Os limites do IDEB diante das dimensões da qualidade e da desigualdade presente no país
Por: xyzi • 21/11/2020 • Dissertação • 558 Palavras (3 Páginas) • 134 Visualizações
Os limites do IDEB diante das dimensões invisíveis da qualidade e da desigualdade presente no país.
Faz parte de nossa cultura escolar as avaliações externas como a Prova Brasil (que mede o desempenho dos alunos do ensino fundamental em Português e Matemática) e o Saeb Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) mas, essa avaliação ainda deixa muito a desejar. Embora o Brasil registre avanços significativos, nas últimas décadas no quesito aprendizado e acesso ao ensino básico, essa melhora ocorre de maneira desigual. O Ideb do Brasil teve uma melhora significativa, principalmente nos anos iniciais, mas infelizmente não podemos comemorar, existe um enorme abismo entre as classes sociais, crianças de classe média que cursam a oitava série estudam lado a lado, na mesma sala de escola pública, com colegas mais pobres que apresentam desempenho escolar inferior, isso se deve na maioria das vezes a falta de estrutura financeira familiar ou fatores relacionados a ela. Não podemos fechar os olhos para essa realidade, não basta apenas aplicar avaliações externas que avaliem o desempenho do aluno, mas sim tentar mudar sua realidade. Além de questões sociais ou políticas, a igualdade de ensino é um problema econômico, não basta ter um pequeno grupo com acesso a uma educação de qualidade, é preciso ter um grande grupo, assegurar a todas as escolas públicas de educação básica uma infraestrutura mínima uma merenda de qualidade e quantidade satisfatória, saneamento básico, energia elétrica, abastecimento de água tratada, espaços para a prática esportiva, cultural, artística, material didático, recursos pedagógicos satisfatórios, acessibilidade a pessoas com deficiência ,equipamentos e laboratórios de ciências e um salário digno para cada educador. Infelizmente estamos longe dessa realidade, vemos muitas escolas sucateadas, merenda de baixa qualidade e muitas vezes a falta da mesma e professores tentando fazer “milagre” com poucos recursos pedagógicos, salários defasados e muitas vezes atrasados e alunos subnutridos que muitas vezes dependem da alimentação escolar para sua nutrição. A desigualdade de renda se configura como parte dos índices dessa defasagem idade/ série. Regiões como o Norte e o Nordeste (possui maior número de pobres e miseráveis no país) com um número maior de pessoas de quatorze anos na situação de defasagem escolar (89,4% e 89,9 % respectivamente), Sul e Sudeste (66,1 e 68,0 % respectivamente de alunos na idade de quatorze anos em situação de defasagem escolar (IBGE, 2000), não há possibilidade de aprendizagem de um aluno se o mesmo se encontra de barriga vazia, com falta de estrutura familiar e uma escola sem recursos básicos.
Referências Bibliográficas:
ALMEIDA, Luana Costa; DALBEN, Adilson; FREITAS, Luiz Carlos de. The Ideb: limits and illusions of an educational policy. Educação & Sociedade, v. 34, n. 125, p. 1153-1174, 2013.
Disponível em:
Acesso em: 10 de abr. de 2020.
GUZZO, Raquel Souza Lobo; EUZÉBIOS FILHO, Antônio. Desigualdade social e sistema educacional brasileiro: a urgência da educação emancipadora. Escritos sobre Educação, v. 4, n. 2, p. 39-48, 2005.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-98432005000200005
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