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PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA CONTRIBUIÇÕES, EQUÍVOCOS E CONSEQÜÊNCIAS PARA A ALFABETIZAÇÃO

Por:   •  16/9/2020  •  Projeto de pesquisa  •  2.245 Palavras (9 Páginas)  •  399 Visualizações

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[pic 1]         Curso: Pedagogia  

  • Matéria: Fundamentos e métodos do Ensino de Língua Portuguesa e Matemática        Professorª: Alessandra Correa Farago
  • Atividade:  Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização

Neste artigo foi analisado os aspectos linguísticos pertinentes à alfabetização, que pode ser representado nos níveis pré- -silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.

Essa analise foi separada em três grandes períodos: 1º) o da distinção entre o modo de representação icônica (imagens) ou não icônica (letras, números, sinais); 2º) o da construção de formas de diferenciação, controle progressivo das variações sobre o eixo qualitativo (variedade de grafias) e o eixo quantitativo (quantidade de grafias). Esses dois períodos configuram a fase pré-linguística ou pré-silábica; 3º) o da fonetização da escrita, quando aparecem suas atribuições de sonorização, iniciado pelo período silábico e terminando no alfabético.

As análises sobre psicolinguísticas foram iniciadas em 1974 na Argentina por Ferreiro e Teberosky tendo em vista que o conhecimento se baseia na atividade do sujeito com o objetivo de conhecimento antes de chegar na escola, sendo ele adquirido em casa. Essa teoria foi confirmada em 1986 no Brasil com a seguinte ideia:

[...] Pretendemos demonstrar que a aprendizagem da leitura, entendida como questionamento a respeito da natureza, função e valor deste objeto cultural que é a escrita, inicia-se muito antes do que a escola imagina, transcorrendo por insuspeitados caminhos. Que além dos métodos, dos manuais, dos recursos didáticos, existe um sujeito que busca a aquisição de conhecimento, que se propõe problemas e trata de solucioná-los, segundo sua própria metodologia... insistiremos sobre o que se segue: trata-se de um sujeito que procura adquirir conhecimento, e não simplesmente de um sujeito disposto ou mal disposto a adquirir uma técnica particular. Um sujeito que a psicologia da lecto-escrita esqueceu [...] (FERREIRO; TEBEROSKY, 1986, p. 11).

Sendo assim Ferreiro e Teberosky desenvolveram suas pesquisas sobre  o construtivismo, para dar conta da linguagem tendo um papel importante para a competência cognitiva.

Com isso o sujeito vai passando por um processo construtivo, sendo ele por problemas que vai enfrentar e nas soluções para descobrir condutas, vivência, momentos e conhecimentos.

Ferreiro em 1983 chegou a indagar sua pesquisa de que as crianças já dominam antes mesmo de entrar na escola, os analfabetos adultos também deveriam apresentar suas ideias e hipóteses sobre a escrita.

Ele observou que, enquanto é muito fácil conseguir de uma criança pré-alfabetizada faça produções escritas, no adulto analfabeto a “consciência de não saber” é muito forte e ele se sente incapaz de tentar escrever.

Já em 1986 Ferreiro e Teberosky descrevem o aprendiz formulando hipóteses a respeito do código, percorrendo um caminho que pode ser representado nos níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético.

Segundo Weisz essa aprendizagem acontece da seguinte forma:

[a criança] começa diferenciando o sistema de representação escrita do sistema de representação do desenho. Tenta várias abordagens globais (hipótese pré-silábica), numa busca consistente da lógica do sistema, até descobrir - o que implica uma mudança violenta de critérios - que a escrita não representa o objeto a que se refere e sim o desenho sonoro do seu nome. Neste momento costuma aparecer uma hipótese conceitual que atribui a cada letra escrita uma sílaba oral. Esta hipótese (hipótese silábica) gera inúmeros conflitos cognitivos, tanto com as informações que recebe do mundo, como com as hipóteses de quantidade e variedade mínima de caracteres construída pela criança. (WEISZ, 1990, p. 73).

Em seguida Ferreiro, enfatiza que novas informações:

 [...] vão desestabilizando a hipótese silábica até que a criança tem coragem suficiente para se comprometer em seu novo processo de construção. O período silábico-alfabético marca a transição entre os esquemas prévios em vias de serem abandonados e os esquemas futuros em vias de serem construídos. Quando a criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que ela é, por sua vez, reanalisável em elementos menores, ingressa no último passo da compreensão do sistema socialmente estabelecido. E, a partir daí, descobre novos problemas: pelo lado quantitativo, se não basta uma letra por sílaba, também não pode estabelecer nenhuma regularidade duplicando a quantidade de letras por sílaba (já que há sílabas que se escrevem com uma, duas, três ou mais letras); pelo lado qualitativo, enfrentará os problemas ortográficos (a identidade de som não garante a identidade de letras, nem a identidade de letras a de som). (FERREIRO, 1985, p. 13-14).

Psicogênese da língua escrita descreve como o aprendiz se apropria dos conceitos e das habilidades de ler e escrever, a humanidade passou por fases como a pré-silábica, o aprendiz pensa que pode escrever com desenhos e rabiscos, imaginando que a palavra representa a coisa que se refere.

Ao aprender o nome o aprendiz percebe que as letras são diferentes dos desenhos; ainda neste nível quando se toma consciência de que se escreve com letras ele terá que grafar um número de letras, para poder escrever uma palavra como seu próprio nome. Assim quando for questionado sobre a quantidade de vezes que abrimos a boca para pronunciar a palavra é neste momento que o aluno avança para o próximo nível de escrita. Para avançar no nível silábico são propostas atividades de vinculação oral, da palavra falada para a escrita.

Adultos e crianças passam pelas fases pré-silábicas e silábicas atingindo a fase alfabética analisando na palavra as consoantes e as vogais contidas nas palavras. Alguns poderão ter conflitos ao comparar sua escrita alfabética e espontânea com a escrita ortográfica, em que se fala de um jeito e se escreve de outro.

Com mais de vinte anos foi introduzido no Brasil melhorias para na qualidade de alfabetização no sistema públicos de ensino, as crenças de ensinos e os fundamentos de alfabetização tradicional vem levando os professores a um grande conflito metodológico.

A Psicogênese da língua escrita leva-nos a entender que a escrita é uma reconstrução real e inteligente, com um sistema de representação historicamente construído pela humanidade e pela criança que se alfabetiza, embora não reinvente as letras e os números.

[A didática do nível pré-silábico] se caracteriza pela criação de um ambiente rico de materiais e atos de leitura e escrita [...] não há seleção e ordenação de letras ou palavras para vivenciar [...] as crianças tomam contato com todas as letras e com qualquer palavra [...] alfabetizar-se é muito mais do que manejar a correspondência entre sons e letras escritas. (GROSSI, 1985, p. 5).

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