Paulo freire
Por: Bárbara Kehl • 9/9/2015 • Resenha • 1.339 Palavras (6 Páginas) • 447 Visualizações
Paulo Freire aborda no livro ‘Pedagogia da Autonomia’, uma forma simples de mostrar as praticas educativas no cotidiano da sala de aula dentro e fora dela, que podem e devem ser utilizados desde o ensino fundamental ate a pós graduação. Esse livro serve como guia educacional para todos os profissionais relacionados de alguma forma a educação. A questão da formação ao lado da reflexão sobre a prática educativa-progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos é o tema central que refletimos nesse livro. ‘Uma pedagogia fundada na ética, no respeito à dignidade e a própria autonomia do educando’ (p. 11), é nesse sentido que Freire insiste de que formar é muito mais do que treinar o educando no desempenho de destrezas, e que quem ensina aprende a ensinar e quem aprende ensina ao aprender (p. 25). Mais do que um educador, foi um pensador.
Freire afirma que ensinar exige rigorosidade metódica e que o educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, e que a tarefa docente não é apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. E isso aparece não apensar em falar as coisas certas para os educandos, mas também agir de forma correta, pois o saber que vai realmente prevalecer é aquele em que o indivíduo visualiza e não no que é apenas falado. Diante disso, podemos parar e comparar nossas realidades em sala de aula com as afirmações e verdades feitas pelo autor. Ao darmos algo e recebermos algo, fica registrado e confirmado que o ensinar também é aprender e que a boa relação professor-aluno é profundamente necessária para esta pratica. ‘Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro’ (p. 25). Sendo assim, não seria questão do professor ser superior, melhor ou mais inteligente, apenas por dominar conhecimentos que o educando ainda não domina. O aluno, nessa etapa, é participante do mesmo processo da construção da aprendizagem.
Para o autor, a falta de qualificação profissional e competência faz com que o professor perca a autoridade diante da sala de aula, pois sem os subsídios acadêmicos e preparos adequados para o ensino, à educação proposta não será possível. O professor deve estar em constante pesquisa de novos saberes, novas perguntas para novas respostas, como também deve utilizar e respeitar a bagagem de conhecimento que o educando traz de suas vivencias comunitária e familiar, através dela é que ele saberá como melhor desenvolver seu trabalho junto à formação dos educandos.
Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar qualquer forma de discriminação que separe as pessoas em raça, classes. ‘Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação’ (p.39). É ter certeza de que faz parte de um processo não concluído, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto há sempre possibilidade de interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando.
A reflexão critica sobre a pratica pedagógica e /ou educativa para o docente, se torna de fato, uma exigência da relação teoria-pratica. Talvez, por essa razão, o autor se preocupe tanto com a formação dos professores e, sobretudo, com a organização dos conteúdos programáticos. Enfatiza também, que ‘ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou a sua construção’ (p.52). E é sobre isso, que o pedagogo discute no segundo capitulo do livro Pedagogia da autonomia: “ensinar não é transferir conhecimento”.
‘O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros’ (p.66). É importante que os professores e os alunos sejam curiosos, instigados. ‘(...) É preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache “repousado” no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano (p.96)’. Faz-se necessário, portanto, que se proporcionem momentos para experiências, para buscas. O professor precisa estar disposto a ouvir, a dialogar, a fazer de suas aulas momentos de liberdade para falar, debater e ser aberto para compreender o querer de seus alunos. Ensinar não é transferir conhecimento, mas é desenvolver um trabalho junto com o aluno e está sempre pronto para ouvir o que o mesmo tem a dizer. E para isso, Freire fala que ‘Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores (p.74)’, e cita que um dos piores problemas do poder publico é o descaso com a educação publica, e que não podemos baixar a cabeça e aceitar o discurso de ‘Não há o que fazer’. ‘Umas das formas de luta contra o desrespeito dos poderes públicos pela educação, de um lado, é a nossa recusa
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