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A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA VISÃO DE PAULO FREIRE

Por:   •  30/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.338 Palavras (10 Páginas)  •  212 Visualizações

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NA VISÃO DE PAULO FREIRE

Andriele Cordeiro Kochhann¹

Kelly Engel Zorzo²

        

RESUMO[a]

   Como essa modalidade de ensino tem repercutido com intensidade nas propostas educacionais brasileiras e é notório o despreparo dos docentes para lecionarem para educandos jovens e adultos, esse trabalho tem por objetivo analisar a influência da teoria de Paulo Freire no processo de ensino-aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos no Brasil.

   A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, a qual enriqueceu este trabalho com informações importantes para a sua conclusão, abordando pontos culminantes da história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, as políticas educacionais desenvolvidas para esse tipo de educação, as metodologias aplicadas para a difusão de conhecimentos concernentes a essa modalidade de ensino e a repercussão do processo de ensino-aprendizagem, influenciado pela teoria de Paulo Freire.

Palavras-chave[b]: Educação de Jovens e Adultos. Método Paulo Freire. Processo de ensino-aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

   A EJA- educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino destinado a jovens e adultos que não tiveram acesso ou que por algum motivo não puderam concluir o ensino na idade própria. É um curso ofertado a jovens a partir dos 15 anos de idade, pela secretaria de educação, presencial ou a distância. Assim, sendo o educador é um profissional da pedagogia da política, da pedagogia da esperança, como já disse o educador Paulo Freire, precursor da alfabetização de jovens e adultos, assim sendo, o educador é aquele que necessita construir o conhecimento com seus alunos, e o educando é um dos eixos fundamentais de todo o trabalho. O educador Paulo Freire foi o responsável pelo método que consiste na proposta de alfabetização de jovens e adultos. Freire toma a conceito de cultura, como essencial para introduzir uma concepção de educação que seja capaz de desenvolver a impaciência, a vivacidade, os estados de procura da invenção e da reivindicação.

   O conhecimento modifica o homem, assim considera-se que a EJA-educação de jovens e adultos, é capaz de mudar significativamente a vida de uma pessoa, traz oportunidades para conviver em uma sociedade democrática, justa e igualitária com direitos e também deveres. O interesse de estudo dessa pesquisa é investigar a metodologia aplicada por professores na educação de jovens e adultos, com intuito de identificar as contribuições de educadores como Paulo Freire na prática pedagógica, no trabalho docente, o que tem refletido na vida do educando, e como é orientada essa modalidade de ensino.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

        [c]

   A preparação dos professores se dava anteriormente ao trabalho, captando expressões vocabulares próprias daquele povo, dos trabalhadores e trabalhadoras, para partir deste conhecimento em busca da alfabetização que não se reduzia a escrita e leitura da palavra, mas a leitura do mundo.

“Acreditar na capacidade de aprender de cada um constitui-se fator preponderante para o resgate da auto-confiança, indispensável na aprendizagem, porém desacreditada e marginalizada, ao longo de praticamente todas as suas experiências, junto à sociedade letrada.” (FUCK, 2002, p.92).

A prática educativa se revela na relação entre educador educando como sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, que juntos problematizam os conhecimentos oriundos da realidade social, construindo, assim, uma prática de educação. Nesta perspectiva, alfabetizar jovens e adultos é considerá-lo sujeitos do mundo e com o mundo, dando-lhes condições de ler e escrever a realidade global a partir do seu lugar social, transformando-os em autores da sua própria história e coautores da história do seu país. (BRASIL, 2007, p. 06).

“Não é possível atuar em favor da igualdade, do respeito ao direito à voz, à participação, à reinvenção do mundo, num regime que negue a liberdade de trabalhar, de comer, de falar, de criticar, de ler, de discordar, de ir e vir, a liberdade de ser.” (FREIRE, 2002, p.193)

   Na perspectiva freiriana o/a educador/a da EJA precisa desenvolver uma educação que viabilize ao educando/a a capacidade de refletir, levando-o/a á desenvolver suas potencialidades críticas sociais, para enxergar o lugar que ocupa na sociedade e assim passar a assumir e a contribuir com as suas decisões cidadãs. Freire defendia uma sociedade baseada no diálogo e na construção de uma responsabilidade ética, social e política, caracterizada, “Por procurar testar os “achados” e se dispor sempre a revisões. Por despirse ao máximo de preconceitos na análise dos problemas e, na sua apreensão, esforçar-se por evitar deformações por negar a transferência da responsabilidade. Pela recusa a posições quietistas. Por segurança na argumentação. Pela prática do diálogo e não da polêmica (FREIRE, 1967, p. 60).”

   Desse modo, a educação idealizada por Freire, é pautada na emancipação libertadora que gera o pertencimento do sujeito ao seu lugar de direitos e deveres na sociedade em que se vive independente de sua condição social. Neste sentido, ao perguntarmos as educadoras sobre as contribuições do Paulo Freire na EJA, as docentes deram respostas similares as anteriores, ressaltando que o educador deixou grandes contribuições para a Educação de Jovens e Adultos, que deveria segundo elas, ser mais valorizado, colocado em evidencia, especialmente nos CEJAS, já que, reconhecem estas instituições como os principais espaços que deveriam acontecer o seu legado educacional. “Existe formação continuada na rede de ensino estadual sim, porém não há essa preocupação em pensar nas contribuições do Educador Paulo Freire, hoje já se ver algo voltado especificamente para a EJA, mas não é muito fácil identificar as contribuições do educador nesses momentos (FÁTIMA, 2021).”

  Reconhecemos, com essa resposta, que ainda há pouco empenho destinado as formações continuadas para os docentes direcionados a EJA, mesmo se tratando do CEJA, as formações estão mais voltadas para o ensino médio ou ensino fundamental, na modalidade supletiva, ou seja, baseada na pressa de quem precisa concluir os processos de escolarização, pautando-se em um modelo neotecnicista. Ribas e Soares (2012) frisam que, em geral, o educador que trabalha com a Educação de Jovens e Adultos não tem formação adequada para atuar nesta modalidade de ensino e não tem recebido atenção necessária nos cursos de formação de professores. Pelo contrário, muitas vezes tem sido relegada cada vez mais a deterioração, pois os educadores que atuam na EJA estão ausentes de boa parte dos debates das políticas públicas centradas na questão das relações entre escola e sociedade. “Nem sempre é possível fazer esse reconhecimento, porque como eu já disse, aqui é semipresencial e nos nossos momentos de intervenção com os alunos utilizamos mais os métodos tradicionais de ensino, porém, de vez em quando a gente consegue fazer um trabalho mais significativo com alguns alunos que apresentam maior dificuldade e a gente percebe que utilizando os jogos das palavras geradoras é possível obter algum resultado (CHRISTINA, 2021).” De fato, identificar as contribuições de Paulo Freire no cotidiano da EJA, no CEJA, não parece uma tarefa fácil, tendo em vista que as interações entre professor/a e aluno/a são mais distantes por justificarem que as aulas são semipresenciais, porém, através da fala de Christina, percebemos que é possível sim, incluir aspectos que contribuam para que haja uma educação transformadora dentro das práticas cotidianas da EJA.

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