Organização do Espaço Educativo na Educação Infantil – Artes Visuais e Cinema
Por: hansola • 13/5/2018 • Dissertação • 1.426 Palavras (6 Páginas) • 337 Visualizações
Organização do Espaço Educativo na Educação Infantil – Artes Visuais e Cinema
“Você diz que nós nunca podemos parar de ser curiosos, para sempre abrirmos qualquer porta de curiosidade que podemos encontrar"
DUSTIN, STRANGER THINGS, 2016
Os anos 80 estão de volta; é de se admirar a quantidade de produções cinematográficas embriagadas em momentos mágicos de uma época não tão distante assim e que ainda causam euforia, com muita nostalgia e cativando novos fãs. Um ponto bastante interessante destas produções é o fato de abordarem culturas e comportamentos da infância e juventude de nossos pais e até de alguns de nós, o que nos faz refletir e criar um paralelo entre as gerações. Um exemplo que simboliza bem este universo é série Stranger Things, exibida pela Netflix, que narra um grupo de amigos em uma aventura, aterrorizante e bastante divertida, na busca de um dos componentes que é sequestrado pelo Demogorgon para o mundo invertido. Algo bastante interessante de se confrontar nestes enredos, são as distopias entre épocas, como a cultura, a educação e a sociedade se modificaram, principalmente com relação às infâncias; estamos vivendo dentro de uma geração Y, onde crianças não brincam mais nas ruas, praticamente já nascem informatizadas e com grandes responsabilidades, o que preocupa: lutamos tanto pelo direito à infância, mas, em pleno século XXI, muitas ainda são tratadas como adultos em miniaturas.
A fase da infância é de extrema importância, ela é fator essencial, talvez a base mais importante do tripé que sustenta o ser humano (infância, juventude e adultos). “Quando uma criança nasce, Winnicott explica que ela é um potencial em marcha, ou seja, traz consigo aspectos biológicos importantes que lhe darão condições para o seu desenvolvimento como um todo, inclusive o desenvolvimento psicológico” (BIANCHINI, 20015, p.24), diante disso, temos na criança um indivíduo que vive, atua, constrói e modifica o mundo e a sociedade, devendo, portanto, ser respeitada, educada, compreendida. Neste ponto, é indispensável a discussão dos caminhos que a infância está trilhando: como preparar melhor nossas crianças para que estas exerçam de forma considerável seu papel no mundo, driblando os problemas causados pela modernidade?
Como a criança passa uma grande parte do tempo na escola, nós educadores precisamos fomentar o ensino de recursos e ideias que desenvolvam o aprendizado da forma mais completa possível. Neste contexto, a educação infantil, considerada a primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, pra crianças entre 0 e 5 anos, “visa o desenvolvimento integral da criança em todos os seus aspectos: motor, intelectual, afetivo, moral e social, como um indivíduo integro, como sujeito de direitos, visando formá-la como cidadão crítico, autônomo e criativo” (JARDIM. 2017, p. 30). Cabe acrescentar que estes aspectos devem ser trabalhados levando sempre em consideração as desigualdades e as diversidades. No entanto, para um trabalho ser considerado de forma favorável, leva-se em conta que antes de tudo, que a criança tem o direito de viver experiências prazerosas nas instituições e para tanto, o educador como fio condutor do aprendizado deve incorporar a ludicidade no dia a dia da educação infantil.
Sabe-se que a principal ferramenta do aprendizado da criança está em seu universo lúdico. É através do brincar que ela interage com o meio e interioriza sua natureza, portanto, quando o educador faz uso de tal objeto, ele está instigando a inteligência e contribuindo para a formação da personalidade do aluno. Segundo Bianchini (2015), “a ludicidade destaca-se pela possibilidade de proporcionar momentos de satisfação, prazer, que trazem uma experiência plena à criança, mediadas pela fantasia, imaginação e integração entre aqueles que estão envolvidos nessa atividade.” Porém, ainda existe o misticismo que trata o brincar como um simples passar de tempo, muitos adultos fazem distinção do momento de brincar e o momento de aprender, onde um não se encontra com o outro, é preciso um ponto final nesta ideia. Contextualizar a brincadeira, atribuindo-lhe valor, ressaltando suas potencialidades e possibilidades para as experiências vivenciadas pela criança no contexto escolar (BIANCHINI, 2015, p. 168) é importantíssimo para o sucesso da atribuição do saber infantil.
Esse processo se dá de muitas maneiras, podem ser por jogos, brinquedos e brincadeiras, mas devem ser pensadas e canalizadas para o desenvolvimento da criança de forma a incluí-la culturalmente em seu meio social. Outro componente de grande relevância para se trabalhar na educação infantil são as linguagens artísticas: música, teatro, dança e artes visuais. Segundo Cava (2014) a arte é linguagem, portanto, uma forma de expressão e comunicação humana, tem um papel fundamental envolvendo os aspectos cognitivos, sociais, estéticos, sensíveis e culturais, e isso já é suficiente para que se justifique sua presença na vida escolar. Ela é uma forma de expressar emoções, ideias e vivências e podem ser trabalhadas de forma lúdica.
Dentre todas as artes, as artes visuais, em especial o cinema, ocupa boa parte do referencial cultural, vivemos em uma geração extremamente áudio visual, “porém, o hábito cinematográfico se reduz, muitas vezes, ao filme escolhido aleatoriamente em um canal de televisão, por indicação de um amigo ou algum tema que contente a maioria
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