PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM GRANDE DESAFIO PARA AS ESCOLAS
Por: GutoGato • 1/6/2016 • Trabalho acadêmico • 3.729 Palavras (15 Páginas) • 710 Visualizações
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA
Adriana da Silva Santos
ângela Maria Borges Santos
Antônia Rodrigues Soares
marciane neris aRAÚJO de frança
Maria aldeni Virginio de aquino
Vanilto rosa de frança
PROjeTO de educação aMbieNTaL: um grande desafio para as escolas
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Cuiabá
05/2016
ADRIANA DA SILVA SANTOS
ÂNGELA MARIA BORGES SANTOS
ANTÔNIA RODRIGUES SOARES
MARCIANE NERIS ARAÚJO DE FRANÇA
MARIA ALDENI VIRGINIO DE AQUINO
Vanilto rosa de frança
PROjeTO de educação aMbieNTaL: um grande desafio para as escolas
Trabalho Interdisciplinar de Pedagogia 5º Semestre apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas de: Alfabetização e Letramento; Literatura Infanto juvenil, Ensino de Matemática na Educação Infantil, Ensino de Natureza e
Sociedade na Educação Infantil, Seminário interdisciplinar V.
Professores: Adriana Haruyoshi Biason; Patricia Alzira Proscêncio; Alessandra Negrini Dalla Barba; Maurilio Bergamo; Tatiane Mota Santos Jardim;
Keila Tatiana Boni; Luciane Guimarães B. Bianchini.
Cuiabá
05/2016
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos o Meio Ambiente foi levado a uma situação de depreciação como nunca se tinha visto antes e tudo isso, graças a chamada “evolução industrial e tecnológica” e também, não podemos esquecer da ganância desenfreada do homem e seu, por assim dizer, antropocêntrismo que o fez acreditar que poderia usufruir ao máximo de todos os recursos naturais do planeta, sem, contudo, sofrer as terríveis conseqüências de seus atos desmedidos. Observamos vários países com alto grau de desenvolvimento, mas também poluidores potenciais, se recusarem a assinar tratados internacionais, tais como o Protocolo de Kyoto, e desta forma, diminuir, substancialmente, o nível de poluentes que lançam diariamente na atmosfera, acreditando estarem livres de todos os problemas que uma possível e enevitável crise ambiental traria para o nosso mundo. Porém, vemos que hoje, presenciando catástrofes climáticas de grandes proporções, tais como furacões e tempestades frequentes que, de tempos em tempos, tornam-se cada vez mais fortes e também diante de um clima com estações menos definidas e cada vez mais instável, o mundo, de certa forma, parece acordar e então perceber que já não há mais tempo a perder e que a natureza tão degradada não suporta sofrer mais tantas agressões. PNUMA (2007) em seu relatório diz que, “A camada de ozônio vem sendo constantemente atingida pelos poluentes lançados no ar, as temperaturas parecem aumentar a cada ano, enquanto a água potável passa a faltar em um número maior de regiões, por todo o mundo.” Em face desta triste realidade, muitos países, assim como os Estados Unidos, ainda que de uma forma quase imperceptível, perceberam que deveriam recuar o quanto antes. Diante desta situação que, ao que tudo indica, parece não ter mais como retroceder, o mundo começa a se perguntar: o que devemos fazer? E a triste constatação é a de que precisamos agir rápido com ações que sejam emergenciais, urgentes e principalmente globais, contudo temos que levar em conta, que tais açoes devem acontecer localmente para que assim possamos obter resultados que, de fato, irão beneficiar a todos. E sendo assim, uma das propostas que, com certeza, auxiliarão a minimizar os terríveis efeitos desta crise é, sem sombra de dúvidaa, a desafiadora Educação Ambiental.
