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Prática De Ensino

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Por:   •  26/9/2014  •  Tese  •  2.520 Palavras (11 Páginas)  •  254 Visualizações

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7.1 Educação? Educações: aprender com o índio

Cada sociedade possui um conjunto de “regras de boa convivência” que são entendidas como sendo a “boa educação”, que deve ser ensinada a todos. Quem não as segue é considerado “sem educação”, mas isso não significa que seja uma pessoa que não recebeu nenhum tipo de educação. A “obrigação” de ensinar estas regras na maioria das sociedades é, geralmente, da família, principalmente dos pais. Não há um consenso “universal” sobre estas regras, o que pode fazer com que uma pessoa se comporte de maneira educada para um determinado grupo e com “falta de educação” em outros. Portanto existem muitos tipos de educação e eles variam de acordo com a cultura, os costumes, as necessidades de um povo. No texto de Brandão (1993), os índios das Seis Nações iniciam a sua carta usando expressões cordiais para demonstrar uma “boa educação”, a fim de garantir a boa convivência entre os povos. Não é exatamente um sinal de ingenuidade, principalmente porque o conteúdo da carta demonstra o quão sábio eles são. Eles perceberam que a educação pode ser utilizada como forma de dominação entre os povos de forma bilateral, ou seja, ela pode ser utilizada para transformar comportamentos, pensamentos e transformar uma sociedade. No Brasil, a educação é considerada como um “direito de todos” e é dever dos pais e responsáveis manter seus filhos nas escolas. As escolas são consideradas formadoras de cidadãos, com seus currículos impostos por um sistema centralizador e baseado, geralmente, em um modelo europeu, que nem sempre se identifica com a cultura dos diferentes grupos sociais dentro do país. As “verdades” ensinadas nas escolas brasileiras são teoricamente baseadas em métodos científicos, o que as torna, de certa forma “universal”, quando se

referem às ciências exatas e biológicas. As “verdades subjetivas” ficam a cargo de quem as transmite, por isso é muito importante que o professor permita e facilite o questionamento e a formação de opinião própria em seus alunos. Este papel não deve ser apenas de professores desta ou daquela disciplina, mas dos educadores em geral.

Enfim, a educação deve ser repensada de forma a servir a sociedade para a qual é destinada, pois não adianta formar burocratas para lutarem como guerreiros. É preciso adequá-la ao meio, utilizá-la com sabedoria, a fim de construir um mundo melhor.

7.2 O fax do Nirso

A educação escolar está perdendo espaço, principalmente no que se refere às formalidades, à norma culta, que tem deixado de ter importância nos dias de hoje devido à internet estar mais disseminada, o grande fluxo de informações trocadas, as novas expressões que surgem a cada dia, especialmente entre os jovens, que acabaram por gerar um distanciamento entre o que é ensinado nas escolas e as formas de comunicação mais modernas.

Os currículos escolares determinados pelo MEC não estão exatamente de acordo com a realidade do mercado de trabalho, portanto são, em sua maioria, conteúdos utilizados para selecionar vestibulandos ou concurseiros. É claro que o conhecimento sempre pode ser aproveitado de alguma forma para potencializar as habilidades pessoais e é aí que vemos algumas pessoas se destacarem, mas isso não está relacionado diretamente com o conhecimento formal ensinado nas escolas. Para que a educação evolua é preciso repensar os conteúdos obrigatórios e torná-los mais próximos da realidade para qual serão destinados. Não adianta querer que uma criança de uma periferia, onde faltam saneamento e atendimentos básicos à população, tenha interesse em estudar fórmulas para calcular isso ou aquilo ou se dedique a entender a história ou a arte européia, sem que ela conheça sua própria história, sem que ela possa vislumbrar uma utilidade, uma vantagem ou algo melhor para o seu futuro ao aprender aquilo. O mercado de trabalho está muito mais preocupado com as vantagens, os lucros, a competitividade e com a velocidade de crescimento das empresas, do que com a formação das pessoas. A mídia escraviza os jovens com seus ideais consumistas, que desvaloriza cada vez mais a formação intelectual. Os diplomas estão cada vez mais fáceis, mais vazios e menos valorizados.

7.3 A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)

Ensinar exige do educador muito mais que uma opinião formada: é fundamental saber se distanciar de questões pessoais para dar oportunidade aos alunos de formarem suas opiniões sobre quaisquer assuntos. Se Einstein não tivesse questionado as teorias de Newton, não teria enunciado suas descobertas no ramo da física quântica, se os biólogos ficassem satisfeitos com o que já foi descoberto, não haveria curas para algumas doenças e assim por diante. Não há uma “verdade absoluta”, mas um conjunto de verdades reconhecidas por uma comunidade científica, baseada em fatos e/ou experimentos, contudo incompletas em todas as áreas de conhecimento. Os currículos escolares estão baseados nestas “verdades” e, infelizmente, as metodologias de ensino muitas vezes levam alunos e até professores a acreditar que os conteúdos ensinados na

escola são verdades absolutas, que não devem ser questionadas. É impossível ser totalmente imparcial diante do que se pretende ensinar, até porque ainda há muito que aprender, muito para ser descoberto, por isso é tão importante a “reciclagem” de idéias, as capacitações, a busca por novidades continuamente. É muito importante também criar problematizações e instigar a curiosidade dos alunos, a formação de opinião, pois é o questionamento que faz o progresso e isto beneficia a todos.

7.4 Uma pescaria inesquecível

Ética é um conjunto de valores e condutas consideradas corretas, que visam harmonizar a vida em sociedade. Está baseada em princípios morais, por isso uma conduta é considerada ética se praticada independente da observação de terceiros. Em 2012, o senado aprovou um projeto que tornaria obrigatória a disciplina “Cidadania Moral e Ética”, porém o MEC se opôs totalmente ao projeto, alegando “inchaço” no currículo escolar, em relação à quantidade de dias letivos fixados pela Lei de Diretrizes e Bases da educação.

O texto exemplifica de forma bem clara que essa idéia de “levar vantagem em tudo” é exatamente o oposto da filosofia que permeia a ética, pois mesmo que não tivesse ninguém para delatar a pesca “proibida” que aconteceria, o pai do garoto o ensinou que levar vantagem não era o correto, ou seja, “o que é certo é certo, mesmo que ninguém o faça e o que é errado é errado, mesmo que

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