Os Fundamentos da Educação
Por: Viviam Maria • 17/5/2020 • Artigo • 719 Palavras (3 Páginas) • 149 Visualizações
É possível pensar em um processo de humanização independente dos símbolos linguísticos? Sim ou não? Por quê? Apresente exemplos.
Esse questionamento nos leva a compreender, primeiramente, a grande diferença entre o comportamento humano e o dos animais. Uma vez que os animais agem de forma instintiva e são geneticamente programados para seguir as leis naturais. O homem transforma e adapta a natureza de acordo com as suas necessidades. Essa modificação está diretamente ligada à cultura e ao que ela engloba em seu sentido social. Tudo o que pensamos, fazemos e temos, enquanto membros de uma sociedade, está inserido no conjunto de crenças, hábitos, valores e costumes de um local. O processo cultural é, portanto, uma consequência da criação de símbolos linguísticos e palavras que permitem a comunicação entre os indivíduos por meio de um código, oriundo de uma necessidade de viver em contato e interagindo com seus semelhantes, outros seres humanos, em seus aspectos históricos.
Um exemplo disso se discorre na diferenciação das interpretações de certos elementos convencionais em cada sociedade, como as cores. Para a civilização ocidental o preto é comumente associado ao luto, representando o sentimento de tristeza, saudade e sofrimento. Enquanto que para os países do oriente, a cor que descreve esse conceito é o amarelo, pois em sua cultura a morte é vista como um momento de alegria em razão da libertação do corpo e da alma.
Dessa forma, a linguagem se dissemina como um fenômeno coletivo, sinalizando e possibilitando à civilização expor de maneira arbitrária seus pensamentos, difundir comportamentos e tradições dentro de uma comunidade. A capacidade da comunicação que foi empregada na esfera mundial desempenha um papel reflexivo no seu modo de ser e de agir, o que implica na sua própria humanização. Ou seja, é através do código que há na mensagem entre o emissor e o receptor (quem está emitindo a mensagem e quem a está recebendo) que é concebível que haja comunicação entre as pessoas.
Não é possível imaginar um processo de humanização sem elementos de linguagem, pois senão seríamos como os animais. O que nos difere como espécies é justamente o fato de sermos seres racionais e culturais, visto que a relação do homem com o mundo é de permanente enfrentamento. A língua cria o mundo, o segmentando pelos interesses de cada cultura, sem uma regra universal e geral que sirva para reger tal divisão.
“Nossa forma de pensar é dependente da linguagem e controlada por sistematizações das línguas que falamos, em geral, inconscientes para nós, ou seja, nosso pensamento está em nossa linguagem (WHORE, 1956) “.
O trecho acima incita justamente a relação entre linguagem e pensamento que resulta nas formas de se expressar e expor tais concepções de forma tanto individual como coletiva. É a partir dai que os símbolos linguísticos se fazem presentes no nosso cotidiano como elementos culturais e de significação de algo arbitrário que se torna convencional. Outro exemplo disso são as placas no trânsito, que tem o objetivo de sinalizar uma mensagem através de recursos visuais universalmente designados. Ou a balança que está socialmente padronizado como um símbolo que remete à justiça. Assim como a cruz representa Cristo e etc, pois essas vinculações já estão enraizadas na cultura junto aos seus respectivos valores na concepção de cada ser humano.
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