2. DESENVOLVIMENTO
De acordo com a UNESCO (2005, p. 44), “Educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente.” Assim sendo, tal educação, necessita ser iniciada já nos primeiros anos de vida, ou seja, ainda no âmbito familiar, que é quando as crianças estão na fase do aprendizado, seguindo os exemplos dos pais, determinando como irão agir no presente e, principalmente, no futuro. Após este inicio, e já no ambiente escolar, a Educação Ambiental deverá continuar sendo parte integrante do dia-a-dia de todas as crianças, adolescentes e também dos jovens, e que a mesma seja inserida, de forma interdisciplinar, nas diversas atividades e conteúdos propostos, de modo a favorecer a convivência com todos os que compõem a unidade escolar, tais como os professores, diretores e demais funcionários da instituição e será necessário que estes entendam e o apresentem assim, sem fazer nenhuma distinção entre os locais que os rodeiam, tipo rua, casa ou escola. A Constituição Brasileira , em seu artigo 225 (ANGHER, 2006) diz que: “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Vamos deixar bem claro que não por é ser uma exigência do Ministério da Educação que a Educação Ambiental deve ser incluída e trabalhada nas escolas, mas sim porque esta é a única forma, até então conhecida, de aprendermos e ensinarmos que não somos habitantes isolados deste planeta, pois assim como o herdamos dos nossos pais, deveremos também cuidar e preservar para as gerações futuras. Existem várias formas de se trabalhar a Educação Ambiental, e dentre algumas possíveis, estão os PCN’s - Parâmetros Curriculares Nacionais que afirmam de modo contundente que a interdisciplinaridade é de fundamental importância para o desenvolvimento de temas que estão ligados de forma intrínseca ao Meio Ambiente, mas contudo, se faz necessário realizar uma desfragmentação dos conteúdos para depois reunir as informações obtidas dentro de um mesmo contexto que contemplem as várias disciplinas do currículo. Fazendo uma profunda análise das orientações dos PCN’s, colocaremos, portanto, em discussão a maneira como a Educação Ambiental está sendo trabalhada no ambiente escolar e também sobre os obstáculos, por assim dizer, encontrados pelos docentes no momento de sua aplicação. A Educadora Ambiental, Edna Sueli Pontalti, ressalta o quão se faz importante o estudo da Educação Ambiental nas escolas e segundo ela, “a escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo de socialização, iniciado em casa, com seus familiares". Desta forma, entendemos que a escola ocupa um papel de extrema importância neste processo de formação, tanto no âmbito social quanto ambiental dos discentes, pois assim os comportamentos “ambientalmente corretos” poderão ser assimilados e aprendidos por todas as crianças fazendo parte, desde cedo, do seu cotidiano também no ambiente escolar, porém para que isto ocorra, é essencial e de fundamental importância que tenham o exemplo dos seus professores, pois estes exercem uma grande influência no seu aprendizado. Comumente nos deparamos com educadores que abordam sobre temas relevantes e que possuem correlação com o Meio Ambiente, como por exemplo o gravissímo problema do desperdício de água, que é um assunto amplamente abordado nas aulas de Ciências, mas tais profissionais ao saírem das salas de aula, acabam por exibirem comportamentos contraditórios, pois saem desperdiçando água tanto na escola quanto em suas residências, citando como exemplo, as torneiras e mangueiras que sempre permanecem abertas, ao lavarem seus carros ou calçadas em frente as suas casas, enquanto a água escorre pelas ruas, infelizmente são comportamentos como estes, que impactam nas crianças de forma direta, fazendo com que elas passem a ver apenas como conteúdos, sem nenhuma utilidade para a vida real, os temas que são abordados e estudados em sala de aula. Não é de se estranhar que, por causa de nossa cultura retrógada, uma grande parte das pessoas vêem a degradação do meio ambiente, como um assunto secundário, sem muita relevância e tachado de coisa de quem não tem o que fazer, isso referindo-se aos ambientalistas. Tal cultura deveria ser mudada na concepção das pessoas e, principalmente nas escolas, mostrando às crianças e jovens, através da Educação Ambiental, que o ato de preservar o meio ambiente é uma necessidade que se torna cada vez mais urgente, isso se quisermos que as próximas gerações possam continuar vivendo neste planeta. A Educação Ambiental, em uma tentativa de tornar os temas ambientais constantemente presentes nas salas de aula, acabou por ser inserida como um tema transversal, no currículo escolar, e de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (1998, p. 181): “A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno – em seu meio, sua comunidade – não é novidade. Ela vem crescendo especialmente desde a década de 60 no Brasil. (...) Porém, a partir da década de 70, com o crescimento dos movimentos ambientalistas, passou-se a adotar explicitamente a expressão ‘Educação Ambiental’ para qualificar iniciativas de universidades, escolas, instituições governamentais e não governamentais por meio das quais se busca conscientizar setores da sociedade para as questões ambientais. Um importante passo foi dado com a Constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência a ser garantida pelos governos federal, estaduais e municipais (artigo 225, § 1o, VI).