PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DIREÇÃO GERAL DE ENSINO

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DIREÇÃO GERAL DE ENSINO

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Relatório do Aprendendo com a Cultura Afro-Brasileira

FABRICIANO DOS SANTOS BITTENCOURT

LENITA CAMARGO MARINHO

LUCIANA MARCON

MARIANY SOUZA BARBOSA

ROGÉRIO LUIZ KULKA CORRÊA

VITOR HUGO BACHMAN VARGAS

ORIENTADORES:

Profa. Dra. Marlise Geller

Prof. MSc. Gilfran Melo Nascimento

DISCIPLINA:

Projetos Interdisciplinares

Canoas, novembro de 2014

INTRODUÇÃO

A Escola Municipal de Educação Infantil Professora Noely Klein Varella, instituição na qual foi aplicado o projeto, localiza-se na cidade de Guaíba, mais precisamente na rua Herbert Rodembusch, 145, no Loteamento do Engenho. Localizado na região metropolitana de Porto Alegre, o município de Guaíba possui 94.307 habitantes, sendo que, a maioria se encontra em ambiente urbano.

A cidade possui esse nome por estar localizada próxima ao lago Guaíba. A Beira do Guaíba atrai turistas das mais variadas regiões, por possuir uma bela vista. O bairro Engenho, por sua vez, é uma das localidades mais abastadas da região, oferecendo aos seus moradores boas condições de vida. O projeto teve como público-alvo os 16 alunos da turma Jardim I, que tinham, em média, cinco anos de idade.

No projeto foram abordados os seguintes componentes curriculares:

• Biologia – nesse campo foi abordado a semelhança entre os seres humanos e os animais, através da adaptação do livro “Será mesmo que é bicho?”, escrito por Ângelo Machado, de forma a relacioná-lo com o filme “Kirikú e a Feiticeira”.
• Educação Física – foram abordadas a capoeira, a dança e as brincadeiras típicas da cultura africana.
• Geografia – contextualizou-se geograficamente o continente africano em relação ao Brasil.
• Matemática – nessa disciplina foram abordadas as formas geométricas, relacionando-as com aquelas visualizadas no filme “Kirikú e a Feiticeira”.
• Química – trabalhou-se no âmbito das Ciências Naturais, através da abordagem de conteúdos da Química, das propriedades dos vegetais e suas cores.

1 JUSTIFICATIVA

A lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, instituiu como disciplina obrigatória a todos os estabelecimentos de ensino o tema história e cultura afro-brasileira. Pouco tempo depois, a lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, a substituiu, de forma a complementar o artigo 26ª da lei de Diretrizes e Bases da Educação, a fim de incluir no currículo oficial a temática história e cultura afro-brasileira e indígena.

Entretanto, constata-se a persistente dificuldade no desenvolvimento desses assuntos pelas escolas, independentemente do nível escolar. Assim, este projeto visa contribuir para o desenvolvimento da temática cultura afro-brasileira, introduzindo-a de maneira lúdica já na Educação Infantil. Além destes fatores, a Escola Noely Klein Varella foi escolhida para a aplicação deste projeto por conter no seu Plano Político Pedagógico, bem como pelo fato de possuir políticas que levam em consideração as vivências socioculturais das crianças estabelecendo como norteador de sua ação pedagógica: os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; os princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e da diversidade das manifestações artísticas e culturais e por já desenvolver trabalhos sobre a temática cultura afro-brasileira.

Muitas vezes, a cultura afro-brasileira é trabalhada somente na semana da consciência negra. Entretanto, ensinamentos de igualdade entre os seres deveriam ser ensinados em todos os dias do ano letivo. Portanto, este projeto é de extrema importância para a formação de cidadãos conscientes socialmente em qualquer contexto cultural em que possam conviver. Além disso, este projeto busca a mudança do cenário brasileiro de injustiças e preconceitos com o desenvolvimento da temática desde os anos iniciais de ensino, que talvez sejam os mais importantes da história escolar dos alunos.

2 OBJETIVO GERAL

Proporcionar vivências de valorização da cultura afro-brasileira, contribuindo para a superação de preconceitos e promoção da igualdade.

2.1 Objetivos específicos

• Reconhecer que a sociedade é formada pela diversidade
• Identificar elementos da cultura africana em associação com a cultura brasileira.
• Construir uma sociedade mais justa e igualitária
• Diminuir os preconceitos do público-alvo, se existentes.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apesar da multiplicidade de conceitos dados à interdisciplinaridade, em seus textos Garcia (2002, p. 2) a caracteriza como “um movimento exercido dentro das disciplinas e entre elas, visando integrá-las”. Já Japiassu apud Garcia (2002, p. 2), caracteriza a interdisciplinaridade como um processo a ser vivenciado, como “atitude de espírito”. Mais do que isso, afirma que é prática coletiva e também individual, pois é movida pela curiosidade e, a partir daí, intui relações.

Segundo Thiesen (2008), a interdisciplinaridade vem sendo discutida tanto pelo enfoque epistemológico, através da pesquisa do conhecimento em seus aspectos produtivos, metodológicos e sociológicos, bem como pelo enfoque pedagógico, abordando o currículo e seus quesitos de ensino-aprendizagem no ambiente escolar.

Partindo do conceito de que o mundo em que vivemos é algo complexo, Moraes apud Thiesen (2008) concluiu que um pensamento que acompanhe este mundo é necessário e, para que isso ocorra, deve-se pensar este mundo de forma multidimensional e abrangente.

De acordo com Thiesen (2008), a interdisciplinaridade é um processo contemporâneo, que surgiu para fazer interagirem a ciência e o conhecimento, com o objetivo de romper a fragmentação do pensamento.

Japiassu, importante autor no campo da epistemologia, destaca:

[...] do ponto de vista integrador, a interdisciplinaridade requer equilíbrio entre amplitude, profundidade e síntese. A amplitude assegura uma larga base de conhecimento e informação interdisciplinar para a tarefa a ser executada. A síntese assegura o processo integrador (JAPIASSU apud THIESEN, 2008, p. 548).