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O Projeto de Ação Pedagógica

Por:   •  19/8/2019  •  Resenha  •  3.331 Palavras (14 Páginas)  •  1.555 Visualizações

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Curso de Licenciatura em Pedagogia

Disciplina: Projeto de Ação Pedagógica

Professor (a): Sandra Carneiro Durais Sierra

Acadêmico (a): Dayana Mourão dos Santos

Data da entrega: 19/08;2019

FICHAMENTO DE CONTEÚDO OU DE LEITURA

Título do Artigo ou Capítulo do Livro:

A inclusão do aluno surdo da educação infantil no ensino regular.

Referência (conforme as normas da ABNT):

DOMINGOS, Maria Cristina da Silva. A inclusão do aluno surdo da educação infantil no ensino regular. Revista Virtual da Cultura Surda , [s. l.], n. 14.  P. 1-32, Set. 2014. Disponível em:  http://editora-arara-azul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/5%C3%82%C2%BA%20Artigo%20para%20Revista%2014%20de%20autoria%20de%20MARIA%20CRISTINA%20DOMINGOS.pdf

Informações resumidas sobre o autor do artigo ou capítulo do livro:

Maria Cristina da Silva Domingos.

Especialista em metodologia de ensino; especialista em educação especial; especialista em libras; interprete de língua de sinais; prolibras. 

Resumo:

Domingos (2014) expõe que a surdez é considerada em duas etapas: a pré - lingual/ pré – linguística que acontece antes da aquisição da fala e a pós – lingual que é caracterizada depois que a pessoa adquiri a linguagem. Assim como Sacks( 2000, apud QUADROS, 2006) explica que o surdo pré – linguístico não tem para onde recorrer, pois como nunca tevê experiência com imagens auditivas e experiências mentais, ocorrerá um atraso acentuado linguístico.

A linguagem é o principal meio de comunicação e onde adquire conhecimento de tudo, é por ela que podemos fazer parte de uma organização da própria língua. Por isso que enfatizam o tamanho da importância de uma criança surda estudar numa escola bilíngue, sugere-se o uso da língua de sinal ou da oral, através de estudos, explicam que deste modo as crianças desenvolveriam melhor sua capacidade cognitiva, social e linguística.

Alguns surdos não conseguem desenvolver a aquisição da fala, por conta do nível de surdez. Que são elas: leve – até 40 decibéis, moderada- 40 a 70 decibéis, severa- 70 a 90 decibéis e profunda – acima de 90 decibéis. Mas isso não quer dizer que ele não seja capaz de aprender de outras vias, pois nosso cérebro têm a capacidade inata para adquirir linguagem tanto na fala, quanto seja o de sinal. Tanto que as pessoas que nascem surdas aprendem com mais facilidade a linguagem visual como sua primeira língua e podem aprender a ler e escrever, acabam se tornando bilíngues e biculturais.

Segundo Capovilla e Raphael (2001, p.1779 e 1480):

O valor fundamental da linguagem reside na comunicação social, nas quais as pessoas fazem-se entender umas pelas outras, compartilham experiências emocionais e intelectuais, e planejam a condução de suas vidas de sua comunidade. A linguagem permite comunicação ilimitada acerca de todos os aspectos da realidade, concretos e abstratos, presente e ausentes.

Significa que a pessoa possa ter uma experiência física e direta, para a criança a linguagem faz com que ela possa compreender o mundo se beneficiando e assim socializar, adquirir valores, regras e normais sociais, fazendo com que ela viva em comunidade.

O surdo na sua modalidade distingue a língua portuguesa como sua segunda língua, sendo chamada de  L2 e a língua gesta-visual ou língua materna chamada de L1. Diz-se língua materna, visto que a primeira língua aprendida por um sujeito em contato com o ambiente familiar, assim como no Brasil a língua materna é a portuguesa. Já na comunidade surda a L1 é a língua de sinais, caso ele adquira a língua falada ou escrita é a L2 (português, por exemplo). A língua de sinais é considerada como língua natural dos surdos, se diz isso porque os indivíduos adquirem na interação com os outros, sem precisar de um esforço ou um trabalho sistematizado e eles aprendem da mesma forma que os ouvintes aprende o português.

Do mesmo modo que é muito importante para o surdo desenvolver a sua linguagem, também precisa ser pensando em como será desenvolvida, pensando nas possibilidades de cada condição. A fala não é o único meio, existe outras vias de aprendizagem, para que não haja um impedimento deles de adquirir conhecimento, desenvolver sua habilidades e construir o principal: a sua autonomia.

Desde de sempre o primeiro método ou filosofia a ser utilizado para os surdos foi o Oralismo, mesmo sendo um meio que nem todos concordassem, tanto que durante sua prática foi proibida qualquer outra forma de comunicação dos surdos. Temos um grande exemplo, foi quando aconteceu o congresso de Milão, foram 7 dias no mês de setembro em 1880. Reunia os intelectuais da época em um evento que teria consequências terríveis para as comunidades surdas do mundo todo. Nessa ocasião ficou demonstrado que os surdos não tinham problemas fisiológicos em relação ao aparelho fonador e emissão de voz, fato esse do qual derivou a premissa básica: os surdos não têm problemas para falar. Baseando-se nessa premissa, a comunidade científica da época impôs que as línguas de sinais, ou linguagem gestual, conforme eram conhecidas, fossem definitivamente banidas das práticas educacionais e sociais dos surdos. Adotou-se o método de oralização.

Sendo que essa ideia foi o total fracasso e continua sendo até os dias de hoje, pois tem escolas que tentam adquirir essa forma a todo custo. Achando que irá ter melhores resultados, do que usando a linguagem de sinais. E como diz Sá (2002, p. 58):

O oralismo impõe a língua na modalidade oral, objetivando integrar o surdo na cultura ouvinte e o afastar da cultura surda...... sem a base cognitiva que a língua de sinais pode dar à pessoa surda, inviabiliza-se a instrumentalização linguístico-cognitiva, gerando, assim, um circulo curioso.

Tendo em vista o fracasso dos alunos, perceberam que o oralismo não era a  [única via de aprendizagem deles e com isso deu ao lugar a comunidade total, que significa o uso de todos os meios que possam facilitar a comunicação, desde a fala sinalizada, passando por uma série de sistemas artificias, até chegar aos sinais naturais da língua de sinais. Resumindo tudo é mais uma forma de oralismo estrito do que propriamente um método.

Apesar deste novo método permitir o uso de outros recursos, esta filosofia não tevê bons resultados para que o surdo encontrasse suporte para os seus conhecimentos. Na década de 1970 a filosofia educacional oralista cedeu o o lugar para  a educação da comunicação total, podendo fazer uso de todo e qualquer meio de comunicação( palavras ou símbolos, sinais naturais ou artificiais) para permitir o desenvolvimento da linguagem da criança surda. Através desse método surgiu sistemas de sinais cujo objetivo central era aumentar a visibilidade da língua falda, além da leitura labial. O objetivo era com que eles usassem mais a fala, trazendo a facilidade da aprendizagem do surdo na leitura e na escrita.

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