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O Relato de Experiência

Por:   •  9/8/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.566 Palavras (7 Páginas)  •  59 Visualizações

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ARTE, DESAFIOS E EXPERIÊNCIAS: REFLEXÕES SOBRE DESENVOLVIMENO DE OFICINA DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL II A PARTIR DA RESIDENCIA PEDAGÓGICA NA ESCOLA INDÍGENA RAÍZES DE CRATEÚS

Ana Karoline Cardoso Melo¹, Maria Laura Martins Ribeiro², Daniel Camargo da Costa³, Vicente Thiago Freire Brazil4.

1Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação de Crateús, e-mail: Karoline.cardoso@aluno.uece.br: 2Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação de Crateús, e-mail: Laura.martins@aluno.uece.br: 3Universidade Estadual do Ceará, Nome do Centro/Faculdade, e-mail: Danihgomess@gmail.com: 4Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação de Crateús, e-mail: Vicente.brazil@uece.br

RESUMO.  Vivemos em uma sociedade extremamente artística, o que nos possibilita enquanto educadores em formação termos a função de buscar valorizar a arte que é produzida ao nosso redor. O presente estudo retrata a vivência de uma oficina de arte em uma escola indígena situada na cidade Crateús, com turmas do Ensino Fundamental II, tendo como principal intuito reacender o hábito dos estudantes de expressarem-se através de uma ampla gama de formas artísticas e potencialidades transformadoras, nessa perspectiva exploramos também a transição da teoria para a prática em sala de aula, confrontando-nos com os desafios inerentes e as valiosas experiências obtidas ao longo do processo. O trabalho fundamenta-se a partir de um relato de experiência enriquecido pelas contribuições de teóricos que discorrem em suas obras a importância da arte no contexto educacional.

-Palavra chave:  Arte. Residência Pedagógica. Relato.

  1. INTRODUÇÃO

Vivemos em um país profundamente mergulhado em manifestações artísticas, que a todo momento está produzindo arte de diversas naturezas. Nós enquanto educadores em formação temos a função de buscar valorizar a arte que florescem ao nosso redor. Neste sentido, a residência pedagógica nos proporciona a oportunidade singular de adentrar em salas de aula, principalmente quando se trata de uma escola campo. É um privilégio trabalhar em um contexto indígena onde temos a oportunidade de conhecer sua história e suas contínuas lutas enfrentadas pela comunidade em busca de melhorias em suas condições.

 Assim, nossa missão está em contribuir com o aprendizado na instituição e ofertar nosso apoio solidário nas adversidades enfrentadas pela escola. A partir da convivência do dia a dia com a comunidade educativa percebemos que as aptidões artísticas estavam sendo pouco vivenciadas por parte dos alunos dos anos finais. Neste sentido, nasceu o projeto “Filosofando com a Arte” cujo propósito é realizar uma oficina visando buscar valorizar o contexto sociocultural dos estudantes e introduzir a filosofia em diálogo com a arte, para que eles possam reacender o hábito de se expressar através de variadas expressões artísticas, como desenhos, esculturas, colagens, música, dança, teatro e literatura.

Antes de iniciar com o projeto “Filosofando com a Arte”, realizamos outras atividades com o intuito de conhecer e estabelecer uma maior aproximação com a realidade dos alunos, percebemos que muitos vivenciam uma realidade dura e alguns não tiveram o direito de viver a sua infância plenamente, sendo compelidos a amadurecer precocemente para ajudar seus pais nas tarefas domésticas. Adicionalmente, constatamos a partir de conversas com as crianças que a opção de lazer era por meio de brincadeiras na rua, enquanto as práticas artísticas eram pouco vivenciadas em seu cotidiano. Dessa forma tivemos que nos reinventar, visto que, mesmo com o melhor dos planejamentos a realidade da sala de aula cobra uma abordagem alinhada com a vivência dos alunos, assim buscamos promover a atividade como forma deles experimentarem mais do mundo artístico e quem sabe desenvolver o gosto pelas práticas artísticas.

  1. METODOLOGIA

O presente trabalho consiste em relato de experiência com o objetivo de analisar a importância da oficina de arte no cotidiano dos alunos dos anos finais, além de apresentar nossos desafios e experiências enfrentados durante sua concepção e implementação. Para a criação da oficina foram conduzidas conversas em grupo, realizadas leituras pertinentes e principalmente observações em sala de aula.

  1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 Inicialmente, percebemos que a escola ainda não havia sido contemplada com um projeto semelhante a residência pedagógica. Ao dar início ao trabalho, um dos nossos primeiros desafios foi de nos relacionarmos com os alunos pois eles demonstram timidez em conversar e principalmente em participar de outras atividades que realizamos em sala. Infelizmente a instituição enfrenta uma dificuldade devido a falta de recursos, a salas contam com pouca climatização e são posicionadas em lugar desprivilegiado na parte da tarde, são quentes e acabam exaurindo os estudantes. Desta forma constatamos que os alunos demonstravam interesse em atividades fora da sala de aula, desta maneira começamos a desenvolver outras atividades em outros espaços da escola ventilados.

A oficina é realizada nas turmas de 7° e 8° ano, evidenciando resultados positivos e bom engajamento de todos os alunos. Porém, o cerne da proposta é permitir que os estudantes se expressem livremente através de desenhos. A escola foi importante parceira nesse projeto, fornecendo subsídios e até concedendo mais tempo para a realização da oficina. Além das atividades de desenho, exploramos também atividades de recorte e colagem.

É importante ressaltar que dentro da escola há importantes figuras indígenas, que são os professores. Um fato interessante é que apenas aqueles com ascendência indígena ou que estudaram na instituição podem lecionar. Esse requisito é fundamental pois os professores influenciam nas atividades que realizamos, principalmente com a sua história de vida, pois muitos alunos focam seus desenhos na história da escola, como é o caso da diretora que é fundadora do bairro e também da escola

   Atualmente, as práticas artísticas são pouco valorizadas devido ao predomínio da tecnologia e das mídias digitais, resultando em escassez de criações autorais. Assim a oficina, por sua vez, busca ser um projeto facilitador para os estudantes, oferecendo uma variedade de aptidões, especialmente no que se refere à comunicar-se de diferentes formas. Como explica MAGALHÃES (2016)

 A contribuição da arte no ensino dos estudantes está na construção de noções básicas para a formação do cidadão, que será também um propagador e incentivador de valores culturais em nossa sociedade. É preciso lembrar, entretanto, que, no mundo de hoje, mesmo não trabalhando em setores que lidem diretamente com a arte, a maioria das pessoas necessitam da capacidade de comunicar-se, de solucionar abstratamente problemas concretos, de processar informações e raciocínio lógico e trabalhar com os diversos meios e instrumentos para a arte na escola ou fora dela é que entenderão os significados, decodificações, metáforas, sinônimos, antíteses, antônimos dos vários sentidos das leituras na comunicação. (MAGALHÃES, 2016. P.75

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