Reggio Emilia
Por: Ludmila Csatlos • 19/5/2016 • Projeto de pesquisa • 4.411 Palavras (18 Páginas) • 531 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA
PEDAGOGIA
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Fundamentos da Educação
Reggio Emilia
Cintia Vacilotto 4012932
Ludmila Csatlos 4012878
Roberta Maraia 4014133
RIBEIRÃO PRETO
2016
Introdução
O trabalho apresentado tenta compreender quais as atribuições da abordagem italiana Reggio Emilia para a reflexão do processo ensino aprendizagem da Educação Infantil, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de seres democráticos, críticos e autônomos.
Daí a importância da mudança da concepção de educação infantil, frente à abordagem pedagógica Reggio Emilia.
O trabalho aborda ainda o contexto histórico do método Reggio Emilia, o contexto pedagógico e ainda faz uma citação sobre a escola Lumiar, da cidade de São Paulo, onde o método pedagógico é o Reggio Emilia.
O pedagogo e educador Loris Malaguzzi foi o criador da idéia de Reggio Emília, sendo até hoje seu incentivador primordial.
Foi esse educador quem constituiu um princípio de ensino no qual não existem as disciplinas formais,e todas as atividades pedagógicas se desenvolvem por meio de projetos, os quais não são antecipadamente planejados pelos professores, mas surgem por intermédio das ideias dos próprios alunos, sendo desenvolvidos por meio de diferentes linguagens.
Assim, as crianças podem compartilhar seus conhecimentos e saberes, sua criatividade e imaginação por meio de múltiplas linguagens, sem enfatizar nenhuma.
As múltiplas linguagens se evidenciam por meio do desenho,canto, dança, da pintura, da interpretação, enfim, divulgadas por distintas passagens que se somam na execução do projeto e nos saberes que são construídos.
Anotar, fotografar, gravar e filmar são ações principais da rotina das crianças .
Contexto Histórico
Reggio Emilia é uma cidade de 130 mil habitantes que fica na região próspera de Emília Romagna, no nordeste da Itália. Sua educação municipal ficou conhecida como um dos melhores sistemas educacionais do mundo no ano de 1991, através de uma concepção pedagógica que a criança é “portadora de história, capaz de múltiplas relações, construtora de culturas infantis, sujeito de direitos”
A primeira escola surgiu através de um movimento comunitário, incluindo pais e educadores, tendo como protagonista desta história o educador Loris Malaguzzi.
Seis dias após o término da Segunda Guerra Mundial, Malaguzzi ouvira que algumas pessoas haviam decidido construir e coordenar uma escola para crianças pequenas em um vilarejo próximo a Reggio Emilia. Motivado com a idéia, pegou a sua bicicleta e correu até o pequeno vilarejo, constatando a informação, vendo "mulheres empenhadas recolher e lavar tijolos”,o dinheiro para iniciara construção da escola viria de um tanque de guerra abandonado, alguns caminhões e cavalos que os alemães deixaram para trás em retirada. Malaguzzi, logo se apresentou como professor e foi convidado a trabalhar com a equipe. Jovens, mulheres, homens, fazendeiros, iniciaram a construção com tanta motivação, que não pensaram com que dinheiro iriam operar a escola. Quando foram interrogados como este questionamento, disseram: “Encontraremos um modo”.
Oito meses depois a escola e o companheirismo da equipe fizeram com que o sonho se tornasse realidade.
Esta escola foi apenas o inicio de outras escolas que foram construídas na periferia e nos bairros mais pobres da cidade, porém a cidade não tinha verba para sustentar as sete escolas criadas, muitas fecharam e outras conseguiram sobreviver com garra e força por quase 20 anos.
Loris Magaluzzi lecionou por sete anos em uma destas escolas, largou o seu emprego desiludido com o Estado e o sistema educacional imposto para as crianças, descreve sua experiência sendo gratificante o trabalho com as crianças, porém:
“(...) a escola, operada pelo estado, continuava seguindo seu próprio
curso, aderindo à sua estúpida e intolerável indiferença para com as
crianças, à sua atenção oportunista e obsequiosa para com a
autoridade e à sua esperteza auto-aproveitadora, empurrando um
conhecimento pré-embalado” (MALAGUZZI, in EDWARDS, C.
GANDINI, L. FORMAN, G, 1999, p. 60).
Quando largou seu emprego de educador, foi a Roma estudar Psicologia no Centro Nacional de Pesquisa, quando retornou a Reggio Emilia, começou a trabalhar em um centro de saúde mental para crianças com dificuldade na escola, que operava com verba municipal. Nessa época, trabalhava de manhã neste centro e à noite em uma escola operada pelos pais. Os professores desta escola eram empenhados e tinham distinções em suas formações profissionais (alguns em escolas católicas e outros em escolas particulares), esta diferença enriquecia, ainda mais, o ambiente escolar, pois “seus pensamentos eram abertos e receptivos e sua energia inesgotável”. (MALAGUZZI, p. 61).
Uma dificuldade, que os professores tinham era a língua, pois o dialeto italiano falado pelas crianças era muito diferente do italiano oficial, usado pelos professores. Sendo assim, formaram uma parceria com os pais, para que os ajudassem. A princípio foi desafiador não pela falta de determinação, mas pela falta de experiência, pois estavam rompendo com padrões tradicionais.
Esta experiência, podemos dizer que foi apenas uma preparação para o ano de 1963, ano este que as primeiras creches municipais foram criadas. Para a primeira foi dado o nome de Robinson, uma homenagem ao herói aventureiro do escritor Defóe.
Esta escola estabeleceu um marco importante, era a primeira vez que os cidadãos afirmavam o direito de ter uma escola especifica para crianças pequenas, de melhor qualidade e uma escola longe das mãos da caridade e Igreja católica. Surgia então uma nova espécie de instituição escolar.
Logo no início, os projetos educacionais da creche já estavam moldando parte, do que seria hoje, a Abordagem Reggio Emllla. Trabalhavam reconhecendo o direito de cada criança ser a protagonista pela busca de seu conhecimento, deixando a curiosidade espontânea sempre acesa ao máximo, sendo assim, aprendiam com as crianças, com as famílias e com o trabalho .
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