RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA: UNIR FORÇAS PARA PROMOVER RESULTADOS POSITIVOS
Por: Fabi Maziero • 4/4/2019 • Trabalho acadêmico • 1.588 Palavras (7 Páginas) • 216 Visualizações
RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA:
UNIR FORÇAS PARA PROMOVER RESULTADOS POSITIVOS
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
RESUMO
O presente paper apresenta um estudo sobre as relações existentes entre a instituição escolar e a instituição familiar. Sabe-se que há relatos dos educadores com relação à omissão dos pais e há a constante queixa dos pais sobre as exigências cotidianas da escola. Supõe-se que esta não seja uma das melhores formas de promover o aprendizado dos estudantes, sejam eles crianças, adolescentes ou jovens. Objetiva-se, com esta pesquisa, averiguar o que dizem os estudiosos sobre tal relacionamento e auxiliar a otimizar o trabalho desenvolvido junto aos discentes, por parte dos profissionais.
Palavras-chave: Família. Escola. Relacionamento.
1 INTRODUÇÃO
A relação entre família e escola envolve questões discutidas e refletidas há muito tempo nas instituições de ensino. Existem queixas dos profissionais da educação de que os pais estão terceirizando a educação de seus filhos, em uma atitude que reflete confusão com os papéis da instituição familiar e da instituição escolar. Muitas vezes, a escola não sabe como lidar com o excesso de confiança e mesmo descaso que as famílias demonstram com relação ao aprendizado e ao comportamento de seus filhos. Neste relacionamento, que muitas vezes parece uma guerra, são deixados em segundo plano os maiores interessados na solução dos conflitos - os estudantes. Quanto mais jovens eles forem, mais precisam da atenção criteriosa, tanto da escola, como da família. Vale lembrar que os jovens também precisam de constante atenção. Contudo, a diferença é que, quanto mais cedo se estabelece uma rotina harmoniosa em tal relacionamento, maiores são os benefícios para a criança. Ela aprende a ser independente e, ao mesmo tempo, aprende a prestar contas de suas atitudes em casa e na escola. 2 Relação ENTRE Escola E Família: Aliados ou Inimigos? Dentre os níveis de aprendizagem, o que mais se destaca é quando a criança 1-Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas- Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI- Turma BID0180- Lages- SC- Pólo FAMELAGES. 2- Professor-Tutor Externo do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI- Turma BID0180- Lages- SC- Pólo FAMELAGES. Maiêutica - Curso de Ciências Biológicas 24 v.01, n.01, Jul./Dez. 2011 aprende por observação. Neste tipo de aprendizagem, a criança desenvolve a sua inteligência observando outras pessoas, ou seja, o adulto, os pais, que passam a ser um modelo nas suas ações. Começa aí a participação ativa dos pais, que têm, como família, a função de promover a conquista e a aceitação social da criança. No processo de educação de seus filhos, a família deve oferecer oportunidades para a transmissão de conhecimentos, usando várias formas de expressão e exploração do meio ambiente físico e social. Acontece que, muitas vezes, a família delega essas responsabilidades para a escola, atribuindo a esta instituição um papel que seria primeiramente seu. Assim, essas ações que auxiliam no fortalecimento da autoestima e construção da sua identidade, proporcionando o acesso a um universo cultural, estimulante e diversificado, não são satisfatoriamente realizadas nem pela escola, nem pelo grupo familiar. Respeito próprio deve ser aprendido das experiências da vida, geralmente ele evolui da interação diária da criança com outras pessoas. A criança desenvolve sentimentos positivos e negativos acerca de sua dignidade pessoal, baseando-se nas experiências gerais da vida onde o respeito próprio se alcança aprendendo, conquistando e experimentando (VAN, 1998, p. 33). Não basta os pais amarem seus filhos, como julgam ser a melhor forma. A criança deve sentir a sua aceitação como pessoa, pois a falta de confiança em si mesma provoca uma carência que impede que ela expanda suas amizades, ficando isolada do grupo ao qual faz parte. É visível que toda criança com boas habilidades interpessoais está mais propensa a mostrar com orgulho suas conquistas e, quando encontram um problema, pedem ajuda com maior facilidade e, consequentemente, serão mais felizes nas suas ações dentro da sociedade familiar, escolar e social como um todo. Para Vygotsky (1996), precisamos de uma escola em que as pessoas possam conversar, discutir, questionar e compartilhar saberes; um espaço destinado à transformação, à colaboração mútua e, acima de tudo, voltado para a criatividade. Uma escola que professor e aluno tenham autonomia para pensar e refletir sobre os processos de construção do conhecimento. Desta forma, o aluno aprenderá os valores sociais, saberá distinguir diferenças positivas e negativas, colocando em prática muito de suas ideias reprimidas por medo e insegurança. Vygotsky (1996) afirma que, vivendo em sociedade, a criança aprende desde cedo que o mundo não gira somente em torno dela e que o ser humano só existe realmente enquanto ele é membro participante de um grupo. Aí se destaca a importância de atividades de integração dentro da sala de aula, justamente porque esse processo precisa ser trabalhado de maneira que as crianças não se sintam forçadas e que elas aprendam a ter consciência desde cedo de que elas são peças fundamentais para a construção do conhecimento em si próprias. Para Vygotsky (1996), o ser humano constitui-se por meio de suas interações sociais. Nesse sentido, ele é visto como um ser que transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada cultura. É a partir dessas afirmações que a escola como um espaço de construção de conhecimento deve proporcionar aos seus alunos o direito à participação ativa na sociedade em que está inserida. A família também é fundamental na construção do sujeito; o abandono, a falta de carinho e conversa e até mesmo dificuldades enfrentadas em casa fazem com que muitas crianças se tornem agressivas e revoltadas. Essas atitudes dificultam todo processo de integração e ressaltam a importância da valorização do universo pelas crianças. Na Índia o caso das meninas lobos. Descobriram em 1920, duas crianças, v.01, n.01, Jul./Dez. 2011 25 Maiêutica - Curso de Ciências Biológicas a Amala e Kamala vivendo no meio de uma família de lobos. Elas caminhavam de quatro apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos. Eram incapazes de permanecer em pé, tinham todas as atitudes de um lobo, até raivavam. Kamala depois da morte de sua irmã viveu oito anos. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer tinha um vocabulário de cinquenta palavras e suas atitudes emocionais aparecem aos poucos (PIRES, 1986, p. 2). O relato acima permite entender que o ser humano necessita e depende do convívio com outras pessoas e é nesta integração que as necessidades tendem a ser satisfeitas. Uma criança que nasce, cresce e se desenvolve em meio a várias pessoas que lhe dedicam atenção seguramente saberá como agir com os colegas, família e a comunidade em geral. Esse é o processo no qual o indivíduo se constrói, não só em atitudes, mas em pensamento. É de nosso consenso que toda criança necessita de estímulos que despertem o seu interesse e abram espaço a curiosidades que vão aparecer em perguntas e em ações, que devem ser respondidas e observadas. Daí a importância da convivência no desenvolvimento proximal, que mostra que a criança, quando estimulada, pode fazer muito mais do que parece ser capaz. Por essas razões, é de responsabilidade dos pais propiciar aos seus filhos o convívio social desde seu nascimento, porque a escola tem o papel de auxiliar nesta tarefa. Entretanto, para que esse trabalho tenha sucesso, ela precisará de uma base muito forte, que começa em cada espaço onde a criança aprende a socializar suas ações. E a partir desse momento começa o trabalho dos pais, que terão que reservar alguns minutos de sua atenção, seja para responder ou somente para ouvir um simples comentário, mas que para criança é de grande importância. Quando se fala em interação social, “desloca-se a ênfase das ações físicas ou mentais do sujeito, para ressaltar a ação compartilhada, ou seja, processos cognitivos realizados não por um único sujeito, mas por todos os membros de um grupo” (DAVIS et al., 1989, p. 52). Embora seja função da escola instruir os alunos, construindo com eles o aprendizado, a base da educação, da sociabilidade é função da família. Embora a escola tenha papel fundamental no processo de formação do cidadão, cabe à família a responsabilidade no processo de formação do ser humano.
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