PRATICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: KELLY VILLAR SANTOS • 2/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.576 Palavras (7 Páginas) • 303 Visualizações
PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FBO
As práticas hoje realizadas com as crianças no que se refere à área pedagógica são de extrema importância para uma educação sólida e eficaz, que vise a estruturar a criança para se tornar um individuo adulto atendendo as expectativas de uma sociedade que necessita de cidadãos competentes e completos em sua formação educacional, para lidar com as mais diversas situações do dia - dia. “A infância atualmente ocupa um lugar de centralidade em nossas relações. Percebemos um mundo adulto que se organiza em função de um mundo infantil, marcado por especificidades e preocupações que lhe são próprias. Entretanto, a história nos dá elementos para postular que nem sempre as relações entre adultos e crianças se estabeleceram dessa forma” (SARAT, 2009, p. 13). Através do texto citado acima notamos que apesar de hoje vivermos em uma época em que existe um grande esforço quanto a formação de nossas crianças, preparando-as para uma convivência cada vez mais interada com a sociedade e não só isso como cada vez mais produtiva contribuindo para um mundo melhor onde as pessoas venham se respeitar e compreender as suas diferenças, contudo, entendemos que nem sempre foi assim, tudo a mil maravilhas, mas que as crianças já foram vistas com outros olhos; houve uma época em que as crianças foram compreendidas como meros objetos que serviam apenas para atrapalhar a vida das pessoas, ou mesmo como “representação do pecado original” como afirma Santo Agostinho; desse modo a infância já foi interpretada como algo terrível, algo que traria apenas desgosto e dificuldade.
Porém com o passar dos séculos essa ideia descabida foi se alterando, conforme foi surgindo estudos direcionados para esta faixa etária, a sociedade passou por mudanças e evoluiu no que se refere ao pensamento sobre á infância, assim iniciou-se um novo capitulo na história da humanidade onde a criança conquista um lugar definitivo na concepção social. Tudo isso podemos atribuir ao esforço de importantes escritores como Comenius e Rousseau que revolucionaram o seu tempo com ideias e posturas que desafiaram as concepções de infância até então aceitas por todos na sociedade.
Graças a pessoas como Comenius e Rousseau que através de seus escritos deram uma direção á sociedade, nossa concepção de infância e educação infantil são adequados a criança que temos hoje em nossa sociedade atual, no que se refere a prática pedagógica. Pude constatar isso na entrevista que realizei com a criança que escolhi, de acordo com o que nos foi pedido no enunciado do trabalho.
Queria entrevistar uma criança que não fosse ligada a família, decidi ir até a casa de minha irmã onde sua vizinha tem três crianças pequenas; uma com sete anos, outra com quatro e uma com apenas cinco meses, minha entrevista se deu no dia 28/10/2014, o entrevistado é uma menina e tem sete anos. Tive a preocupação de construir um ambiente tranquilo para que a entrevistada ficasse confortável durante as perguntas que iria lhe fazer. Peguei duas cadeiras confortáveis, uma é claro proporcional ao tamanho da criança, varias almofadas, coloquei onde há ventilação, fiz um suco e lhe servi com biscoitos; quando ela chegou não lhe fiz os questionamentos logo de inicio, mas, tentei interagir com ela, descontraindo, perguntando do papai( que é meu amigo) e de suas irmãzinhas, aos poucos ela foi se soltando, ficando confortável com o assunto, aí pude dar inicio a entrevista de forma tranquila e gradual.
Comecei perguntando se ela tem muitos amiguinhos, e se na escola ela também tem, depois, de quê ela brincava na escola com seus coleguinhas, e se a professora era legal, após estas perguntas resolvi entrar no assunto referente ao trabalho, e comecei lhe apresentando as duas figuras que nos foi disponibilizada, deixei que ela as visse por alguns minutos sem lhe falar nada, e ela observou bastante ás figuras, mas notei que seu olhar se deteve mais sobre a figura número um que apresentava uma criança nos padrões midiáticos, pois esta é muito diferente da criança da figura numero dois, á numero dois é uma criança normal com um sorriso espontâneo e com cabelo amarrado de acordo com o costume popular sua roupa é simples, não usa maquiagem e nem brincos e colares; já á imagem um, que chamou mais a atenção da entrevistada, é uma criança diferente, podemos dizer mais adultizada, e com uma extrema vaidade, uma criança com cabelos longos e bem tratados e seu penteado é mais adulto; seguido do tempo que a deixei observando a imagem, lhe perguntei de qual imagem ela havia gostado mais e sem demora obtive a resposta: Dá imagem numero um. Disse ela; e perguntei por quê ela havia gostado mais da imagem um do que da imagem dois, e ela me respondeu que era porque essa menina era mais bonita do que a outra, e que o cabelo dela era liso, também disse que os olhos dela eram bonitos e que a menina da imagem um usava colar e brincos que ela também gostava ( ainda que a entrevistada não usa esses acessórios que identificou na imagem), desta maneira percebi que o que lhe chamava atenção era a imagem que diariamente ela vê na televisão de crianças e adolescentes que a mídia apresenta como padrão de beleza para as crianças, crianças bem arrumadas e maquiadas fazendo uso de exagerados acessórios, deixando a imagem dois da criança que se observa no dia a dia como feia e simples, gerando nos pequeninos a ideia de que devem se parecer com a imagem que diariamente lhe são apresentadas na mídia atual.
A segunda pergunta que fiz a ela, foi a de qual penteado é mais bonito e por que? A resposta que obtive foi que a imagem um novamente possuía o penteado mais bonito, quando ela respondeu o porque, ela disse que era pelo motivo do cabelo estar de lado, o penteado era muito bonito de lado e frisou que não gostava do cabelo da imagem numero dois, aquela franja era muito feia segundo ela. Decidi lhe fazer a terceira pergunta; com qual das crianças você gostaria de se parecer? Por quê? E novamente ela optou pela imagem um, onde a criança aparece com uma postura mais séria e adulta, mas o que me surpreendeu foi logo em seguida que ela respondeu o porquê, de acordo com sua resposta sua escolha foi feita porque sua mãe faz o mesmo penteado que a imagem um, sua mãe usa pentear o cabelo de lado igual a da criança; associando a imagem com a sua mãe que realmente tem o cabelo de acordo com aquele penteado. A quarta pergunta foi, o que você acha que essa criança faz? E sua resposta foi que ela gostava de brincar, de diversas brincadeiras como: pega-pega, de esconder-se, etc. Perguntei se ela achava que a criança gostava de estudar e de passear, mas ela respondeu que de estudar não, mas que gostava de passear, então eu perguntei aonde a criança gostava de passear? E ela respondeu que a criança gostava de ir ao parquinho e na sorveteria. Percebi que por mais que ela prefira a imagem um, ela não associa a esta criança a passeios em lugares mais sofisticados como shoppings e parques de diversão, mas a sua realidade, pois diz em parquinho porque sua casa fica a vinte metros do parquinho de uma praça e sorveteria porque esta também fica a uns cem metros de sua residência.
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