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Psicogênese da língua escrita: contribuições, equívocos e conseqüências para a alfabetização

Por:   •  19/9/2018  •  Resenha  •  1.142 Palavras (5 Páginas)  •  1.693 Visualizações

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Psicogênese da língua escrita: contribuições, equívocos e conseqüências para a alfabetização

De acordo com o artigo “Psicogênese da língua escrita: contribuições, equívocos e conseqüências para a alfabetização”, o termo psicogênese pode ser compreendido como a origem ou a história de conhecimentos e funções psicológicas de uma pessoa. Esse processo ocorre desde os anos iniciais da infância, e aplica-se a qualquer objeto ou campo de conhecimento.

As autoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky demonstram no artigo, os equívocos mais comuns da interpretação, e suas consequências, desse modo, estudos e pesquisas evidenciam que a criança, antes mesmo de chegar à escola, tem ideias e faz hipóteses sobre o código escrito e as criam durante o processo de alfabetização. Essas hipóteses são substituídas de acordo com os conhecimentos que as crianças tem sobre as letras e as silabas. As autoras defenderem que o conhecimento se baseia na atividade do sujeito em interação com o objetivo de conhecimento, através da construção de conhecimento baseadas nas hipóteses já existentes do aluno.

 Portanto, o educador deve criar condições para que o aluno escreva de acordo com o que pensa considerando os erros como hipóteses, sendo importante que o educador esteja atento a essas tentativas e faça o aluno avançar.

 Ferreiro buscando respostas para o fracasso escolar na década de 1980 entrou em contato com os alunos e descobriu que a criança constrói diferentes hipóteses sobre o sistema de escrita mesmo antes de compreender o alfabeto, ela acredita que todos os conhecimentos têm uma origem. Também fala que as crianças podem ser leitores mesmo antes de aprender a ler. Suas ideias chegaram ao Brasil como sendo um novo método de alfabetização, assim o aluno deixa de ser o agente passivo da aprendizagem para se tornar o construtor de um conhecimento, que recebe e absorve sobre o que lhe é ensinado, sendo respeitado o seu tempo e momento de aprender.

Segundo Ferreiro e Teberosky, a ampliação do conhecimento passa por três períodos: pré-silábico,  representando imagens ou letras, números, sinais; evoluindo o Período silábico, onde ocorre a construção de formas de diferenciação, no eixo qualitativo (variedade de grafias) e o eixo quantitativo (quantidade de grafias). Chegando a fonetização da escrita, quando aparecem suas atribuições de sonorização, iniciado pelo período silábico e terminando no alfabético.

A alfabetização deve ser contextualizada para que seja mais fácil de ser compreendida e absorvida pelo aprendiz. O letramento e alfabetização são conceitos e técnicas diferentes, que deveriam ser trabalhadas em conjunto para que se tenha um verdadeiro conhecimento do código de escrita. Sabemos também, que um dos grandes erros que cometemos na alfabetização no Brasil, é resultado da má interpretação da pesquisa de Ferreiro e de Teberosky sobre a psicogênese da língua escrita.

A alfabetização inacabada no processo de letramento, como vem sendo feito, é inaceitável, os resultados das avaliações sobre leitura e interpretação de texto demonstram, hoje, que, além da conduta exclusiva “construtivista”, não conseguir alfabetizar representa incompetência também para letrar.

     Com essa abordagem nos possibilita perceber a relação teoria-prática, sob uma visão que muda a antiga concepção de ensino, de aprendizagem, de homem, de sociedade, de professor, de aluno, visto como um ser reflexivo. Como adverte Ferreiro (1985), mesmo que não saiba ler e escrever, o alfabetizando constrói hipóteses da leitura e da escrita, vivencia conflitos cognitivos e, nos seus esforços para solucionar os conflitos, avança na construção do conhecimento. Compreende-se também que o papel do professo no processo de desenvolvimento da linguagem escrita é fundamental, o professor, planeja, executa e avalia com mais segurança, portanto, podendo atuar de forma mais efetiva.

   Diante dessa teoria construtivista podemos afirmar que é o sujeito que constrói seu conhecimento, o professor não pode intervir: enfim, há a concepção equivocada, entre “intelectuais de gabinete” da educação, de que se a conduta na alfabetização for construtivista, o professor não poderá intervir com atividades que possa ajudar o aluno a avançar, se a criança é o sujeito do conhecimento, é preciso deixar que avance sozinha. Podendo se esse o maior responsável pelo atual fracasso na aprendizagem da leitura e da escrita.

Outro equivoco cometido no processo de alfabetização é o fato de ser apoiada a literatura infantil com o objetivo de contextualizar o trabalho. Porém nem todas as classes sociais tem, ou poderão ter acesso aos mesmos matérias. Outro caso a ser comentado, é o absurdo de que a criança aprenderá a escrever vendo o professor escrevendo na lousa. Sabemos que a aprendizagem é muito mais fácil de ser compreendida e absorvida quando a mesma faz sentido ao aluno. Como dizer que uma criança está aprendendo, se ela somente copia o que está escrito na lousa sem ao menos saber o significado dessa escrita.

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