O Transtorno do Espectro Autista

TEMA: Atuação do Professor frente à inclusão de Alunos dentro do Espectro Autista em escola regular.

                                                                    Andressa Bernardo da Silva

                                                                  Kelisson Santos Amorim

1. INTRODUÇÃO

O transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico, que acomete, normalmente, a infância, causando atrasos no desenvolvimento da criança.  

Crianças dentro do espectro, podem apresentar déficit de atenção, dificuldade em manter o contato visual, obedecer às ordens ou atender quando são chamados. De maneira geral, o TEA é subdividido em três categorias, sendo: Leve, moderado e Severo. (VYGOSTSKY, 1989, P.3)

A inclusão de um aluno dentro do espectro autista seja no meio social ou dentro de uma sala normal é desafiadora, haja vista que há a necessidade da sensibilização de toda a comunidade escolar, como também da preparação do professor que atuará com os mesmos. O professor, portanto, tem um papel extremamente valioso em todo o processo, pois é ele quem determinará como será feita a aprendizagem deste aluno e como ocorrerá o suporte acadêmico. De acordo com Nóvoa (1995, p.25) “A formação do professor não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), contudo, depende do trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal.  Nesse sentido, o professor não deve apenas deixar que o professor auxiliar (ou monitor) cuide especificamente do aluno com TEA, mas, buscar maior conhecimento sobre esse e outros transtornos e trabalhar em conjunto com o auxiliar para melhor atender esse aluno, favorecendo a integração do mesmo em sala normal.

Em relação aos desafios encontrados pelos professores no processo de inclusão, pode-se enfatizar que vão além da sala de aula ou da falta de conhecimento sobre a condição. Pode-se afirmar que as escolas nem sempre possuem um espaço adequado ou de uma estrutura física específica (não há sala de recursos, por exemplo) ou mesmo, de documentos adaptados para melhor atendê-los.

A inclusão não se refere apenas ao ato de integrar esses alunos em sala de aula normal, mas, entender e se conscientizar das necessidades específicas de cada aluno e assim, desenvolver um plano de ação específico, em que este aluno possa ter um atendimento individualizado e integral. (CAVACO, 2014, p.31).

1. Definição do Público Alvo

Professores do Ensino Regular

3. Justificativa

Apresentar um levantamento bibliográfico sobre a importância do professor no processo de inclusão escolar de alunos com TEA e a partir de relatos de professores de escolas inclusivas, demonstrar como é o dia a dia desses profissionais e como é a conduta dos mesmos nesse processo de inclusão.

4. Objetivos

• Realizar um levantamento bibliográfico sobre o TEA e a atuação do professor no processo de Inclusão;
• Apresentar Relatos de professores sobre o dia a dia das escolas inclusivas;
• Evidenciar os possíveis gargalos no processo da inclusão escolar.

2. Desenvolvimento

O que é o Autismo?

O autismo, ou comumente chamado hoje de “espectro autista”, é um transtorno do desenvolvimento que afeta, principalmente, as habilidades de comunicação, linguagem e interação social das crianças e dos adultos, em diferentes graus. É normal que uma pessoa dentro desse espectro, apresente comportamentos repetitivos e restritivos, além de permanecerem mais isolados. (HOHER CAMARGO; BOSA,2009).

Essa condição já é conhecida há mais de 100 anos, contudo, apenas em 2013 o autismo passou a se enquadrar na classificação internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde – OMS. Vale ressaltar que o autismo não é uma doença, como muitos acreditam, mas como uma condição.

É importante que o diagnóstico seja realizado nos primeiros anos da criança, para que seja traçado um plano de terapia e educação, integrando métodos pedagógicos e psicológicos específicos, que favorecerá uma melhor socialização e desenvolvimento da criança.  (SILVA e MULICK, 2009).

Desafios da Inclusão Escolar de crianças dentro do Espectro Autista.

A inclusão escolar das crianças dentro do espectro autista em escolas regulares, ainda hoje, é desafiante. Uma vez que as escolas não possuem as adequações específicas, seja ela ambiental, curricular e metodológica. (BRANDE e ZENFELICE, 2012 p.4)

Segundo Scardua (2008, p.2) a inclusão escolar dos alunos com condições de desenvolvimento, em ambiente regular, depende do comprometimento de todos os envolvidos, ou seja, alunos, professores, pais, comunidade, diretor e todos que participem da vida escolar direta ou indiretamente. Para Suplino (2009, p.2009) a permanência escolar desses alunos, devem ser realizadas com qualidade. Ou seja, o educador precisa transmitir confiança e segurança, focando nos potenciais desses alunos, para que os mesmos aprendam de forma significativa. Além disso, “para que haja esse ensino de qualidade é necessário currículo apropriado de modo que promova modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos, dentre outros” (MENDES, 2002 apud BRANDE; ZANFELICE, 2012, p. 44). Camargo e Bosa (2009, p. 67), complementam que “para ultrapassar os déficits sociais dessas crianças, é preciso possibilitar o alargamento progressivo das experiências socializadoras, permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos”.  As autoras também enfatizam a importância dessas crianças em conviver com outras das mesmas faixas etárias, por possibilitar o estímulo a suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo.