Pedagogia 1º Semestre Unopar A Historia da Minha Educação
Por: Fabiano Pedroso de Proença • 23/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.982 Palavras (12 Páginas) • 876 Visualizações
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
pedagogia
Kelly nunes Oliveira sousa
memorial de formação
historia da minha educação
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Votorantim
2014
Kelly nunes Oliveira sousa
memorial de formação
historia da minha educação
Trabalho apresentado ao Curso Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Psicologia da Educação,Educação, Sociedade e Práxis Educativa,Politicas Públicas na Educação Básica, Teoria e Práticas do Currículo, Prática Pedagógica Interdisciplinar, Seminário Interdisciplinar II.
Prof. Wilson Sanches, Edilaiene Vagula, Marlizete Stainle, Raquel Lemos, Cyntia Simoni, Vilze Vidotte, Rosely Montadnini, Fabiane Musardo, Okçana Battini, Sandra Reis e Fabio Luis da Silva.
Votorantim
2014
A HISTÓRIA DA MINHA EDUCAÇÃO
Escrevo, portanto, sobre a minha história (pelo menos parte dela) ao mesmo tempo em que faço reflexões sobre meus trinta e poucos anos e o meu trajeto na escola, que se passam inevitavelmente pela minha família e pelos meus outros significativos.
- As memórias de minha infância e minhas experiências vivenciadas na escola
Nasci em 9 de março de 1982 na cidade de Sorocaba, estado de São Paulo, Brasil. Sou a terceira de quatro filhos dos meus pais. Ele sempre trabalhou como funcionário público. Muito alegre, embora meio reservado, sempre foi muito querido entre os nove irmãos. Minha mãe nasceu em Minas Gerais e se criou no interior do estado. Veio para São Paulo morar em casa de família, onde trabalhava como babá. Foi quando conheceu e se apaixonou pelo meu pai.
E foram casados por vinte anos, e no ano de 1995 meu pai faleceu. E assim minha mãe deu sequência na família, somente com os quatro filhos.
Ingressei na escola no ano de 1989, com seis para sete anos, e conheci a “Tia Marli”, minha professora da primeira série. Ela era muito reservada e me parecia um pouco distante. Mas, minha mãe dizia que eu deveria fazer tudo o que ela mandasse por que as professoras gostavam de quem não as contrariasse. Com o tempo passei a gostar dela e sei que ela de mim – cada uma a seu modo. A minha mãe me dizia para que eu respeitasse a professora e não conversasse na aula. Ai de mim se ela fosse chamada na escola por causa de um mau comportamento!
Lembro-me de algumas coisas: a professora (a primeira professora) deixou a turma antes de terminar o ano letivo por que teria que ser a “pessoa do corredor” (hoje sei que ela assumira a coordenação pedagógica do ensino de 1ª a 4ª série). Ela passara a ser mais importante! Não sabia como, mas aquela professora, a partir de então, tinha todas as chaves da Escola (pensava eu!). Era impossível não saber que ela se aproximava: o chacoalhar do molho de chaves que ela carregava se tornou uma marca na minha memória auditiva. Todos a respeitavam muito e me sentia privilegiada por ter sido sua aluna e porque, de vez em quando, ela me cumprimentar pelo nome ao passar nos corredores ou na formação das filas no início das aulas, no pátio da escola.
Na sala de aula, outra professora, assumira já no final do ano a nossa turma. Ela era bem diferente da primeira. Parecia mais dócil. A turma e eu percebemos isso logo no primeiro encontro.
Um ponto importante que me vem à mente é a liberdade que tínhamos de chamar as professoras de “tias”. Por outro lado, a partir do momento em que elas passavam a ser coordenadoras, ou orientadoras, a relação e o tratamento mudava imediatamente. Foi o que aconteceu com a primeira professora... A relação professora/aluna parecia ser mais próxima, mais afetiva por assim dizer... E isso se expressava pelo uso comum de uma expressão que remetia a um parentesco próximo, embora inexistente, como o de “tia”. Isso remetia à noção de um processo de afiliação parental que, embora inexistente, se relacionava à ideia de que as professoras eram pessoas próximas, confiáveis como, em geral são, as irmãs das nossas mães e/ou dos nossos pais.
Até a segunda série, minha mãe me acompanhou com frequência à escola. Na hora do recreio ela estava lá para comprar o lanche para mim. Nessa época, ela estava grávida do quarto e último filho.
Com o nascimento do meu irmão, minha rotina na escola mudou significativamente... Aos oito anos passei a ir a voltar sozinha. Sentia-me responsável e importante por isso! Sentia também um pouco de medo, especialmente quando tinha que atravessar a avenida movimentada.
Todas as quintas-feiras nós hasteávamos a bandeira do Brasil e cantávamos o Hino Nacional. Também na semana da Pátria, em setembro, fazíamos um desfile na avenida principal, no centro da cidade. Penso que fora somente isso que aprendi sobre política e Estado na escola em que estudei.
Em casa, meus pais não conversavam sobre política na minha frente, ou talvez não conversassem entre eles sobre isso. O fato é que, quando passei a entender um pouco mais, compreendi que fui uma analfabeta política durante muito tempo.
Fui representante de turma algumas vezes. Depois que a minha mãe não pode me acompanhar mais na escola, ela sumiu do convívio escolar. Até mesmo as reuniões de pais e mestres ela deixou de frequentar. Ela me dizia que já sabia o que se iria conversar. Então, não perderia seu tempo. Acho que desde aquela época compreendia que precisava ser responsável por mim mesma. Pensando melhor agora, enquanto escrevo, precisei criar artifícios para demonstrar que poderia ser tão desenvolta que, de fato, não necessitasse de uma mãe ou um pai o tempo todo na escola respondendo por mim.
Em 1995, com treze anos, perdi meu pai, desse momento, prefiro não entrar em detalhes, pois me dói como se fosse ontem.
A adolescência chegou como um furacão. Aos quatorze anos, a puberdade começava a aflorar e junto com ela o interesse por assuntos, pessoas, lugares e situações antes não percebidas por mim.
Foi na escola que tive acesso a notícias sobre um mundo que não me fora apresentado abertamente. Experimentei “matar aula” e ficar passeando pelo Centro da Cidade, enfim... onde pude transgredir.
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