O processo de leitura na fase inicial anseios desafios
Por: Pablo Kristian • 23/11/2019 • Artigo • 3.352 Palavras (14 Páginas) • 415 Visualizações
O processo de leitura na fase inicial anseios desafios
O processo de leitura é bastante amplo e complexo, e este está diretamente associado a escrita. O ato de ler não é apenas decifrar e interpretar , e sim interpretar e associar a sua realidade ao mundo ao qual vivemos . A leitura pode ser considerada como uma das grandes responsáveis pela civilização humana, desempenhando o papel de integrar os povos dentro do meio ao qual esta inserido .
Para que a alfabetização ocorra de forma eficaz , requer planejamento e principalmente capacitação dos profissionais envolvidos nesta crucial etapa , assim podendo oferecer aos alunos acesso aos diversos recursos e materiais de apoio que os auxiliem para maior desempenho . Ler e escrever deve esta presente na vida de toda criança pois entre as diversas fases esta se faz fonte para sanar todas as curiosidades que venham surgir e auxilia-los na compreensão dos elementos que existem no mundo. Em muitas situações, a leitura é citada de forma conceitual ,apenas como meio de decifrar códigos linguísticos . Porém é necessário considerar o ato de ler , como um processo de construção social do indivíduo ,bem como, componente formador de sua cultura ,personalidade e um meio para facilitar sua socialização .
Diversas crianças acreditam que ler não traz sentido algum para sua vida, isso se da pelo fato se terem aprendido apenas a decodificar códigos, letras . imagens e não despertaram o senso critico , reflexivo que a leitura proporciona ao praticante . Esta absurda mecanização pode ter como consequência o analfabetismo funcional , ou seja, embora a criança esteja lendo o que foi proposto , aquela leitura não traz acréscimo algum a sua vivencia , transformando o ato de ler em algo desprazeres e desgastante .
Longe de apenas decodificar , o ato de ler é responsável por enriquecer o leitor , despertar prazer e somar para sua vida, ao ler e interpretar cada situação , o individuo engradece sua visão para o mundo e amplia suas possibilidades .
“Ler não equivale a decodificar as grafias em sons e que, portanto, a leitura não pode ser reduzida a puro decifrado” FERREIRO e TEBEROSKY, (1999, p.37).
Na exposição defendida pelas autoras fica claro que o fato da criança anda não possuir domínio da leitura , este fato não é impedimento para que esta possua ideias referentes as características que o texto vá possuir ,para que a partir disso desenvolva a leitura.
Segundo Freire, 1994, p.12: O aprendizado é em última instância solitário, embora se desenvolva na convivência com os outros e com o mundo. O mesmo autor continua dizendo: (...) a decifração da palavra fluía naturalmente da leitura do mundo particular (...) fui alfabetizado no chão do quintal da minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu mundo e não do mundo dos meus pais. O chão foi o quadro-negro; gravetos o meu giz. Por isso, é que ao chegar à escolinha particular de Eunice Vasconcelos (...) já estava alfabetizado.
Portanto , quando a criança é inserida no ambiente escolar, esta traz consigo , experiências, vivências , que são transformados em conhecimentos , que associados compõe a bagagem desta. Assim o que lhe falta, então, é organizar este conhecimento prévio , para que haja decodificação e consequentemente a interpretação dos códigos linguísticos , gerando a leitura .
Cabe ao educador, por meio da interação pedagógica, promover a realização da aprendizagem com o maior grau de significado possível, uma vez que esta nunca é absoluta- sempre é possível estabelecer relação entre o que se aprende e a realidade, conhecer as possibilidades de observação, reflexão e informação (...). (PCN-Introdução, p.53).
A criança está em constante mudança , deste modo, é necessário que seja desenvolvida pelo professor diversas atividades pedagógicas, que possam facilitar o processo de aprendizagem e fazer uma junção dos conhecimentos prévios , construindo bases para a maior assimilação do que será proposto.
O educador exerce no ambiente escolar , papel de mediador, e como tal , é necessário que este valorize todos os conhecimentos que o aluno já possui . O ato de ler é de total relevância para a formação da personalidade do aluno ,e para sua formação como ser social , pois nesta fase esta conhecendo através das palavras o ambiente ao qual vive e ampliando sua visão para o mundo ,adquirindo novas e fascinantes experiências . Ao passo em que o aluno estreita suas relações com a leitura , além dos novos conhecimentos que irá adquirir , terá também ampliação de seu pensamento , descobrindo diversas possibilidades .
De acordo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) a leitura pode ser considerada como um : Processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de significados do texto, a partir do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre a língua: característica do gênero, do portador do sistema escrita, etc. (PCN, 1997, p.53).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais , o leitor associa conhecimentos prévios com ideologias, alternativas, referentes a assuntos, atribuindo um sentido a algo que estará escrito.
É de suma importância que desde cedo sejam apresentados e disponibilizados livros para que a criança possa esta em contato direto com textos de variados estilos , isso fará com que a criança defina sua preferência , além de fortalecer o habito de ler , consequentemente ampliando seus saberes e definindo um visão mais ampla para as oportunidades que surgirão .
Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado da compreensão é um desastre que acontece todos os dias. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas, ler textos idiotas e repetir sem fim exercícios de cópia, resulta em desinteresse e rejeição em relação à escrita. (CARVALHO, 2001, p.11).
“Às vezes, por razões absurdas, certas professoras de alfabetização, induzem os alunos a uma pronuncia completamente artificial dos segmentos que compõem as palavras, julgando que assim facilitam o trabalho de leitura da criança”. (CAGLIARI, 2009, p.142). Seguindo esta linha de raciocínio , se a criança for forçada a faze-la, soletrando , certamente no termino , não compreenderá aquilo que leu, uma vez que não houve atenção para a interpretação . Cagliari (2009), ainda acrescenta:
Se uma criança for introduzida ao processo de leitura através de uma técnica que a obrigue a processar a leitura por pequenas partes, acompanhando letras na escrita, fazendo com que cada pedaço seja processado, o resultado será uma leitura aos trancos e barrancos, muito diferente da fluência normal de quem fala espontaneamente. (p.143).
O desenvolvimento da leitura no processo de alfabetização é de extrema relevância para dar continuidade aos estudos. Quando o professor adota métodos arcaicos de leitura, como por exemplo, soletrar o texto, consequentemente os alunos aprenderão da mesma forma. É necessário que o educador esteja sempre lendo em voz alta. Atentando-se para o sentido, e o ritmo que se faz necessário em cada momento do texto, respeitando a pontuação deste, assim os alunos que exercem neste instante papel de ouvintes possa compreender o que é transmitido e aprendam o modo correto de leitura, afinal o professor é a sua maior referência.
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