“ Contudo, a Educação Ambiental, apesar de ser uma exigência legal, deveria ser apresentada aos alunos, de uma forma prazerosa, pois ainda que difícil de ser desenvolvida, a mesma necessita de atitudes concretas e em resumo, podemos afirmar que são grandes e muitas as dificuldades quando se quer pôr em prática a Educação Ambiental, porém tais obstáculos precisam ser enfrentados, e de acordo com o autor Dias (1992), “sabemos que a maioria dos nossos problemas ambientais tem suas raízes em fatores sócio-econômicos, políticos e culturais, e que não podem ser previstos ou resolvidos por meios puramente tecnológicos”. Por isso a inserção da Educação Ambiental nas escolas, é de extrema importância para a árdua tarefa de conscientização das nossas crianças, afim de ajudá-las no propósito de se tornarem verdadeiros cidadãos com atitudes “ecologicamente corretas”. O MEC, entre os anos de 1997 e 1999, foi o órgão responsável por lançar os PCN’s, para que os mesmos se tornassem para todos os professores do país, uma referência curricular, não de forma fechada, mas que pudessem ser adaptados às diversas realidades de cada região ou município, neles foram inseridos os temas chamados de “transversais”, ou seja, assuntos variados, porém de grande importância social, que deveriam ser trabalhados, de forma abrangente, em todos os conteúdos ministrados. Para Bizerril e Faria (2001), apesar da relevante importância que exercem os PCN’s para a inserção da Educação Ambiental nas escolas, ainda “...resta a dúvida sobre os limites da capacidade das escolas em compreender as propostas contidas no documento, bem como em ter motivação suficiente ou metodologia para executá-las”. E isto ocorre porque, a maioria dos professores, ainda visualizam o trabalho interdisciplinar com muita dificuldade e de difícil aceitação, sendo um dos motivos dessa visão pessimista, o medo de se exporem e, com isso muitos destes, preferem permanecerem enclausurados em suas salas do que mostrar o seu trabalho para os outros, o que faria com que se abrissem e se sujeitassem a possíveis e inevitáveis críticas. Em outra circunstância, muitos educadores que ministram disciplinas consideradas de grande relevância, tendem a se afastarem de projetos que não retratem o real valor de conteúdos específicos, alegando que precisam de mais tempo para poder cumprir seus planos de curso. Os autores Bizerril e Faria (2001, p. 61) ainda apresentam, o triste relato de uma professora do Distrito Federal que descreve muito bem tal situação: “A gente vê muita resistência. Matérias academicamente mais importantes têm sempre um espaço muito limitado para tentar ter uma discussão coletiva Na escola. Sinto um certo bloqueio para me inserir no contexto escolar, com esta hierarquia. Eu acho que os professores não estão preparados para a interdisciplinaridade, estão muito fechados.” Segundo os próprios professores, um dos motivos para tal despreparo, é a falta da universidade prepará-los para a interdisciplinaridade, e este erro perdura ainda hoje, na maioria dos cursos de licenciatura (Bizerril e Faria, 2001). Uma questão que fica é, qual seria, então, a melhor forma de se trabalhar a Educação Ambiental nas escolas diante de tantas barreiras? Segundo o autor Sato (2002): “Há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, como atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora de sala de aula, produção de materiais locais, projetos ou qualquer outra atividade que conduza os alunos a serem reconhecidos como agentes ativos no processo que norteia a política ambientalista.” Desta forma, fica a cargo dos professores, por meio de uma prática interdisciplinar, a proposta de elaborar novas metodologias que venham a favorecer a implementação efetiva da Educação Ambiental, mas sempre considerando o ambiente de forma imediata, fazendo uma relação com exemplos de problemas já atualizados. Deste modo, caberá a escola o desenvolvimento do currículo escolar com propostas voltadas para a questão ambiental, e estas deverão proporcionar de forma sistêmica a participação efetiva de todos no processo de sua construção e, principalmente, execução, onde os alunos, verdadeiros sujeitos deste, atuarão de forma direta. O autor Sato (2002), enfatiza a grande relevância da Educação Ambiental, quando diz que ela “sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos físicos, biológicos, sociais e culturais dos seres humanos.” assim, notamos que ela se apresenta, sem sombra de dúvidas, como uma peça de fundamental importância dentro do currículo escolar e a sua implementação nas escolas tem se tornado ao longo do tempo como uma tarefa exaustiva, porém muito necessária. De acordo com ANDRADE (2000), “... fatores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores, predisposição destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da diretoria de realmente implementar um projeto ambiental que vá alterar a rotina na escola, etc, além de fatores resultantes da integração dos acima citados e ainda outros, podem servir como obstáculos à implementação da Educação Ambiental.” Sabemos, contudo, que existem grandes dificuldades relacionadas com as atividades de sensibilização e formação, além da implantação das mesmas e dos projetos oriundos delas, principalmente, na sua manutenção e continuidade. As preocupações que surgiram neste aspecto, já eram demonstradas na Conferência de Tbilisi (1977) e mencionavam em um dos pontos da recomendação a necessidade de serem efetuadas algumas pesquisas sobre os desafios e barreiras que são inerentes ao comportamento ambiental, e assim se opõem às possíveis modificações dos conceitos, valores e atitudes das pessoas (DIAS, 1992). Sendo assim, ao nos depararmos com tantas pistas indicando uma efetiva implementação da Educação Ambiental no ambiente escolar, torna-se evidentemente que, “posicionamo-nos por um processo de implementação que não seja hierárquico, agressivo, competitivo e exclusivista, mas que seja levado adiante fundamentado pela cooperação, participação e pela geração de autonomia dos atores 91 Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256, v. 22, janeiro a julho de 2009 envolvidos” (ANDRADE, 2000). O surgimento de projetos, muitas vezes, impostos por grupos pequenos ou ações isoladas, não terão a capacidade de proporcionar a real mudança de mentalidade que se faz necessária para que algumas ações, tais como a redução do consumo, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos possam se estabelecer e transcender para bem mais além das escolas, pois ao formular apenas um projeto de coleta seletiva no qual a única participação dos alunos, se resuma tão somente em jogar o lixo em latões separados, constitui-se em uma maneira pouco eficaz de abranger a questão.
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