O Reggio Emilia

Inicialmente as concepções das escolas localizadas em Reggio Emilia trazem um impacto no modelo tradicional e certa desconfiança sobre o sucesso na empreitada de garantir o aproveitamento do grupo sem uso de um conteúdo programático seguido à risca. Os objetivos deveriam ser universais a todas as instituições: escola de melhor qualidade, não discriminadora, sem tendências à caridade e sua metodologia se baseia em princípios de respeito, responsabilidade e participação na via comunitária.

A construção do modelo aconteceu por meio de experimentações das teorias e conceitos de vários lugares, refletiram e ressignificaram suas práticas.

A primeira contribuição da escola que gostaria de destacar é reconhecer o direito da criança como protagonista de modo que elas possam construir a sua aprendizagem. O conhecimento se dá por meio de atividades com experimentações pragmáticas e livres. Assim o processo de aprendizado acontece de forma ativa.

A segunda contribuição é a “escola sem muros”, acontece uma interação com o ambiente onde a criança está inserida, incluindo a cidade, famílias, organizações sociais e culturais para contribuírem na execução dos projetos.

A terceira contribuição é que as escolas em Reggio Emilia não possuem um currículo planejado, mas projetos de curto e médio prazo que se modificam conforme houver necessidade, antes os professores devem ser observadores e pesquisadores, dando liberdade para que as crianças façam suas próprias escolhas e a partir delas, sentam juntos para discussão e reflexão. O professor é ouvinte de forma compreensiva e faz uso constante do diálogo para que aconteçam exposição de ideias e descobertas.

A quarta contribuição é a representação simbólica. O espaço escolar possui ambientes lúdicos e educativos, acontecem muitas oportunidades para que as crianças possam explorar suas linguagens através da pintura, música, pesquisa e etc., da mesma forma que acontece um controle sobre os direcionamentos da aprendizagem também proporciona descoberta de novas linguagens.

A divisão de pequenos grupos para o desenvolvimento de projetos é muito produtivo por facilitar a interação e maior aproveitamento. Posteriormente, reúnem-se toda a sala e dividem com os colegas as produções que alcançaram, acontecem discussões e reflexões e todos tem a oportunidade de aprender e ver diferentes pontos de vista. Depois é apresentado aos pais e é nesse momento que se consolida o conhecimento. A intervenção do professor é apenas para incentivo e auxílio em alguma habilidade, a solução de problemas e todo o processo fica por conta da criança.

Faz-se necessário uma reflexão sobre o valor da infância e respeito aos seus direitos. A visão da criança como protagonista e construtora da sua aprendizagem deve ser norteadora das práticas pedagógicas.  O professor deve ser um facilitador no processo e provocar ocasiões de descoberta.

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