
Flávio Rene Kothe, em sua análise crítica, argumenta que a Carta de Caminha não pode ser considerada literatura, mas sim um documento de posse. Ele sugere que a escolha dessa carta como marco inicial da literatura brasileira foi motivada por interesses portugueses, perpetuando a visão de superioridade de Portugal sobre o Brasil. Essa visão influenciou não apenas a representação da colonização, mas também a construção da identidade nacional.
Em resumo, a visão portuguesa na Carta de Caminha é permeada por uma mentalidade colonialista de conquista e exploração, enquanto o documentário destaca a resistência indígena e as guerras que persistem. A análise de Kothe acrescenta uma camada crítica, questionando a narrativa histórica e literária que moldou a percepção do processo colonizador. Essa perspectiva ampliada permite uma compreensão mais abrangente das dinâmicas de poder e das diferentes vozes envolvidas na construção da história do Brasil.
- (3,0) Atentando ao fato de que as narrativas podem mudar dependendo da perspectiva do narrador, analise a narrativa A terra dos mil povos, de Kaká Werá Jecupé e discuta como é apresentado, ao longo do texto, os aspectos abaixo e para embasar teoricamente seu comentário, utilize o texto “Mas existe literatura indígena brasileira?”, de Janice Thiel.
- A tradição oral e a relação com a natureza;
- A ancestralidade para os povos originários;
- Processo colonizador do Brasil;
- A pluralidade de mitos de surgimento.
Resposta:
A perspectiva do narrador desempenha um papel crucial na interpretação das narrativas, moldando a compreensão dos leitores sobre os temas abordados. Ao analisar a narrativa "A terra dos mil povos", de Kaká Werá Jecupé, à luz do texto de Janice Thiel, podemos explorar como a tradição oral, a relação com a natureza, a ancestralidade, o processo colonizador do Brasil e a pluralidade de mitos de surgimento são apresentados ao longo do texto.
a) Tradição oral e relação com a natureza: A tradição oral é uma característica fundamental das culturas indígenas, e a relação com a natureza frequentemente desempenha um papel central nessas narrativas. No livro, a tradição oral é enfatizada como uma forma autêntica de preservar e transmitir conhecimentos. A conexão com a natureza está retratada à cosmovisão indígena, refletindo a interdependência entre seres humanos e meio ambiente. Thiel, em seu texto, contribuiu para essa discussão, destacando a importância da literatura indígena como veículo de transmissão de saberes ancestrais e cosmológicos.
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