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Projeto Contra Hegemônicos

Por:   •  10/1/2021  •  Trabalho acadêmico  •  977 Palavras (4 Páginas)  •  253 Visualizações

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Atualmente o cenário da Educação Brasileira  vive uma instabilidade de ordem política, econômica e ideológica preocupante, que acirra as discussões e posicionamentos a cerca da educação e do papel social da escola na sociedade na qual o capital globalizado e centro das políticas educacionais em detrimento da qualidade social da educação e a aprendizagem.

Em tempos do “Escola sem Partido, que explicita de maneira radical a “ideologia fundamental da sociedade Capitalista”, marcada pelas “reformas educacionais sob o ideário da ideologia do capital humano”, definido “o que é ciência e conhecimento válido, e que os professores só podem seguir a cartilha das conclusões e interpretações da ciência oficial, uma ciência supostamente não neutra” (FRIGOTTO, 2017, p. 25, 27, 29), torna-se cada vez mais urgente a reflexão crítica sobre os modos de produção capitalista e seus impactos no contexto das políticas de Formação de Professores que atuam na educação básica, bem como em suas práticas pedagógicas e docentes, uma vez que nesta lógica que não só [...] liquida somente a função docente, no que a define substantivamente e que não se reduz a ensinar o que está em manuais ou apostilas, cujo propósito é de formar consumidores (FRIGOTO, 2017, p.31), que não só manterão as relações equilibradas dos modos de produção capitalista, como também alienados  frente as relações de exclusão social e de precarização das condições materiais e sociais de existência.

Somando a isso, tem-se a influência direta dos organismos internacionais e/ou multilaterais, que possam a estabelecer as diretrizes educacionais nos países signatários aos acordos internacionais. Sobre esse processo de internacionalização da educação, LIBÂNEO (20016, p. 42), argumenta que se trata de “[...] um movimento inserido no contexto da globalização, em que agências internacionais multilaterais de tipos monetário, comercial, financeiro e crediário formulam recomendações sobre políticas públicas para países emergentes ou em desenvolvimento. A esse respeito, Shirona e Evangelista (2016), apontam que esse movimento é a tentativa de consolidação da chamada “educação de classe mundial” fruto da relação capital-trabalho, que no Brasil, chegam a partir de meados das décadas de 1980 e 1990, com o slogan “atrair e reter professores eficazes” e por meio das parcerias público-privadas, alterando sensivelmente nas últimas décadas as políticas públicas destinadas à formação, trabalho e carreiras docentes, repercute no atual Plano Nacional de Educação, no que concerne suas metas 15 a 18 (política nacional de formação dos professores, formação continuada, valorização e plano de carreira respectivamente.

Tendo em vista esse cenário multifacetado e complexo, esse texto, visa articular o referencial bibliográfico disponível e apresentar uma análise crítica a respeito da influência dos organismos internacionais nas políticas de formação de professores brasileiros e suas repercussões na escola básica, tendo em vista a necessidade de um projeto histórico contra hegemônico como alternativa para a superação de uma formação para a produção de resultados e a construção de uma formação humana articulada ao trabalho docente.

Segundo, Shirona e Evangelista (2016, p. 316) não seria exagerado afirmar que, nas últimas duas décadas, as políticas no Brasil influenciadas pelos organismos internacionais buscaram depauperar a formação intelectual dos professores, propondo uma assepsia ideológica que enleia o sentido e a realização daquilo que é próprio da profissão, ou seja, possibilitar da escola pública a apropriação do conhecimento socialmente produzido e sua formação como sujeitos históricos, sua formação humana. Essa formulação é considerada extemporânea pelos gestores de Estado e corporações por contrariar o desiderato de direcionar a formação ao pronto-atendimento às necessidades do mercado de trabalho em constante mutação. No plano do discurso, tais como necessidades são postas no campo da abstrações, genericamente referidas como demanda de novas competências e habilidades para a sociedade do conhecimento.

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