Paulo Freire e a EJA A Educação de Jovens e Adultos
Por: Isisfavero • 22/11/2018 • Trabalho acadêmico • 626 Palavras (3 Páginas) • 4.324 Visualizações
Paulo Freire e a EJA
A Educação de Jovens e Adultos ganhou destaque nas politicas educacionais ao longo do tempo no Brasil. A metodologia do teórico Paulo Freire foi a mais significativa para essa modalidade.
O conceito de educação de jovens e adultos vai se movendo na direção ao de educação popular na medida em que a realidade começa a fazer exigência à sensibilidade e a competência científica dos educadores e educadoras. Uma dessas exigências tem a ver com a compreensão crítica dos educadores do que vem ocorrendo na cotidianidade do meio popular (GADOTTI, 2003).
O método proposto por Paulo Freire é criado a cada vez que se usa. É um método de alfabetização feito com a parceria do aluno, e parte da ideia do professor contextualizar a história de vida do educando e formular seu plano de ensino a partir desta. Freire propõe educar enquanto se constrói, faz repensar o homem em todo seu contexto social, cultural e analisar o ensinar-aprender a ler e escrever de um jeito mais humano.
[...] Procurávamos uma metodologia que fosse um instrumento do educando, e não somente do educador, e que identificasse o conteúdo da aprendizagem com o processo mesmo de aprender. (FREIRE, 1980, p. 41).
Paulo Feire aplicou seu método de ensino, pela primeira vez, para 5 alunos, no estado do Recife. Destes, três aprenderam a ler e escrever em 30 horas, e dois deles desistiram. Em 45 dias foram alfabetizados 300 trabalhadores. Freire foi convidado pelo então presidente, João Goulart, para estar a frente da Campanha Nacional de Alfabetização, a qual tinha o objetivo de alfabetizar 2 milhões de pessoas em 20.000 círculos de cultura popular. Porem, com o golpe de 64, essa mobilização social foi reprimida, Paulo Freire foi preso e exilado no Chile por ser considerado subversivo. Esse projeto foi substituído pelo MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), que visava apenas o ensinar a ler e escrever sem preocupação maior com a formação do ser humano (GADOTTI, 2003).
O método proposto por Freire previa a construção do dialogo entre o educador e o educando, tendo como objetivo tornar a educação um ato coletivo, ou seja, tendo sempre educadores-educando e educandos-educadores. Já a cartilha, utilizada pelo MOBRAL, apresenta um método que deve ser decorado, imposto ao educando.
Para Freire, a educação deveria corresponder a formação plena do ser humano, denominada por ele de preparação para a vida, com formação de valores, atrelados a uma proposta política de uma pedagogia libertadora, fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária: Não é possível atuar em favor da igualdade, do respeito aos direito à voz, à participação, à reinvenção do mundo, num regime que negue a liberdade de trabalhar, de comer, de falar, de criticar, de ler, de discordar, de ir e vir, a liberdade de ser (FREIRE, 2002, p.193).
É necessário pensar o universo em que os educandos estão inseridos, sua cultura local, seu trabalho, suas vivências. Ter essa abordagem como ponto de partida, para, a partir dai, construir o conhecimento daquele adulto pela sua realidade.
“Não há razão para se envergonhar por desconhecer algo, testemunhar a abertura dos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios, são saberes necessários à prática educativa” (FREIRE, 1999, p. 153).
Uma das grandes preocupações de Paulo Freire era com a postura e responsabilidade profissional do educador. Os professores da educação de jovens e adultos, precisam se adaptar as novas mudanças, como a de receber em sua sala de aula alunos com mais idade, e que ainda não sabem ler, a escola, portanto não pode ignorar esses alunos. Paulo Freire defende que o conhecimento através da educação é instrumento do homem sobre o mundo, toda essa ação produz mudança, portanto não é um ato neutro, mas o do ato de educar é um ato político.
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